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http://ri.ufmt.br/handle/1/5967
Tipo documento: | Dissertação |
Título: | Violências contra mulheres negras : significações e ativismo dos movimentos de mulheres negras em Cuiabá-MT |
Autor(es): | Lima, Simone Aparecida Ribeiro |
Orientador(a): | Palos, Doutora Cassia Maria Carraco |
Membro da Banca: | Oliveira, Ligia Regina de |
Membro da Banca: | Rocon, Pablo Cardozo |
Membro da Banca: | Barbosa, Maria Inês da Silva |
Resumo : | A violência contra as mulheres negras no Brasil é uma das principais expressões de desigualdades raciais, oprimindo, excluindo e colocando-as em condição vulnerada em todos os espaços da sociedade. Os dados do Atlas da Violência 2020 mostram que no ano de 2018 uma mulher foi assassinada no Brasil a cada duas horas, totalizando 4.519 vítimas, dessas 68% eram negras. A violência contra as mulheres negras é um problema de saúde que impacta negativamente os serviços de saúde, além de ser uma violação dos direitos humanos. O racismo é um agravante que dificulta o acesso e a qualidade do atendimento dos serviços de saúde, reconhecer o racismo como um determinante social é fundamental para superar e enfrentar a desigualdade racial no SUS. Trata-se de uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, que busca investigar as relações sociais e o cotidiano das mulheres negras pertencentes a Movimentos de Mulheres Negras de Cuiabá-MT, com o objetivo de compreender como as mulheres negras em Cuiabá-MT se organizam e realizam seu ativismo e práticas de mobilização para o enfrentamento das violências sofridas por elas. Para a análise dos dados utilizamos o conceito de interseccionalidade, que enfatiza essencialmente as intersecções de “raça” e de “gênero”, abordando também classe, pois esta contribui para estruturar as experiências das mulheres negras, colaborando para compreender as múltiplas fontes da identidade dessas mulheres. Participaram da pesquisa seis mulheres negras pertencentes a três Movimentos de Mulheres Negras de Cuiabá-MT (MMNC), sendo: o Instituto de Mulheres Negras de Mato Grosso (IMUNE), a Frente Feminista da UFMT e o Coletivo de Mulheres Negras (COMUN). Sabe-se que na sociedade brasileira há muita dificuldade em reconhecer o racismo como agravante das vulnerabilidades da população negra, dificultando a elaboração de políticas públicas que minimizem o efeito do racismo sobre essa população (MUNANGA, 1996). Considerando que as mulheres negras são a maioria da população feminina em Cuiabá-MT, e que a violência é superior nesse grupo populacional, torna-se indispensável à criação de estratégias de promoção da igualdade de “gênero” e de “raça” aliadas ao enfrentamento da violência, tais medidas devem contemplar as diferenças reais entre essas mulheres, conciliando as políticas públicas às necessidades das mulheres negras. Um grande desafio é desvelar o panorama do atendimento à mulher negra e sensibilizar as instituições de saúde e suas equipes da importância de fomentar o debate sobre racismo e saúde em todos os segmentos de atendimento dos serviços de saúde no território brasileiro. Por outro lado, na medida em que cresce a violência contra as mulheres negras, cresce também o número de mulheres negras que se organizam em movimentos, se reinventando para o enfrentamento do racismo e da violência, sendo propositivas e não só reativas. “O invisível, ao se tornar visível, dá espaço para a organização e para a luta” (GOHN, 2020). |
Resumo em lingua estrangeira: | Violence against black women in Brazil is one of the main expressions of racial inequalities, oppressing, excluding, and placing them in a vulnerable condition in all spaces of society. Data from the Atlas of Violence 2020 show that in the year 2018 a woman was murdered in Brazil every two hours, totaling 4,519 victims, of these 68% were black. Violence against black women is a health problem that negatively impacts health services, besides being a violation of human rights. Racism is an aggravating factor that hinders access to and quality of care in health services, recognizing racism as a social determinant is fundamental to overcome and confront racial inequality in the SUS. This is exploratory research of qualitative approach, which seeks to investigate the social relations and the daily lives of black women belonging to Black Women's Movements in Cuiabá-MT, in order to understand how black women in Cuiabá-MT organize themselves and perform their activism and mobilization practices to confront the violence suffered by them. To analyze the data, we used the concept of intersectionality, which essentially emphasizes the intersections of "race" and "gender", also addressing class, as this contributes to structuring the experiences of black women, collaborating to understand the multiple sources of identity of these women. Six black women belonging to three Black Women's Movements in Cuiabá-MT (MMNC) participated in the research, namely: the Institute of Black Women of Mato Grosso (IMUNE), the Feminist Front of the UFMT and the Black Women's Collective (COMUN). It is known that in Brazilian society there is great difficulty in recognizing racism as aggravating the vulnerabilities of the black population, making it difficult to develop public policies that minimize the effect of racism on this population (MUNANGA, 1996). Considering that black women are the majority of the female population in Cuiabá-MT, and that violence is higher in this population group, it is essential to create strategies to promote equality of "gender" and "race" allied to the confrontation of violence. Such measures must consider the real differences between these women, reconciling public policies with the needs of black women. A major challenge is to unveil the panorama of care for black women and sensitize health institutions and their teams to the importance of fostering the debate on racism and health in all segments of health care services in Brazil. On the other hand, as violence against black women grows, so does the number of black women who organize themselves into movements, reinventing themselves to confront racism and violence, being proactive and not just reactive. "The invisible, by becoming visible, makes room for organization and struggle" (GOHN, 2020). |
Palavra-chave: | Racismo Violência Saúde Gênero |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Racism Violence Health Gender |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Saúde Coletiva (ISC) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Referência: | LIMA, Simone Aparecida Ribeiro. Violências contra mulheres negras: significações e ativismo dos movimentos de mulheres negras em Cuiabá-MT. 2022. 112 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Saúde Coletiva, Cuiabá, 2022. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/5967 |
Data defesa documento: | 20-Apr-2022 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - ISC - PPGSC - Dissertações de mestrado |
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