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Tipo documento: Dissertação
Título: Complexos miméticos em cobras-corais em uma região do Pantanal Norte (Fazenda Retiro Novo, Poconé–MT) e em uma área de cerrado (Parque Nacional Chapada dos Guimarães–MT)
Autor(es): Alvarenga, Gabriela do Valle
Orientador(a): Curcio, Felipe Franco
Coorientador: Banci, Karina Rodrigues da Silva
Membro da Banca: Curcio, Felipe Franco
Membro da Banca: Strüssmann, Christine
Membro da Banca: Tozetti, Alexandro Marques
Membro da Banca: Moreira, Leonardo Felipe Bairos
Resumo : O mimetismo é uma das estratégias anti-predação mais estudadas em biologia. Neste contexto, a coloração das cobras-corais e as semelhanças entre espécies venenosas e inovfensivas sempre chamou a atenção desde os primeiros naturalistas que exploraram o Brasil. A impressionante semelhança fenotípica entre serpentes de famílias diferentes é motivo de discussões e questionamentos sobre a existência de complexos miméticos entre estes organismos, bem como a respeito do papel das interações entre mímicos e modelos num contexto de coevolução. A primeira parte desta dissertação traz uma introdução geral, contextualizando o fenômeno do mimetismo do ponto de vista teórico, detalhando o desenvolvimento das questões associadas a complexos miméticos em cobras-corais ao longo do tempo. Já a segunda parte é a abordagem experimental propriemente dita em que, usando réplicas de massa de modelar, foram investigados complexos miméticos de cobras-corais em áreas do Cerrado e do Pantanal matogrossense para verificar (i) se há diferenças nas taxas de predação entre réplicas de corais-falsas, verdadeiras e modelos monocromáticos (não aposemáticos) em cada uma das áreas, e (ii) se os ciclos de inundação no Pantanal interferem nas taxas de predação sobre as diferentes réplicas. Os resultados obitdos na localidade do Cerrado revelaram baixíssima incidência de predação sobre as réplicas e o esforço amostral parece não ter sido suficiente para recuperar padrões indicativos de discernimento de cor por parte dos predadores. Por outro lado, na área do Pantanal os predadores parecem não ter aversão ao padrão das corais, com alta frequência de eventos predatórios sobre as réplicas de corais verdadeiras e falsas, muito especialmente sobre as primeiras. Adicionalmente, a frequência de eventos predatórios é mais alta na estação das cheias, sugerindo um efeito decorrente da concentração de presas e predadores nas áreas não inundáveis. Os resultados foram discutidos à luz da literatura pertinente tomando em conta as limitações do método empregado, possíveis eventos de natureza regional e o caráter contra intuitivo dos padrões de resposta dos predadores às réplicas na localidade do Pantanal.
Resumo em lingua estrangeira: Since the XIXth century, the existence of mimicry complexes among poisonous and non-poisonous coralsnakes in the Neotropical region has stimulated controversial discussions in the literature. In this context, experimental studies employing plasticine replicas of the several coralsnake patterns represent classical approaches aiming to quantify and compare predation rates by different kinds of predators. In addition, the method allows identifying predator categories (e.g., birds and mammals) based on the general aspects of the jaw prints left on the replicas at each predation attempt. Although most of these works have corroborated the protective character of coralsnakes color, the literature lacks studies focused on the problem, but taking climatic parameters into account. Herein, I used plasticine replicas to approach coralsnakes mimicry complexes in two different sites, one in the Cerrado Domain, at Chapada dos Guimarães National Park, and the other in the Pantanal floodplain, municipality of Poconé, both in Mato Grosso state, Midwest Brazil. The vegetation of these areas is mostly represented by open formations and the climate is typically seasonal, with the Pantanal exhibiting a flooding cycle that restricts the habitats of terrestrial species for a long period throughout the year. The sampling effort consisted of 760 plasticine replicas representing the color pattern of the most common coralsnake species in each one of the areas, as well as monochromatic (uniform brown) replicas as the control group. The replicas were distributed in the field throughout six field campaigns undertaken in the period of one year. Statistical analyses of the data included Chi-squared tests to perform pairwise comparisons of predation rates among color patterns, and Binomial Logistic Regressions to estimate the effect of coloration in the general predation rates, as well as the probabilities of each one of the color patterns to suffer attacks. My results suggest that (1) birds represent the most frequent predators in both areas, respectively followed by mammals and lizards; (2) in both study sites, in contrast with most previous studies, the monochromatic replicas suffered a sensibly smaller number of attacks by virtually all predator categories than the aposematic replicas; (3) the very low incidence of attacks in the Cerrado of Chapada dos Guimarãesa (3.3%) follows the general patterns of similar studies in the same domain (nearly 6%), and (4) in the Pantanal, the pattern of predation rates is the opposite that those of most previous studies, with the replicas representing the toxic model receiving the largest rates of predation in comparison with all other patterns (non-toxic mimics and monochromatic replicas). Although we consider our results from the Cerrado inconclusive requiring larger sampling efforts, or results in the Pantanal suggest that the flooding regime may lead, not only to higher predation rates, but also to lower selectivity by visually oriented predators. Factors as the high concentrations of terrestrial predators and preys during the flooding season, the relative abundance of toxic models and mimics, and the higher detectability of coralsnakes by predators with accurate vision may help explaining the apparent inefficiency of the establishment of mimicry complexes, at least at local perspective. Additional experiments in other localities of the Pantanal floodplain would be welcome to clarify the problem.
Palavra-chave: Mimetismo
Serpentes
Cobra coral
Cerrado
Pantanal
Micrurus frontalis
Micrurus tricolor
Palavra-chave em lingua estrangeira: Aposematic
Mimicry
Snake
Coral snake
CNPq: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ZOOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Instituto de Biociências (IB)
Programa: Programa de Pós-Graduação em Zoologia
Referência: ALVARENGA, Gabriela do Valle. Complexos miméticos em cobras-corais em uma região do Pantanal Norte (Fazenda Retiro Novo, Poconé–MT) e em uma área de cerrado (Parque Nacional Chapada dos Guimarães–MT). 2020. 77 f. Dissertação (Mestrado em Zoologia) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá, 2020.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/2061
Data defesa documento: 19-Fev-2020
Aparece na(s) coleção(ções):CUC – IB – PPGZOO – Dissertações de mestrado

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