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http://ri.ufmt.br/handle/1/3541
Tipo documento: | Tese |
Título: | As retóricas do brincar no cotidiano escolar : um estudo de caso |
Autor(es): | Souza, Flora Lima Farias de |
Orientador(a): | Gomes, Cleomar Ferreira |
Membro da Banca: | Gomes, Cleomar Ferreira |
Membro da Banca: | Oliveira, Bárbara Cortella Pereira de |
Membro da Banca: | Palma, Rute Cristina Domingos da |
Membro da Banca: | Zibetti, Marli Lúcia Tonatto |
Membro da Banca: | Nhary, Tânia Marta Costa |
Resumo : | A presente tese versa sobre as retóricas do brincar, identificadas nas concepções e práticas das professoras e da equipe gestora de uma instituição pública de Educação Infantil, da rede municipal de Cuiabá-MT. Objetivou-se identificar as retóricas das brincadeiras que emergem dos documentos oficiais e das concepções e práticas das agentes escolares. Do ponto de vista metodológico, adotou-se o estudo de caso de abordagem qualitativa, fazendo-se uso de análise documental, entrevistas individuais (com professoras, coordenadora pedagógica e diretora), além de observação participante do cotidiano escolar de duas turmas de Educação Infantil, entre o segundo semestre de 2018 e o primeiro semestre de 2019. As observações foram realizadas num diário de campo e, posteriormente, sistematizadas em forma de registros ampliados, conforme orientações de Bogdan e Biklen (1994). Ancorados nos conceitos e nas classificações de Sutton-Smith (2017) quanto às retóricas da brincadeira, encontramos quatro retóricas (progresso, poder, identidade e ausência), que apoiaram as categorias de análises. A análise da relação do brincar e Educação Infantil carrega em seu eixo a discussão da trajetória histórica da referida etapa e sua luta à universalização e acesso. Discute-se o jogo como processo civilizatório a partir de Huizinga (2014), perpassando pelas rubricas de Caillois (1990), sem perdê-lo de vista como uma característica da infância defendida por Château (1986), para que, então, fosse compreendida a relação da brincadeira, trazida por Brougère (1997; 1998; 2011; 2019). Em seguida, a partir do levantamento das teses relacionadas às concepções do brincar, desenvolvidas durante o período de 2014 a 2019, chegou-se ao número de cinco pesquisas que apontam a frágil compreensão do papel da Educação Infantil, ora como espaço assistencialista, ora como vestíbulo do Ensino Fundamental. Na compreensão de que as retóricas se relacionam às influências de um tempo e espaço, identificou-se a brincadeira nos documentos oficiais, na perspectiva de progresso, manifestas no campo escolar, a partir da eleição de brincadeiras como instrumento da aprendizagem, em sua maioria das letras e dos números. Dentro das relações de poder, reproduzidas e produzidas na escola, tanto o controle e permissão da brincadeira, quanto a subversão das crianças se manifestam como retórica do poder. As organizações das crianças por meio de transcrições ocultas, manifestam a retórica da identidade que caracteriza as diversas microssociedades existentes no contexto escolar. As lacunas na formação inicial das participantes refletem uma frágil compreensão dos papeis da Educação Infantil, impedindo a reflexão e a criticidade para os problemas e realidade vigente, que constituem a retórica da ausência. Desta forma, considera-se que o contexto e as condições materiais postas contribuem para a criação e manutenção das retóricas das brincadeiras, incidindo na compreensão equivocada e fragilizada do brincar na escola e, por conseguinte, dos objetivos e especificidades da Educação Infantil. |
Resumo em lingua estrangeira: | This thesis deals with the rhetoric of playing identified in the conceptions and practices of teachers and the management team of a public institution of Childhood Education belonging to the municipal system of Cuiabá-MT. The objective was to identify the rhetoric of playing that emerge from official documents and from the concepts and practices of school agents. From a methodological point of view, a case study with a qualitative approach was adopted, making use of documentary analysis, individual interviews (with teachers, pedagogical coordinator and school principal) in addition to participant observation of the school routine of two classes of Childhood Education, during the second half of 2018, and the first semester of 2019. The observations were recorded in a field diary and, later, systematized in the form of expanded records, according to the guidelines of Bogdan and Biklen (1994). Anchored in the concepts and classifications of Sutton-Smith (2017) regarding the rhetoric of play, we found four rhetorics (progress, power, identity and absence), which supported the analysis categories. The analysis of the relationship between playing and Childhood Education carries with it the discussion of the historical trajectory of Childhood Education and its fight for universalization and access. The game as a civilizing process is discussed from Huizinga (2014), going through the rubles of Caillois (1990), without losing sight of the game as a characteristic of childhood defended by Château (1986), so that, then, it could be understood the relation of the game and education brought by Brougère (1997; 1998; 2011; 2019). Then, from the survey of the productions related to the conceptions of playing developed during the period from 2014 to 2019, a number of five surveys were found that point to the fragile understanding of the role of Childhood Education, sometimes as an assistance space, sometimes as an institution preparing for Elementary School. In the understanding that rhetoric is related to the influences of time and space, playing was identified in official documents, in the perspective of progress that are manifested in the school field, from the election of playing as an instrument of learning, in most of the letters and numbers. Within the power relations, reproduced and produced at school, both the control and permission of play, and the subversion of children who play with their daily lives are manifested as a rhetoric of power. Children’s organizations, through their hidden transcriptions, manifest the rhetoric of identity that characterizes the various micro-societies that exist in the school context. The gaps in the initial training of the participants reflect a weak understanding of the roles of Childhood Education, preventing reflection and criticism about the problems and current reality, which constitute the rhetoric of absences. In this way, it is considered that the context and the material conditions put in place, contribute to the creation and maintenance of the rhetoric of playing, focusing on the mistaken and weakened understanding of playing at school and, therefore, the objectives and specificities of Childhood Education. |
Palavra-chave: | Retóricas do brincar Educação infantil Concepções e práticas |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Rhetoric of playing Childood education Conceptions and practices |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Educação (IE) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Educação |
Referência: | SOUZA, Flora Lima Farias de. As retóricas do brincar no cotidiano escolar: um estudo de caso. 2021. 180 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Educação, Cuiabá, 2021. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/3541 |
Data defesa documento: | 7-Apr-2021 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - IE - PPGE - Teses de doutorado |
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