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Tipo documento: Tese
Título: Tempo e temporalidade na política de currículo organizado por ciclos de formação humana – Escola Sarã (Cuiabá - MT)
Autor(es): Moura, Jucilene Oliveira de
Orientador(a): Oliveira, Ozerina Victor de
Coorientador: Santomé, Jurjo Torres
Membro da Banca: Pavan, Ruth
Membro da Banca: Leite, Maria Cecilia Lorea
Membro da Banca: Passos, Luiz Augusto
Membro da Banca: Costa, Hugo Heleno Camilo
Membro da Banca: Monteiro, Filomena Maria de Arruda
Resumo : Esta pesquisa constitui-se a partir da análise da política de currículo organizado por ciclos de formação humana da rede pública municipal de ensino de Cuiabá-MT, a Escola Sarã no período de 2000 a 2016. Busca-se responder como se configuram as disputas e os conflitos entre suas diferentes temporalidades? Como os professores, gestores da escola e mães/responsáveis por alunos vivenciam as implicações entre tempo e temporalidade no currículo organizado por ciclos de formação humana? Quais seus desdobramentos para esta política e para o desenvolvimento humano dos estudantes? O objetivo central é compreender as implicações entre tempo e temporalidade na política de currículo organizado por ciclos desta rede de ensino. Articulamos a abordagem do ciclo de política (BOWE e BALL; BALL; BALL, MAGUIRE e BRAUN) à compreensão da política de currículo como prática de significação (LOPES e MACEDO; MACEDO) Fundamenta-se nos estudos de Pineau; Elias; Arroyo; Gimeno Sacristán e Torres Santomé para compreender as implicações entre tempo e temporalidade na política curricular. A coleta de dados compõe-se por meio de estudo bibliográfico, análise documental, observação não participante, e pelas vozes de professores, gestores da escola e mães/responsáveis por alunos e alunas, coletadas por meio de entrevistas semiestruturadas. Os dados sinalizam que o currículo organizado por ciclos de formação humana confronta-se com a lógica da escola seriada buscando suas referências em princípios éticos mais democráticos de igualdade de direitos, com vistas a garantir aos alunos e alunas, o conhecimento, respeitando suas especificidades, em seus aspectos temporais, mentais e culturais. A ideia de um tempo linear, universal, etnocêntrico e totalitário confronta-se com as temporalidades diversas existentes nas relações escolares. A política de ciclos tenciona o debate sobre o direito universal à educação básica e evidencia a necessidade da discussão sobre a organização do tempo escolar como ponto nefrálgico nos sistemas educativos. Impõe-se pensar o tempo em suas diferentes dimensões, ou seja, física, bio-psíquica, social e fenomenológica, assim como as suas implicações para as práticas curriculares. Trata-se de considerar o intercruzamento dos tempos escolares e não escolares, tempos de socialização e de ensino, tempos regulados e tempos vividos e, de tempos que tenham sentido para os alunos e alunas. Anunciam-se os conflitos entre lógicas temporais, disputando o mesmo espaço. Essa arena de disputas se configura a partir da lógica do tempo chronos, o tempo quantitativo, o tempo do relógio, passível de ser medido e controlado. O tempo se constitui como elemento estrutural e estruturante da cultura escolar, que organizam os atos e, regulam os processos e os tempos de formação. A lógica do tempo Kairós, o tempo cíclico, o tempo da vida ou os tempos humanos, permite pensar tempos com fluxos contínuos, não linear, impossíveis de serem mensurados e controlado. É um tempo do devir, que não permite certezas. Os ciclos de formação humana se apresentam como tentativa de ruptura com a lógica do tempo universal, o tempo do relógio, ou, o tempo da exata medida. Pressupõem- se o respeito às diferentes temporalidades, ou seja, busca compreender e valorizar as diferentes experiências de ser/estar no tempo de cada sujeito, aproxima-se do tempo kairós, um tempo qualitativo, com promessa de sentido para cada aluno e aluna. Considera-se que as diferentes temporalidades não são passíveis de sincronização, assim como não é possível sincronizar subjetividades e tão pouco as aprendizagens. No que consiste as condições objetivas para efetivação da política de ciclos na rede pública de ensino do município de Cuiabá, sinaliza-se que não houve investimentos nas condições necessárias para o rompimento com a lógica temporal instituída. Evidenciam-se desdobramentos teórico-metodológicos que se contrapõem aos princípios da formação humana. Destacam-se carência na formação docente, sistema de contratação de professores/professoras que inviabilizam consolidar práticas que promovam o desenvolvimento humano. Ademais, o sistema de avaliação em larga escala e a política que fomenta uma Base Nacional Comum Curricular são antagônicos aos pressupostos dos ciclos de formação humana, desvirtuando o foco no respeito e valorização das diversas temporalidades.
Resumo em lingua estrangeira: This research is constituted from the analysis of the curriculum policy organized by human education cycles of the public school system in Cuiabá-MT, the Sarã School, from 2000 to 2016. It seeks to answer: how are disputes and conflicts configured between their different temporalities? How do teachers, school managers and mothers / guardians of students experience the implications between time and temporality in the curriculum organized by cycles of human formation? What are its consequences for this policy and for the human development of students? The central objective is to understand the implications between time and temporality in the curriculum policy organized by cycles of this education network. We articulate the policy cycle approach (BOWE; BALL; BALL; BALL; MAGUIRE; BRAUN) to the understanding of curriculum policy as a practice of meaning (LOPES; MACEDO; MACEDO). It is based on the studies of Pineau, Elias, Arroyo, Gimeno Sacristán, and Torres Santomé to understand the implications between time and temporality in the curriculum policy. Data collection consists of bibliographic study, document analysis, non-participant observation, and the voices of teachers, school managers and mothers / guardians of students, collected through semi-structured interviews. The data indicate that the curriculum organized by human formation cycles is confronted with the logic of the serial school, seeking its references in more democratic ethical principles, of equal rights, with a view to guaranteeing knowledge to students, respecting their specificities, in their temporal, mental and cultural aspects. The idea of a linear, universal, ethnocentric and totalitarian time is confronted with the diverse temporalities existing in school relations. The cycle policy intends to debate the universal right to basic education and highlights the need for a discussion on the organization of school time as a nephralgic point in education systems. It is necessary to think about time in its different dimensions, that is, physical, bio-psychological, social and phenomenological, as well as its implications for curricular practices. It is about considering the intercrossing of school and non-school times, times of socialization and teaching, regulated times and lived times, and of times that have meaning for students. Conflicts between temporal logics are announced, disputing the same space. This arena of disputes is based on the logic of chronos time, quantitative time, clock time, which can be measured and controlled. Time constitutes a structural and structuring element of school culture, which organizes acts and regulates formation processes and times. The logic of kairós time, cyclical time, life time or human times, allows us to think of times with continuous, non-linear flows, impossible to be measured and controlled. It is a time of becoming, which does not allow for certainty. The cycles of human formation are presented as an attempt to break with the logic of universal time, the time of the clock, or the time of the exact measurement. Respect for different temporalities is assumed, that is, it seeks to understand and value the different experiences of being in the time of each subject, which approaches the kairós time, a qualitative time, with promise of meaning for each student. It is considered that the different temporalities are not susceptible to synchronization, just as it is not possible to synchronize subjectivities and neither learning. Regarding the objective conditions for implementing the cycle policy in the public school system in the city of Cuiabá, it is clear that there were no investments in the necessary conditions to break with the established temporal logic. Theoretical and methodological developments are evident that are opposed to the principles of human formation. We highlight the lack of teacher training and the hiring system of teachers, which make it impossible to consolidate practices that promote human development. In addition, the large-scale assessment system and the policy that fosters a Common National Curriculum Base are antagonistic to the assumptions of human training cycles, distorting the focus on respect and appreciation of different temporalities.
Palavra-chave: Tempo
Temporalidade
Políticas de currículo
Ciclos de formação humana
Escola Sarã
Palavra-chave em lingua estrangeira: Time
Temporality
Curriculum policies
Human formation cycles
Sarã school
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Instituto de Educação (IE)
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Referência: MOURA, Jucilene Oliveira de. Tempo e temporalidade na política de currículo organizado por ciclos de formação humana – Escola Sarã (Cuiabá - MT). 2020. 203 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Educação, Cuiabá, 2020.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/3992
Data defesa documento: 28-Feb-2020
Aparece na(s) coleção(ções):CUC - IE - PPGE - Teses de doutorado

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