Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://ri.ufmt.br/handle/1/2029
Tipo documento: | Dissertação |
Título: | A divulgação científica sobre células-tronco do cordão umbilical e placentário na imprensa, no cotidiano médico-científico e nos usuários de serviços de saúde privados |
Autor(es): | Vieira, Juliana Michaela Leite |
Orientador(a): | Galindo, Dolores Cristina Gomes |
Coorientador: | Moreira, Benedito Dielcio |
Membro da Banca: | Galindo, Dolores Cristina Gomes |
Membro da Banca: | Mello, Paulo Roberto Bezerra de |
Membro da Banca: | Caldas, Maria das Graças Conde |
Resumo : | O armazenamento público e privado das células-tronco do sangue do cordão umbilical e placentário tem produzido um amplo debate, nas ciências e na imprensa. O armazenamento privado tem sido, para as famílias, esperança para doenças existentes ou que ainda não têm cura. De outro lado, o armazenamento público é tido como uma alternativa terapêutica para os transplantes alogênicos (uso das células para outras pessoas) de medula óssea, em doenças hematológicas. Conforme o relatório de produção 2003-2014 dos Bancos de Sangue do Cordão Umbilical e Placentário para Uso Autólogo (uso próprio) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), foram armazenadas 105.074 unidades de sangue do cordão umbilical e placentário (SCUP) para uso autólogo (uso próprio), representadas pelos bancos privados. Destas, foram usadas 14 unidades para uso terapêutico. Em contrapartida, a Rede BrasilCord, composta pelos bancos públicos, possui 22.474 mil unidades armazenadas, desde 2001, das quais 183 já foram usadas em transplantes alogênicos. Este trabalho indagou a respeito das tensões, acoplamentos e derivações dos regimes de “esperança” e “verdade” que mobilizam e são mobilizados pela divulgação científica do uso terapêutico e das pesquisas científicas com células-tronco do cordão umbilical e placentário, que perpassam a mídia impressa e especializada, fazendo-se presentes no cotidiano médico e de potenciais usuário(a)s dos serviços privados. Os dados abrangem o período de 2000 a 2014, na área de busca nos sites de quatro jornais nacionais de circulação geral (Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e Jornal do Brasil), e cinco especializados (Ciência Hoje Online, Revista Pesquisa Fapesp, Agência Fapesp, Agência USP de Notícias e Revista ComCiência). Também foi realizado um levantamento, de 2000 a 2016, de documentos oficiais (portarias, leis, resoluções, relatórios da ANVISA de produção dos bancos de sangue do cordão umbilical e placentário, cartilhas, notas técnicas), no qual analisamos se havia controvérsia entre os regimes de “esperança” e “verdade”. Identificamos que, apesar do menor número de SCUP armazenado nos bancos públicos, eles apresentaram maior utilização, se compararmos com os bancos privados. Além do levantamento, foi feita entrevista semiestruturada com três grupos distintos: usuários nos serviços privados, profissionais da saúde e profissionais da imprensa, almejando saber como essa divulgação científica chega até esses três grupos. Como resultado do levantamento documental, observou-se que os picos de reportagem andam a reboque da divulgação dos documentos oficiais, os veículos especializados não entraram na controvérsia médico-científica entre armazenar num banco público e privado, e, nos jornais, os dois regimes estão presentes nas publicações, com o tema pulverizado para várias editorias. Os resultados das entrevistas indicaram o contraste dos dois regimes, presente nas narrativas. Nos usuários, o conhecimento sobre o assunto é superficial, obtido por meio da TV e sites. Mesmo sendo superficial, os usuários têm conhecimento da existência dos bancos privados, enquanto, nos bancos públicos, as pessoas desconhecem que existem. Nos profissionais da área da saúde, há maior tensão entre os dois regimes. Também foi identificada a falta de divulgação sobre o banco público, entre os profissionais da área da saúde. Já nos profissionais da imprensa, tem-se um esforço na divulgação científica e na compreensão pública da ciência. A conclusão deste estudo é que os regimes de “esperança” e “verdade” são visíveis, tanto no levantamento documental como nas narrativas dos entrevistados.Ademais, esta pesquisa aponta para a necessidade de ampliação na divulgação do transplante e armazenamento do sangue do cordão umbilical, nos bancos públicos, por ser considerada a quarta alternativa para transplantes alogênicos hematopoiéticos e por sua disponibilidade imediata, em caso de utilização, ao contrário do transplante de medula óssea, no qual é necessário procurar um doador. Reconhece-se a importância do jornalismo científico na divulgação das novas biotecnologias, sendo, para o público leigo, muitas vezes, a única fonte de informação, quando tem a função de cumprir o seu papel como difusor e intérprete do conhecimento científico, edificando uma cultura científica democrática e participativa. |
Resumo em lingua estrangeira: | The public and private storage of umbilical cord blood and placental stem cells has produced extensive debate both in science and press. Private storage has been suggested to families as a source of hope for existing or incurable diseases. On the other hand, public storage is considered a therapeutic alternative to allogenic bone marrow transplantation (a procedure in which a person receives stem cells from a matching donor) in case of blood-related diseases. According to ANVISA (National Health Regulatory Agency) 2003-2014 database of Bancos de Sangue do Cordão Umbilical e Placentário para Uso Autólogo (Umbilical Cord and Placental Blood Banks for Autologous Use), 105.074 units of umbilical cord and placental blood for autologous use were stored by private banks. Of these, 14 units were used- 5 for autologous transplants and 9 for related donors. However, Rede BrasilCord (the BrasilCord Network), which is made up of public banks, has 22.474 units of umbilical cord and placental blood (UCPB) that have been stored since 2001. Of these, 183 units have already been used in allogeneic transplantation. This paper investigates the strains, connections and contrasting views on the regimes of “hope” and “truth” (MOREIRA; PALLADINO, 2005). These regimes mutually organize and are organized by the scientific dissemination of therapeutic use and scientific studies on umbilical cord and placental stem cells. These studies run through both print and specialized media and are equally present in the routine of health care professionals and potential users of private services. The data cover the period from 2000 to 2014 and were collected from four national news websites (Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, O Globo e Jornal do Brasil) and five scientific journals (Ciência Hoje Online, Revista Pesquisa Fapesp, Agência Fapesp, Agência USP de Notícias e Revista ComCiência). A survey of official documents (ordinances, laws, resolutions, ANVISA database of umbilical cord and placental blood banks, brochures and technical notes) was conducted from 2000 to 2016 to analyze the controversy between the regimes of “hope” and “truth”. It was possible to identify that despite the lower number of UCPB stored in public banks, they were more used than the private ones. Besides the survey, a semi- structured interview was conducted with three different groups: users of private services, health care professionals and press professionals. The aim of this interview was to determine how scientific dissemination reaches the aforementioned groups. The survey findings showed the following: (1) the peaks of news report follow the dissemination of official documents. (2) Specialized media channels were not involved in the medical-scientific controversy surrounding private or public storage. (3) The regimes of “hope” and “truth” are evident on news publications and the theme has been spread to several editorial boards. The findings from the interviews showed the following: (1) Contrast between the regimes of “hope” and “truth”. (2) Users of private services have trivial knowledge of the topic and access to information happens through television and websites. (3) Health care workers showed higher strain regarding the regimes of “hope” and “truth”. (4) Press professionals strive to disseminate accurate information and promote public understanding of science. Thus, evidence of the regimes of “hope” and “truth” is seen in this study. Moreover, this study pinpoints the need to broaden the dissemination of transplant and storage of umbilical cord in public banks as they are considered the fourth option for allogeneic hematopoietic cell transplantation and their prompt availability whenever required, unlike bone marrow transplant, in which a donor must be found. Science journalism is acknowledged here ashaving an important role to play in the spread of new biotechnologies for the laypersons who might not have broad access to this type of information and interpretation of scientific knowledge, raising a participative and democratic scientific culture. |
Palavra-chave: | Células-tronco do cordão umbilical Mitigação de riscos Biossegurança Mídia Profissionais da área da saúde Saúde Jornalismo científico |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Umbilical cord stem cells Risk mitigation Biosafety Media Health care workers Health Science journalism |
CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea |
Referência: | VIEIRA, Juliana Michaela Leite. A divulgação científica sobre células-tronco do cordão umbilical e placentário na imprensa, no cotidiano médico-científico e nos usuários de serviços de saúde privados. 2017. 368 f. Dissertação (Mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea) - Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Comunicação e Artes, Cuiabá, 2017. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/2029 |
Data defesa documento: | 29-Mar-2017 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - FCA - ECCO - Dissertações de mestrado |
Arquivos deste item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
DISS_2017_Juliana Michaela Leite Vieira.pdf | 4.22 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.