Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://ri.ufmt.br/handle/1/3245
Tipo documento: | Tese |
Título: | Caracterização do erro de diagnóstico na hanseníase : fatores associados e impacto epidemiológico |
Autor(es): | Neves, Karine Vila Real Nunes |
Orientador(a): | Ignotti, Eliane |
Coorientador: | Nobre, Mauricio Lisboa |
Membro da Banca: | Ignotti, Eliane |
Membro da Banca: | Silva, Pãmela Rodrigues de Souza |
Membro da Banca: | Ferreira, Silvana Margarida Benevides |
Membro da Banca: | Lana, Francisco Carlos Félix |
Membro da Banca: | Fontes, Cor Jesus Fernandes |
Resumo : | Introdução: Casos identificados como erros de diagnóstico em hanseníase devem ter o tratamento imediatamente interrompido. A hanseníase manifesta-se por meio de uma variação de sinais e sintomas que podem dificultar o diagnóstico clínico. Objetivo: Analisar a magnitude do erro de diagnóstico por hanseníase no Brasil de 2003 a 2017, com ênfase nas características clínicas dos pacientes com erro de diagnóstico no Estado de Mato Grosso. Métodos: Estudo desenvolvido em duas etapas — 1. análise espacial e temporal sobre os registros de casos de hanseníase diagnosticados no Brasil entre 2003 a 2017 e que tiveram o tratamento com PQT encerrado por “erro de diagnóstico”; 2. análise dos relatos dos indivíduos que foram diagnosticados como casos novos de hanseníase no período de 2016 a 2019, e após iniciado o tratamento com poliquimioterapia (PQT) receberam alta por erro de diagnóstico, segundo os registros do SINAN do estado de Mato Grosso. Resultados: As taxas de detecção de casos novos em hanseníase no Brasil reduziram em 15 anos de 29,0 para 12,8 por 100 mil habitantes, enquanto a proporção de saídas por erro de diagnóstico se manteve estável e não apresentou correlação espacial com as taxas de detecção ou mudança no padrão de distribuição espacial. Sexo feminino, faixa etária menor de 15 anos, forma clínica indeterminada, ausência de lesões cutâneas no diagnóstico, presença de nervos afetados no diagnóstico, e modo de detecção por exames de coletividade e por exames de contatos foram associados a alta erro de diagnóstico. Os 162 entrevistados relataram como diagnóstico conclusivo fibromialgia, problemas na coluna e ausência de qualquer doença com maior frequência. Entre aqueles sem qualquer doença, a maioria era contato de algum caso de hanseníase. Os indivíduos com erro de diagnóstico procuraram outros serviços de saúde com alguma insatisfação com o diagnóstico ou tratamento, inclusive apresentando efeitos adversos à medicação. Conclusão: A proporção de erros de diagnóstico em hanseníase não apresenta relação com o nível de endemicidade no Brasil, mas sim com características dos doentes e das manifestações clínicas, sendo mais provável para aqueles cujas manifestações clínicas são menos evidentes. O diagnóstico conclusivo, relatado pelos participantes, resultou em agravos nem sempre considerados como diagnóstico diferencial — a exemplo da fibromialgia e dos problemas na coluna —, além da ausência de doença. Ressalta-se que aqueles que relataram não ter qualquer doença, eram, na maioria, contato de alguém com hanseníase, o que remete a falhas na compreensão do protocolo de vigilância em relação aos contatos. O estudo aponta para falhas no diagnóstico e no acompanhamento do tratamento quanto aos efeitos adversos. Sugere-se capacitação continuada dos profissionais de saúde, exames complementares em diagnósticos mais complexos e duvidosos para reduzir os falsos diagnósticos em hanseníase. |
Resumo em lingua estrangeira: | Introduction: Cases identified as misdiagnoses in leprosy should have treatment stopped immediately. Leprosy manifests itself through a variation of signs and symptoms that can make clinical diagnosis difficult. Objective: To analyze the magnitude of the error of diagnosis by leprosy in Brazil from 2003 to 2017, with emphasis on the clinical characteristics of patients with misdiagnosis in the State of Mato Grosso. Methods: A study developed in two stages 1. spatial and temporal analysis on the records of leprosy cases diagnosed in Brazil between 2003 and 2017 and that had their MDT treatment terminated due to "misdiagnosis"; 2. analysis of the reports of individuals who were diagnosed as new leprosy cases in the period from 2016 to 2019, and after starting treatment with multidrug therapy (MDT) were discharged due to misdiagnosis, according to the SINAN records of the state of Mato Grosso. Results: The detection rates of new leprosy cases in Brazil decreased in 15 years from 29.0 to 12.8 per 100,000 inhabitants, while the proportion of leprosy exits due to misdiagnosis remained stable and showed no spatial correlation with the detection rates or change in the spatial distribution pattern. Female gender, age group under 15 years, undetermined clinical form, absence of skin lesions at diagnosis, presence of affected nerves at diagnosis, and mode of detection by collective examinations and by contact examinations were associated with high diagnostic error. The 162 interviewees reported fibromyalgia, back problems, and absence of any disease as conclusive diagnosis most frequently. Among those without any disease, most were contacts of a leprosy case. The individuals with misdiagnosis sought other health services with some dissatisfaction with the diagnosis or treatment, including presenting adverse effects to medication. Conclusion: The proportion of misdiagnoses in leprosy is not related to the level of endemicity in Brazil, but rather to patient characteristics and clinical manifestations, being more likely for those whose clinical manifestations are less evident. The conclusive diagnosis, reported by the participants, resulted in aggravations not always considered as a differential diagnosis - such as fibromyalgia and back problems - in addition to the absence of disease. It is noteworthy that those who reported having no disease were mostly contacts of someone with leprosy, which points to flaws in the understanding of the surveillance protocol regarding contacts. The study points to failures in the diagnosis, in the treatment follow-up as to adverse effects. It is suggested continued training of health professionals, complementary tests in more complex and doubtful diagnoses to reduce false diagnoses in leprosy. |
Palavra-chave: | Diagnóstico diferencial Falso positivo Entrevista Análise espacial Análise multivariada |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Differential diagnosis False positive Interview Spatial analysis Multivariate analysis |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Faculdade de Medicina (FM) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
Referência: | NEVES, Karine Vila Real Nunes. Caracterização do erro de diagnóstico na hanseníase: fatores associados e impacto epidemiológico. 2021. 91 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Medicina, Cuiabá, 2021. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/3245 |
Data defesa documento: | 8-Sep-2021 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - FM - PPGCS - Teses de doutorado |
Arquivos deste item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
TESE_2021_Karine Vila Real Nunes Neves.pdf | 4.32 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.