Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://ri.ufmt.br/handle/1/1469
Tipo documento: Dissertação
Título: A gênese histórica da particularidade racial da modernidade através da questão social : um estudo do escravismo colonial no Brasil e em Mato Grosso
Autor(es): Boaventura, Bruno José Ricci
Orientador(a): Silva, Ivone Maria Ferreira da
Membro da Banca: Silva, Ivone Maria Ferreira da
Membro da Banca: Queiróz, Imar Domingos
Membro da Banca: Silva, José de Ribamar Sá
Membro da Banca: Novais, Liliane Capilé Charbel
Resumo : As vozes do desespero gritadas na ópera Eu sonhei um sonho, baseada em Os Miseráveis, obra-prima de Vitor Hugo, publicada no ano de 1862, e também no poema de Navio Negreiro de Castro Alves, publicada no ano de 1869, assemelham-se por denunciarem a questão social. Expõem a miserabilidade da condição humana sob as promessas não cumpridas da modernidade. Tais obras como expressões artísticas da questão social dos contextos históricos respectivos são alguns dos exemplos que nos permitiram desvelar uma particularidade racial da gênese histórica da modernidade no Brasil e em Mato Grosso através da questão social. A Europa articulou, do centro para periferia, uma singularidade de projeto civilizatório: a modernidade. Nele, estabeleceu o Brasil como fonte de abastecimento para acumulação primitiva do capital da burguesia mercantil, através da engendrada superexploração da escravidão em sua feição moderna: tráfico e mercadoria. Na exploração desumana para sustentação da base da cadeia da acumulação primitiva, típica do capitalismo mercantil europeu, formou-se no Brasil uma particularidade: a relação dialética senhor-escravo dominou todos os aspectos sociais da vida, somente contradita pela atuação da rebeldia do negro, sobretudo na constituição de quilombos. Esta foi a característica fundante da nossa questão social: uma relação de acumulação aos moldes capitalistas da fase mercantil, baseada na profunda exploração do trabalho escravo. A consequência inapagável da historicidade de um território religiosamente colonizado, que em trezentos e oitenta e oito anos que manteve o escravismo colonial como base econômica, é uma particular e profunda marca implantada em nossa formação social, na gênese histórica da modernidade brasileira. Não há uma só expressão, seja do povo, da cultura, da religião, da ciência, da arquitetura, do direito, da política, que não nos lembre que a escravidão do homem negro foi a gênese histórica da questão social no Brasil. Uma questão que a casta senhorial lutou por manter e, desde então, sempre velada. O projeto timbrado pela singularidade burguesa europeia no Brasil, na constituição da sociedade capitalista moderna, não era a promessa de riqueza para todos, nem era a liberdade política do indivíduo pobre, tampouco a igualdade social do coletivo, menos ainda a solidariedade integradora, era a naturalização da realidade da escravidão do negro. O Brasil, pela análise da escravidão como particularidade da gênese histórica da questão social, evidencia desde sempre a articulação da burguesia mundial pela conservação da divisão internacional do trabalho iniciada na colonização para que o país se tornasse economicamente periférico, pois nossa produção sistemática capitalista serviu aos desígnios do mercado mundial, e nosso Estado constituído como tardiamente político, justamente para ser incapaz de enfrentar a questão social.
Resumo em lingua estrangeira: The voices of despair shouted at the opera I dreamed a dream, based in Les Miserables, masterpiece of Victor Hugo, published in 1862, and also in the poem Slave Ship from Castro Alves, published in 1869, resemble for exposing the social question. Expose the misery of the human condition under the unfulfilled promises of modernity. Such works as artistic expressions of the social question of their historical contexts are small examples that helped to uncover a particular racial in the historical genesis of modernity in Brazil and Mato Grosso. Europe articulated from the center to the periphery, a singularity of civilizing project: modernity. In it, established Brazil as a source of supply for primitive capital accumulation of mercantile bourgeoisie, engendered by overexploitation of slavery in its modern face: trafficking and merchandise. In inhuman exploitation support for the base chain of primitive accumulation, typical of European mercantile capitalism, formed in Brazil a particularity: the master-slave dialectic relationship dominated all aspects of social life, only contradicted by the actions of the black rebellion, primarily in the incorporation of quilombo. This was the foundational characteristic of our social question: an accumulation ratio to molds mercantile capitalist phase, based on a deep exploration of slave labor. The consequence indelible historicity of a territory colonized religiously, that in three hundred eighty-eight years that kept colonial slavery as economic base, and is a particular brand implanted deep in our social formation, the historical genesis of Brazilian modernity. There isn´t one expression, the people, the culture, religion, science, architecture, law, politics, that does not remind us that black man's slavery was the historical genesis of social question in Brazil. One question that caste manor fought to keep, and since then, always veiled. The project headed by bourgeois European uniqueness in Brazil, in the constitution of modern capitalist society, there wasn´t the promise of wealth for everyone, nor political freedom for the poor guy, nor social equality of the collective, even less solidarity integrator, was naturalization of the reality of slavery of black. Brazil, for the analysis of slavery as a particularity of the historical genesis of the social question, always shows the articulation of the world bourgeoisie for the conservation of international division of labor in the colonization started for the country to become economically peripheral, because our systematic production served the capitalist designs of the world market, and our state constituted as late politician, just to be unable to confront the social question.
Palavra-chave: .
Palavra-chave em lingua estrangeira: .
CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::SERVICO SOCIAL
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS)
Programa: Programa de Pós-Graduação em Política Social
Referência: BOAVENTURA, Bruno José Ricci. A gênese histórica da particularidade racial da modernidade através da questão social: um estudo do escravismo colonial no Brasil e em Mato Grosso. 2013. 135 f. Dissertação (Mestrado em Política Social) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Cuiabá, 2013.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/1469
Data defesa documento: 27-Sep-2013
Aparece na(s) coleção(ções):CUC – ICHS – PPGPS – Dissertações de mestrado

Arquivos deste item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DISS_2013_Bruno Jose Ricci Boaventura.pdf961.04 kBAdobe PDFVer/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.