Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://ri.ufmt.br/handle/1/2734
Tipo documento: Dissertação
Título: Conflitos socioambientais que afetam a soberania alimentar de comunidades do Cerrado do Pantanal – MT
Autor(es): Valles, Eronaldo Assunção
Orientador(a): Silva, Michelle Tatiane Jaber
Coorientador: Senra, Ronaldo Eustáquio Feitoza
Membro da Banca: Senra, Ronaldo Eustáquio Feitoza
Membro da Banca: Sato, Michele Tomoko
Membro da Banca: Garske, Lindalva Maria Novaes
Membro da Banca: Castrillon, Solange Kimie Ikeda
Resumo : Esta pesquisa de dissertação inscreve-se na prática cotidiana de duas comunidades culturalmente singulares: Quilombo Laranjal e a Comunidade Tradicional Zé Alves. Elas são formadas por camponeses/as que desenvolvem atividades de produção alimentar (agricultura e pecuária) e de extrativismo vegetal, em regime familiar e comunitário, no município de Poconé, estado de Mato Grosso. O deslocamento da fronteira agrícola tem trazido significativos danos ambientais que ameaçam a soberania alimentar destas populações. As mudanças no uso e na ocupação do solo têm se caracterizado em um quadro de injustiça ambiental, tendo em vista que as atividades do agronegócio são altamente predatórias e causam graves danos socioambientais. As consequências ocorrem de maneira desigual, pois os grupos sociais menos desprovidos de condições técnicas e financeiras são os mais prejudicados. Os problemas socioambientais são percebidos em diversos aspectos no cotidiano destas comunidades, e esta pesquisa recorre à Educação Ambiental para compreender as mudanças ambientais e suas relações com as práticas de produção alimentar. É uma pesquisa que teve o aporte metodológico do mapa social, reconhecendo que existem grupos que foram preteridos no tocante ao processo histórico de expansão do uso e ocupação do território mato-grossense. Neste sentindo, busquei, por meio das narrativas dos sujeitos pesquisados, desvelar os processos de expropriação dos grupos sociais e de seus territórios. Usei várias rotas no caminhar investigativo, como observação nos 7 trabalhos de campo, discussão político-pedagógica nos 2 seminários de mapeamento dos grupos sociais e de seus conflitos socioambientais, além das interpretações de 10 entrevistas semiestruturadas com os/as camponeses/as das comunidades Zé Alves e Laranjal. Dentre os resultados, observei que a maioria dos conflitos narrados tem ligação com o uso e a ocupação do espaço, materializados pela disputa por grupos diferentes em aspectos ligados à natureza, mais especificamente aos sistemas ecológicos. Ou seja, ocorre a disputa pelo uso e controle dos componentes bióticos (fauna e flora) e abióticos (rocha, solo, água e clima) do ecossistema local. As principais atividades apontadas como geradoras de conflitos socioambientais são: desmatamento, uso abusivo de agrotóxicos, disputa por terra, disputa por água, garimpo e queimadas. Interpreto de que a Educação Ambiental e a Educação Popular ganham contornos pedagógicos relevantes, pois se põem a questionar a política do modelo de desenvolvimento atual que tem criado um cenário de desigualdade por todo o globo. Assim, acredito no processo educativo que consiga evidenciar a maneira predatória de apropriação da natureza causando um desastroso quadro de injustiças socioambientais que carecem de lutas, mudanças de hábitos alimentares e processos formativos que ofereçam mais dignidade e o esperançar de um outro mundo possível.
Resumo em lingua estrangeira: This research is part of the daily practice of two culturally unique communities: Quilombo Laranjal (black descendant of slaves) and the Traditional Community Zé Alves. They are formed by peasants who develop activities of food production (agriculture and livestock) and vegetable extractive activities, in family and community, in the municipality of Poconé, Mato Grosso state. The displacement of the agricultural frontier has brought significant environmental damages that threaten the food sovereignty of these populations. Changes in land use and occupation have been characterized in a context of environmental injustice, considering that agribusiness activities are highly predatory and cause serious social and environmental damages. The consequences occur in an unequal way, because the social groups less deprived of technical and financial conditions are the most harmed. Socioenvironmental problems are perceived in several aspects in the daily life of these communities, and this research uses Environmental Education to understand environmental changes and their relationships with food production practices. It is a research that had the methodological contribution of the social map, recognizing that there are groups that have been deprecated regarding the historical process of expansion of the use and occupation of the territory of Mato Grosso. In this sense, I sought, through the narratives of the subjects surveyed, to uncover the processes of expropriation of social groups and their territories. I used several routes in the investigative ways, such as observation in the 7 field-works, political-pedagogical discussion in the 2 seminars mapping social groups and their socioenvironmental conflicts, in addition to the interpretations of 10 semi-structured interviews with peasants in the communities Zé Alves and Laranjal. Among the results, I observed that most of the narrated conflicts have a connection with the use and occupation of space, materialized by the struggle for different groups in aspects related to nature, more specifically to ecological systems. That is, the dispute over the land use occurs using the biotic components (fauna and flora) and abiotic (minerals, soil, water and climate) of the local ecosystem. The main activities identified as generating socio-environmental conflicts are: deforestation, abusive use of pesticides, land dispute, water dispute, mining and burnings. I interpret that Environmental Education and Popular Education gain relevant pedagogical contours, as they question the politics of the current development model that has created a scenario of inequality across the globe. Thus, I believe in the educational process that can show the predatory way of appropriation of nature causing a disastrous picture of socioenvironmental injustices, the hard way of day-by-day struggles, the changes in food habits and the formative processes that offer more dignity and hope for another possible world.
Palavra-chave: Educação ambiental
Conflitos socioambientais
Soberania alimentar
Palavra-chave em lingua estrangeira: Environmental education
Socio-environmental conflicts
Food sovereignty
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Instituto de Educação (IE)
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Referência: VALLES, Eronaldo Assunção. Conflitos socioambientais que afetam a soberania alimentar de comunidades do Cerrado do Pantanal – MT. 2018. 144 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Educação, Cuiabá, 2018.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/2734
Data defesa documento: 7-Mar-2018
Aparece na(s) coleção(ções):CUC - IE - PPGE - Dissertações de mestrado

Arquivos deste item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DISS_2018_Eronaldo Assunção Valles.pdf4.26 MBAdobe PDFVer/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.