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http://ri.ufmt.br/handle/1/1734
Tipo documento: | Dissertação |
Título: | Evidências científicas como base das políticas públicas para a conservação da biodiversidade no Brasil |
Autor(es): | Gemael, Manoela Karam |
Orientador(a): | Penha, Jerry Magno Ferreira |
Coorientador: | Izzo, Thiago Junqueira |
Membro da Banca: | Penha, Jerry Magno Ferreira |
Membro da Banca: | Loyola, Rafael Dias |
Membro da Banca: | Sato, Michele Tomoko |
Membro da Banca: | Ávila, Gabriela Rocha Priante Teles de |
Membro da Banca: | Calheiros, Débora Fernandes |
Resumo : | Um dos objetivos da Ecologia é subsidiar os tomadores de decisão e gestores ambientais no desenvolvimento de predições testáveis de relevância para a sociedade. No entanto, dados recentes da literatura vêm mostrando que existe um descompasso entre o conhecimento científico gerado na academia e os investimentos realizados pelos envolvidos no desenvolvimento e gestão de ações para a conservação da natureza, em diversos países pesquisados. A criação e a gestão de políticas públicas relacionadas à conservação aparentam sofrer uma deficiência de conhecimento científico que as orientem. A hipótese levantada para investigar este problema no Brasil é a de que a produção acadêmica não alcança os tomadores de decisão e fica restrita ao universo científico. A coleta de dados foi baseada em entrevistas online com pesquisadores especialistas em conservação da biodiversidade (n=24) e tomadores de decisão (legisladores, n=28, e gestores ambientais, n=37) relacionados ao meio ambiente no Brasil. Foi realizado também um levantamento da produção científica sobre os temas prioritários em conservação da biodiversidade. As divergências entre as opiniões dos pesquisadores e dos legisladores quanto aos assuntos prioritários na agenda da Biologia da Conservação atualmente confirmam a existência de uma lacuna entre o conhecimento científico gerado na academia e o processo de tomada de decisão para a conservação também no Brasil. Os resultados do estudo também revelam que quase metade dos políticos entrevistados (46%) admite que não lê publicações científicas relacionadas à conservação. Fatores como tempo disponível, linguagem técnica e a publicação dos dados em inglês são apontados como obstáculos para acessar a literatura científica. Apenas 6% dos tomadores de decisão (legisladores e gestores ambientais) entrevistados consideram-se muito bem informados sobre conservação da biodiversidade. Estes resultados corroboram a hipótese de que a produção acadêmica não vem servindo como subsídio para a tomada de decisão no Brasil. Acadêmicos e tomadores de decisão são considerados igualmente responsáveis por melhorar o diálogo entre as instituições: os pesquisadores precisam saber das demandas dos legisladores para o desenvolvimento das políticas públicas, assim como os políticos precisam ter acesso às evidências científicas em linguagem acessível e em tempo hábil. Assim, recomendo fortemente o investimento (i) na cultura de divulgação científica desde a formação básica dos cientistas nas universidades, (ii) no desenvolvimento do papel do divulgador científico pelas universidades, pela mídia, por agências de fomento e, principalmente, pela instituição do cargo de cientista-chefe nos órgãos do governo, (iii) em ações de popularização da ciência e educação científica, (iv) no envolvimento não só da academia no desenvolvimento das políticas públicas mas de todos os stakeholders envolvidos e impactados pelos instrumentos de gestão para a conservação da biodiversidade, (v) no desenvolvimento e divulgação de instrumentos para a gestão baseada em evidências, como sumários de evidências científicas compiladas da literatura. Estudos futuros sobre a lacuna entre ciência e desenvolvimento e gestão de políticas públicas para a conservação no Brasil devem identificar as principais demandas correntes dos tomadores de decisão e contrastá-las com os editais das agências de fomento, a fim de identificar convergências ou divergências na priorização das áreas que vêm recebendo financiamento para o desenvolvimento de pesquisas sobre conservação. |
Resumo em lingua estrangeira: | One of the aims of Ecology is to aid policy makers through the development of testable predictions of relevance to society. However, published data shows there is a gap between scientific knowledge and the development and management of conservation actions; public policies for biodiversity conservation seem to lack scientific evidence to support it. Our hypothesis to explain this gap in Brazil is that academic outcomes do not outreach policy makers and it is restricted to science borders. We conducted online surveys with conservation researchers (n=24) and policy makers directly working with environment and sustainability issues (politicians, n=28, and environmental managers, n=37) to evaluate their access to scientific literature related to biodiversity conservation. We also mapped scientific literature about conservation. Our results show that Brazilian politicians and scientists do not share the same priorities concerns for conservation. Besides, our study confirms that the widely known gap between science and practice in conservation management also occurs in Brazil. Time available to read, technical language and papers published in English are pointed as the main barriers by the interviewed politicians who do not read scientific literature about conservation. Only 6% of policy makers interviewed feel very well informed about biodiversity conservation issues. Therefore, the results confirm the hypothesis that scientific knowledge does not support the development of public policies for conservation in Brazil. We consider both scientists and policy makers responsible to improve communication between their institutions. On one hand, researchers need to know in advance practitioners´ needs. On the other hand, policy makers need scientific evidences to be available in accessible language and up to date. Therefore, we recommend investments in (i) teaching science communication among young scientists, (ii) the development of science communication departments in universities, funding agencies, media vehicles, but, mostly, in all governmental levels by the institution of chief-scientists as policy and management advisors, (iii) in science education programs, (iv) on the engagement of all stakeholders related to conservation management on public policies development, (v) in evidence-based conservation tools, such as summaries of scientific evidences from literature. Future studies concerning the gap between science and conservation management in Brazil should identify practitioners’ current needs to contrast it against agencies’ funding programs for conservation studies, in order to understand current financial priorities. |
Palavra-chave: | Divulgação científica Gestão baseada em evidências Políticas públicas Gestão ambiental |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Science communication Evidence based conservation Public policies Policy makers Environmental management |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Biociências (IB) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade |
Referência: | GEMAEL, Manoela Karam. Evidências científicas como base das políticas públicas para a conservação da biodiversidade no Brasil. 2016. 59 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá, 2016. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/1734 |
Data defesa documento: | 25-Feb-2016 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC – IB – PPGECB – Dissertações de mestrado |
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Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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