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http://ri.ufmt.br/handle/1/1966
Tipo documento: | Tese |
Título: | Visografia : o problema do conteúdo, material e forma na escrita de sinais |
Autor(es): | Benassi, Claudio Alves |
Orientador(a): | Padilha, Simone de Jesus |
Membro da Banca: | Padilha, Simone de Jesus |
Membro da Banca: | Rodrigues, Laudino Roces |
Membro da Banca: | Lima, Carolina Akie Ochiai Seixas |
Membro da Banca: | Vieira-Machado, Lucyenne Matos da Costa |
Membro da Banca: | Barbosa, Felipe Venâncio |
Resumo : | A escrita de sinais não é uma unanimidade entre os profissionais da área da língua de sinais. Sua importância para o desenvolvimento cognitivo do sujeito visual (surdo) é ainda ignorada, sendo que muitos sequer a admitem como possibilidade de registro eficaz. A VisoGrafia surge nesse cenário de descrédito como uma resposta a uma necessitância da sala de aula e do ensino de escrita de sinais no curso de Letras-Libras, no qual atuo como professor. Na minha prática de ensino-aprendizagem, percebi que o sistema de escrita de sinais mais conhecido, o Sign Writing (SW), é pouco viável para o ensino por conter 982 caracteres; o sistema por mim utilizado, a Escrita das Línguas de Sinais (ELiS), é rejeitado por ser muito abstrato: diante disso, surge a VisoGrafia como o objeto da presente pesquisa, cujo principal objetivo é a criação de um sistema de escrita de sinais visual, de fácil memorização/mobilização no processo de grafia e de leitura e com baixo número de grafemas. O sistema foi desenvolvido em três fases: seleção de caracteres; estruturação e sistematização; e aplicação no processo de ensino-aprendizagem. Após a última fase, o sistema passou por duas etapas de melhorias que aprimorou o sistema e o processo de grafia, tornando-o mais visual. Atualmente, o sistema que nasceu com 64 visografemas conta com apenas 37, sendo, portanto, o sistema de grafia com menor número de visografemas que circula no Brasil. Tendo como principais bases teóricas os pensamentos linguísticos de Saussure, no que tange à noção de sistema e de Bakhtin no que diz respeito à dialogia, o problema identificado foi analisado, processo que indicou a necessidade de orientar a criação da VisoGrafia pelos pressupostos de dupla articulação da linguagem, propostos por Martinet. Assim, descrevi minuciosamente a língua de sinais na primeira articulação (nível morfêmico) e na segunda articulação (nível paremolôgico). Tal aplicação exigiu uma nova concepção de língua(gem), bem como uma nova concepção linguística estrutural da língua de sinais representada pela sequência: enunciado; sinalema – sinalico mórfico, sinalico distintivo; paragêneo (parâmetro); parema; feixe visual. Assim sendo, foi possível compreender e aplicar o princípio da dupla articulação da linguagem humana na língua de sinais. Dentre os experimentos realizados, executei a grafia de três textos, sendo eles: uma agenda, um bilhete e um poema. Esses provam a viabilidade da grafia da língua de sinais por meio da VisoGrafia, independente do gênero escrito. A viabilidade da leitura também foi experimentada por meio da leitura do resumo de um artigo científico escrito em VisoGrafia, realizado por duas acadêmicas de Letras-Libras. Por último, vale ressaltar que a VisoGrafia foi aplicada no processo de ensino-aprendizagem em curso de extensão e em disciplinas de escrita de sinais em cursos de Letras-Libras. Os estudantes escreveram e leram sinalemas com duas aulas apenas, sendo que em oito escreveram textos: dados que mostram que a VisoGrafia é um sistema de fácil aprendizagem. |
Resumo em lingua estrangeira: | Sign writing is not a consensus among professionals in the sign language area. Its importance for the cognitive development of the visual subject (deaf) is still overlooked, and many of them do not even admit it as a possibility of effective register. VisoGrafia appears in this discredited scenario as a response to a need in the classroom while teaching sign writing in the Languages – Major in Sign Language) university course, where I work as a Professor. In my teachinglearning practice, I noticed that the best-known sign writing system, the Sign Writing (SW), is little viable for teaching because it contains 982 characters. The system I use, the Sign Language Writing (SLW) (Escrita das Línguas de Sinais) (ELiS), is rejected for being too abstract and, as a consequence, the VisoGrafia appears as an object of the present research, which aims mainly at creating a visual sign writing system, of easy memorization/mobilization in the spelling and reading process with a low number of graphemes. The system was developed in three phases: character selection; structuring and systematization; and application of the context of a teaching-learning situation. After the last phase, the system went through two improvement phases which enhanced the system and the spelling process, making it more visual. Currently, the system, which was created with 64 visographemes, now has only 37, being at present the spelling system with the fewest number of visographemes circulating in Brazil. Its main theoretical bases were the linguistic thoughts presented by Saussure and Bakhtin. From the former, his notion of system and from the latter, the idea of dialogue. The identified problem was analyzed, a process which indicated the need to guide the creation of the VisoGrafia by the assumptions of double articulation of language, proposed by Martinet. Thus, I described step by step the sign language in the first articulation level (morphemic) and in the second (paremological level). Such a use demands a new language concept, as well as a new structural linguistic concept of the sign language represented by the sequence: utterance; sign – morphic sign, distinctive sign; parameter; pareme; visual bundle. Thus, it was possible to understand and apply the double articulation principle of human language to sign language. Among the experiments carried out, I used the writing of three texts, being: a schedule, a note, and a poem. These proved the feasibility of the sign language spelling through signs of VisoGrafia, regardless of the writing genre. The reading feasibility was also experienced by reading the abstract of a scientific article in VisoGrafia, carried out by two Languages – Major in Sign Language students. Finally, it is worth highlighting that the VisoGrafia was applied to the teachinglearning process in an Extension course (offered to the community) and in extension subjects of sign writing in Languages – major in Sign Language courses. The students wrote and read signs in only two classes, and in eight they wrote texts, data that shows that VisoGrafia is an easy learning system. |
Palavra-chave: | VisoGrafia Escrita de sinais Estudos bakhtinianos Saussure Conteúdo Material e forma |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | VisoGrafia Sign writing Bakhtinian studies Saussure Content Material and shape |
CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Linguagens (IL) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem |
Referência: | BENASSI, Claudio Alves. Visografia: o problema do conteúdo, material e forma na escrita de sinais. 2019. 336 f. Tese (Doutorado em Estudos de Linguagem) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Linguagens, Cuiabá, 2019. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/1966 |
Data defesa documento: | 19-Mar-2019 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - IL - PPGEL - Teses de doutorado |
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