Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://ri.ufmt.br/handle/1/1889
Tipo documento: Tese
Título: A água e a cartografia do imaginário nos climas de três territórios geográficos
Autor(es): Nora, Giseli Dalla
Orientador(a): Sato, Michele Tomoko
Coorientador: Pazos, Araceli Serantes
Membro da Banca: Sato, Michele Tomoko
Membro da Banca: Maciel, Cristiano
Membro da Banca: Mansilla, Débora Eriléia Pedrotti
Membro da Banca: Senra, Ronaldo Eustáquio Feitoza
Membro da Banca: Kawahara, Lúcia Shiguemi Izawa
Resumo : As pontes simbolizam o diálogo, e busquei construir vários ponteares na construção da tese, como a relativização do EU-ISOLADO à pesquisa em grupo por meio de um NÓS-COLETIVO, bem como a essência da geografia, hoje impregnada de culturas pedagógicas nas vivências, pesquisas e sentimentos da educação ambiental. O trilhar dessa pesquisa é resultado de ponteares alicerçados nos princípios da justiça climática, compreendendo as diferentes percepções sobre o clima em 3 territórios diferentes, que tinham características da água doce, da água salgada e da escassez da água. Para estes contextos, foram privilegiados pequenos territórios geográficos: no Pantanal matogrossense de abundantes corpos de água doce [agricultores/lavradores de São Pedro de Joselândia]; no Cerrado do centro-oeste brasileiro já com escassez da água [agricultores/lavradores do quilombo Mata Cavalo]; e na porção norte e marítima da Espanha [pescadores e trabalhadores do mar que habitam a Galícia]. Ouvindo histórias e contando outras, busquei construir mais pontes de diálogos entre a educação ambiental e a justiça climática, dimensões bastante ausentes nos estudos sobre as mudanças climáticas, principalmente nos marcos mundiais propostos pela Organização das Nações Unidas. A metodologia deste trabalho é a Cartografia do Imaginário Satiana como orientação para o percurso da pesquisa e posicionamento político. A metodologia adotada é uma forma de interpretar os fenômenos, de compreender que as escolhas ideológicas não são neutras, elucidando detalhadamente os territórios de pesquisa com estudos de caso, dialogando sobre as experiências e vivências. Na cartografia dos resultados, a escassez da água é percebida pelos habitantes pantaneiros como ameaça das roças, já que a mudança nos regimes das chuvas já vem forjando alterações nas paisagens da água doce. Nos ponteares construídos no cerrado, o aumento da temperatura e a escassez da água potável são as injustiças climáticas que prejudicam também as roças, além da alteração dos hábitos alimentares e os agravos da saúde. Observei, ainda, que o acesso a água está vinculado aos poços caipiras e artesianos, e que num futuro próximo, podem acirrar mais ainda o conflito socioambiental já existente na localidade. O quilombo Mata Cavalo possui outros dilemas relacionados à condição étnico-racial, que agrava mais a situação de manejo de seus territórios. Discuto também as impressões sobre a Galícia, território da água salgada que tive a oportunidade de explorar durante o doutorado sanduíche. Conheci as “artes de pesca”, formas de pesca específicas para cada tipo espécies, e de como a vulnerabilidade dos pescadores e trabalhadores do mar está presente quando exploramos as mudanças climáticas. O acesso a água potável ainda não se constitui como uma preocupação, entretanto as mudanças nas águas dos oceanos o são. Neste pontear, minhas percepções evidenciam o fenômeno das mudanças climáticas e seus impactos em escala local identificando três níveis de vulnerabilidade: a) científica e pedagógica – para compreensão e comunicação do que são e do que representam as mudanças climáticas; b) condições físicas e ambientais - relacionadas ao acesso à água, mudanças de temperatura bem como mudanças nos regimes de chuvas e c) políticas públicas – com ampla inclusão social, inclusive de vidas não-humanas. Esta pesquisa sustenta a tese de para muito além das propostas de adaptação e resiliência, é urgente compreendermos o desenvolvimento desigual gerado pelos modelos de consumo. Por isso, a investigação reconhece a necessidade da mudança do sistema, e não do clima. Acredito no poder da educação ambiental em promover a resistência contra uma sociedade que explora a natureza até a sua exaustão, amalgamada pela esperança do bem-viver dos povos e dos cuidados de seus ambientes.
Resumo em lingua estrangeira: The bridges symbolize dialogue, and I have tried to build several bridges in the construction of the thesis, such as the relativization of the ISOLATED-I to group research through a COLLECTIVE-US, as well as the essence of geography, now impregnated with pedagogical cultures in the experiences, research and awareness of environmental education. This research is based on the principles of climate justice, including the different perceptions about the climate in 3 different territories, which had characteristics of fresh water, salt water and water scarcity. For these contexts, small geographic territories were privileged: in the Mato Grosso Pantanal of abundant freshwater bodies [farmers / farmers of São Pedro de Joselândia]; in the Cerrado of the Brazilian Midwest already with water scarcity [farmers / farmers of the quilombo Mata Cavalo]; and in the northern and maritime portion of Spain [fishermen and seafarers living in Galicia]. Listening to stories and telling others, I tried to build more bridges of dialog between environmental education and climate justice, dimensions that are quite absent in studies on climate change, especially in the global milestones proposed by the United Nations. The methodology of this work is the Sato´s Cartography of the Imaginary as a guide for the course of research and political positioning. The methodology adopted is a way of interpreting the phenomena, for understanding that the ideological choices are not neutral, elucidating the research territories in detail with case studies, dialoguing about experiences and experiences. In the cartography of the results, the scarcity of water is perceived by the Pantanal inhabitants as a threat of the plantations, since the change in rainfall regimes has already been forging changes in the landscapes of fresh water. In the bridges built in the Cerrado (savanna), the increase in temperature and the scarcity of drinking water are the climatic injustices that also affect the gardens, in addition to changing eating habits and health problems. I also observed that access to water is linked to the Hick and Artesian wells, and that, soon, may further aggravate the social and environmental conflict already existing in the locality. The quilombo Mata Cavalo (community of black descendant slaves) has other dilemmas related to the ethnic-racial condition, which further intensifies the management situation of its territories. I also discuss the impressions about Galicia, salt water territory that I had the opportunity to explore during the doctoral “sandwich” (part time oversea PhD). I learned about "fishing gear", species-specific fishing practices, and how the vulnerability of fishermen and sea workers is present when we explore climate change. Access to potable water is not yet a concern, however they are worry about changes in ocean. At this point, my perceptions show the phenomenon of climate change and its impacts on a local scale, identifying three levels of vulnerability: a) scientific and pedagogical - for understanding and communicating what climate change is and what they represent; b) physical and environmental conditions - related to access to water, changes in temperature as well as changes in rainfall regimes, and c) public policies - with broad social inclusion, including nonhuman lives. This research supports the thesis that, far beyond the proposals of adaptation and resilience, it is urgent to understand the unequal development generated by consumption models. For this reason, the research recognizes the need to change the system, not the climate. I believe in the power of environmental education to promote resistance against a society that exploits nature to its exhaustion, amalgamated by the hope of the peoples' well-being and the care of their environments.
Palavra-chave: Educação ambiental
Grupos em situação de vulnerabilidade
Justiça climática
Água
Cartografia do imaginário
Palavra-chave em lingua estrangeira: Environmental education
Vulnerable groups
Climate justice
Water
Mapping of the imaginary
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Instituto de Educação (IE)
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Referência: NORA, Giseli Dalla. A água e a cartografia do imaginário nos climas de três territórios geográficos. 2018. 177 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Educação, Cuiabá, 2018.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/1889
Data defesa documento: 2-Mar-2018
Aparece na(s) coleção(ções):CUC - IE - PPGE - Teses de doutorado

Arquivos deste item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
TESE_2018_Giseli Dalla Nora.pdf6.54 MBAdobe PDFVer/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.