Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://ri.ufmt.br/handle/1/5298
Tipo documento: | Dissertação |
Título: | Complexos miméticos em cobras-corais em uma região do Pantanal Norte (Fazenda Retiro Novo, Poconé - MT) e em uma área de Cerrado (Parque Nacional Chapada dos Guimarães - MT) |
Autor(es): | Alvarenga, Gabriela do Valle |
Orientador(a): | Curcio, Felipe Franco |
Coorientador: | Banci, Karina Rodrigues da Silva |
Membro da Banca: | Curcio, Felipe Franco |
Membro da Banca: | Strüssmann, Christine |
Membro da Banca: | Tozetti, Alexandro Marques |
Membro da Banca: | Moreira, Leonardo Felipe Bairos |
Resumo : | A existência de complexos miméticos envolvendo espécies de cobras-corais venenosas e não venenosas na região Neotropical é um tema controverso, explorado na literatura desde meados do século XIX. Neste contexto, estudos experimentais envolvendo o uso de réplicas de massa de modelar que reproduzem os diferentes padrões de cor de corais verdadeiras e falsas são abordagens recorrentes para quantificar e comparar taxas de predação por parte de predadores visualmente orientados que, ao atacar as réplicas, deixam sobre elas impressões de suas mandíbulas. Embora a maioria destes estudos tenha corroborado a hipótese de que os padrões aposemáticos são geralmente menos atacados do que os não aposemáticos, não há nenhum trabalho que aborde o problema tomando em conta variações sazonais do clima em regiões com estações seca e chuvosa bem marcadas. O presente estudo aborda os complexos miméticos de cobras-corais numa área de Cerrado em Chapada dos Guimarães, MT, e numa área da planície inundável do Pantanal, nas imediações de Poconé, MT, ambas no centro-oeste do Brasil. As duas áreas são caracterizadas por clima sazonal e paisagens abertas, com o Pantanal se destacando por um regime de cheias que restringe muito as áreas de vida das espécies terrestres em boa parte do ano. O esforço amostral consistiu do uso de 760 réplicas reproduzindo a cor das espécies de corais falsas e verdadeiras mais frequentes em cada uma das áreas, bem como de espécies monocromáticas de cor marrom (grupo controle), distribuídas em seis campanhas de campo realizadas ao longo de um ano. Para analisar os dados, foram empregadas análises de Qui-quadrado, comparando os padrões de coloração das réplicas par a par, bem como análises de Regressão Logística Binária, para estimar a influência da coloração nas taxas de predação e as probabilidades de cada um dos padrões de cor sofrerem ataques. Os resultados sugerem que (1) tanto no Cerrado, quanto no Pantanal, as aves representam o principal grupo de predadores que atacaram as réplicas, seguidas por mamíferos, e em seguida por lagartos; (2) em contraste com a imensa maioria dos estudos anteriores, as réplicas monocromáticas sofreram menos ataques de predadores do que as réplicas aposemáticas; (3) a incidência de ataques às réplicas em Chapada dos Guimarães é extremamente baixa (em torno de 3.3%), seguindo o padrão de estudos semelhantes em outras localidades do mesmo Domínio (cerca de 6%), e (4) no Pantanal, o padrão das taxas de predação é oposto ao da imensa maioria dos estudos anteriores, com o padrão do modelo tóxico sofrendo taxas de predação distintamente maiores do que os demais (mímicos e grupo controle). Embora no Cerrado os resultados sejam inconclusivos e apontem a necessidade de esforço amostral maior no que se refere ao número de réplicas utilizadas aqui, no Pantanal os resultados sugerem a influência do regime de cheias, não só nas taxas elevadas de predação, mas também na falta de seletividade dos predadores visualmente orientados. Fatores como alta concentração de presas e predadores durante a estação das cheias, a abundância relativa de modelos e mímicos, bem como a maior detectabilidade das corais por predadores de visão acurada, podem explicar a ineficiência do estabelecimento de complexos miméticos ao menos em escala local. Experimentos semelhantes em outras localidades da planície pantaneira devem ajudar a esclarecer esta questão. |
Resumo em lingua estrangeira: | Since the XIXth century, the existence of mimicry complexes among poisonous and non- poisonous coralsnakes in the Neotropical region has stimulated controversial discussions in the literature. In this context, experimental studies employing plasticine replicas of the several coralsnake patterns represent classical approaches aiming to quantify and compare predation rates by different kinds of predators. In addition, the method allows identifying predator categories (e.g., birds and mammals) based on the general aspects of the jaw prints left on the replicas at each predation attempt. Although most of these works have corroborated the protective character of coralsnakes color, the literature lacks studies focused on the problem, but taking climatic parameters into account. Herein, I used plasticine replicas to approach coralsnakes mimicry complexes in two different sites, one in the Cerrado Domain, at Chapada dos Guimarães National Park, and the other in the Pantanal floodplain, municipality of Poconé, both in Mato Grosso state, Midwest Brazil. The vegetation of these areas is mostly represented by open formations and the climate is typically seasonal, with the Pantanal exhibiting a flooding cycle that restricts the habitats of terrestrial species for a long period throughout the year. The sampling effort consisted of 760 plasticine replicas representing the color pattern of the most common coralsnake species in each one of the areas, as well as monochromatic (uniform brown) replicas as the control group. The replicas were distributed in the field throughout six field campaigns undertaken in the period of one year. Statistical analyses of the data included Chi-squared tests to perform pairwise comparisons of predation rates among color patterns, and Binomial Logistic Regressions to estimate the effect of coloration in the general predation rates, as well as the probabilities of each one of the color patterns to suffer attacks. My results suggest that (1) birds represent the most frequent predators in both areas, respectively followed by mammals and lizards; (2) in both study sites, in contrast with most previous studies, the monochromatic replicas suffered a sensibly smaller number of attacks by virtually all predator categories than the aposematic replicas; (3) the very low incidence of attacks in the Cerrado of Chapada dos Guimarãesa (3.3%) follows the general patterns of similar studies in the same domain (nearly 6%), and (4) in the Pantanal, the pattern of predation rates is the opposite that those of most previous studies, with the replicas representing the toxic model receiving the largest rates of predation in comparison with all other patterns (non-toxic mimics and monochromatic replicas). Although we consider our results from the Cerrado inconclusive requiring larger sampling efforts, or results in the Pantanal suggest that the flooding regime may lead, not only to higher predation rates, but also to lower selectivity by visually oriented predators. Factors as the high concentrations of terrestrial predators and preys during the flooding season, the relative abundance of toxic models and mimics, and the higher detectability of coralsnakes by predators with accurate vision may help explaining the apparent inefficiency of the establishment of mimicry complexes, at least at local perspective. Additional experiments in other localities of the Pantanal floodplain would be welcome to clarify the problem. |
Palavra-chave: | Aposematismo Mimetismo Serpentes Cobra-coral |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Aposematic Mimicry Snake Coral snake |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ZOOLOGIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Biociências (IB) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Zoologia |
Referência: | ALVARENGA, Gabriela do Valle. Complexos miméticos em cobras-corais em uma região do Pantanal Norte (Fazenda Retiro Novo, Poconé- MT) e em uma área de cerrado (Parque Nacional Chapada dos Guimarães - MT). 2020. 77 f. Dissertação (Mestrado em Zoologia) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá, 2020. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/5298 |
Data defesa documento: | 2-Feb-2020 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC – IB – PPGZOO – Dissertações de mestrado |
Arquivos deste item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
DISS_2020_Gabriela do Valle Alvarenga.pdf | 1.58 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.