Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://ri.ufmt.br/handle/1/6298
Tipo documento: Dissertação
Título: Apomixia autônoma e pseudogâmica em angiospermas : distribuição e relação com o tecido de reserva da semente
Autor(es): Ferreira, Jessico
Orientador(a): Caetano, Ana Paula de Souza
Membro da Banca: Caetano, Ana Paula de Souza
Membro da Banca: Silva, Ana Kelly Koch Araujo
Membro da Banca: Oliveira, Paulo Eugênio
Membro da Banca: Guerreiro, Sandra Maria Carmello
Resumo : A apomixia consiste na reprodução assexuada por meio de sementes. Nos apomíticos, diferentes mecanismos levam ao desenvolvimento autônomo do embrião. Entretanto, a polinização pode ser necessária para formação de sementes viáveis (pseudogamia), principalmente devido a necessidade de fecundação dos núcleos polares para formação do endosperma. Na apomixia autônoma as plantas são totalmente independentes da polinização para formação de sementes, e o endosperma é geralmente produzido de forma autônoma. A ausência de dados compilados sobre a apomixia autônoma e pseudogâmica entre as angiospermas, dificulta entender como estes estados estão distribuídos no grupo, o quão frequente é cada condição e como elas estão relacionadas aos diferentes mecanismos de apomixia e modos de desenvolvimento do endosperma. Neste contexto, este estudo objetivou esclarecer como a apomixia autônoma e pseudogâmica estão distribuídas entre as angiospermas, elucidando-se também o(s) tipo(s) de apomixia (esporofítica, diplosporia e/ou aposporia) registrado(s) nestes táxons. Além disso, buscou-se verificar se existe uma correlação entre apomixia autônoma e pseudogâmica e o tipo de semente quanto à permanência do endosperma em sua maturidade (endospérmica e não endospérmica). A apomixia autônoma é exibida em pelo menos 111 gêneros pertencentes à 47 famílias. A pseudogamia, em 79 gêneros de 23 famílias. As duas condições coocorrem em 19 gêneros/18 famílias. Apomíticos autônomos e pseudogâmicos estão distribuídos de forma difusa entre as angiospermas, mas a pseudogamia não é registrada entre as magnoliídeas. Asteraceae, Melastomataceae e Orchidaceae apresentam o maior número de gêneros com apomixia autônoma, enquanto Poaceae e Rosaceae, o maior número daqueles pseudogâmicos. Entre os apomíticos autônomos, a apomixia esporofítica, seguida pela aposporia, são os tipos mais frequentes de apomixia. Entre os pseudogâmicos destacam-se a aposporia e, novamente, a apomixia esporofítica. Mais de 75% dos gêneros onde a apomixia autônoma é registrada exibem sementes maduras não endospérmicas. Por outro lado, mais de 68% dos gêneros com pseudogamia têm sementes endospérmicas. Essas condições – apomixia autônoma e sementes não endospérmicas e pseudogamia e sementes endospérmicas, estão correlacionadas. Este estudo ressalta que a apomixia autônoma tem sido subestimada na literatura, sendo muito mais frequente do que previamente indicado. Além disso, apesar de algumas tendências, os três tipos de apomixia são registrados em gêneros com apomixia autônoma e naqueles com pseudogamia. Por fim, características do desenvolvimento da semente exibida por determinados grupos, entre elas um endosperma efêmero ou não funcional e a utilização de tecidos do óvulo no crescimento embrionário, podem ser entendidas com pré-adaptações à apomixia autônoma, que devem ter facilitado a evolução dessa condição em algumas famílias.
Resumo em lingua estrangeira: Apomixis consists of asexual reproduction through seeds. Different mechanisms lead to the autonomous embryo development in apomictics. However, pollination may be necessary (pseudogamy) due to the need for fertilization of the polar nuclei to form the endosperm. In autonomous apomixis, plants are completely independent of pollination for seed formation, and the endosperm is generally produced autonomously. The lack of consolidated data concerning autonomous and pseudogamous apomixis within the realm of angiosperms poses a challenge in elucidating the distribution patterns, prevalence rates, and interrelationships of these states within the taxonomic group. This knowledge gap hinders comprehensive insights into the diverse mechanisms of apomixis and the various modalities of endosperm development. This study aimed to clarify how autonomous and pseudogamous apomixis are distributed among angiosperms and elucidate the type(s) of apomixis (sporophytic, diplospory and/or apospory) recorded in these taxa. Additionally, potential correlation between autonomous and pseudogamous apomixis and the type of seed regarding the permanence of the endosperm at maturity were assessed. Autonomous apomixis is exhibited in at least 111 genera belonging to 47 families. Pseudogamy was found in 79 genera from 23 families. The two conditions cooccur in 19 genera/18 families. Autonomous and pseudogamous apomicts are diffusely distributed among angiosperms, but pseudogamy is not recorded in magnoliids. Asteraceae, Melastomataceae and Orchidaceae have the largest number of genera with autonomous apomixis, while Poaceae and Rosaceae have the largest number of pseudogamous ones. Among autonomous apomictics, sporophytic apomixis, followed by apospory, are the most frequent types of apomixis. Among the pseudogamous, apospory and sporophytic apomixis stand out. More than 75% of genera where autonomous apomixis is recorded exhibit mature nonendospermic seeds. On the other hand, more than 68% of genera with pseudogamy have endospermic seeds. These conditions – autonomous apomixis and non-endospermic seeds, and pseudogamy and endospermic seeds, are correlated. This study highlights that autonomous apomixis has been underestimated in the literature, being much more frequent than previously indicated. The three types of apomixis are recorded in genera with autonomous apomixis and in those with pseudogamy. Finally, characteristics of seed development exhibited by certain groups can be understood as pre-adaptations to autonomous apomixis. These include an ephemeral or non-functional endosperm and the use of ovule tissues in embryonic growth, which must have facilitated the evolution of this condition in some families.
Palavra-chave: Endosperma
Pseudogamia
Sementes endospérmicas
Sementes não endospérmicas
Palavra-chave em lingua estrangeira: Endosperm
Endospermic seeds
Non-endospermic seeds
Pseudogamy
CNPq: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::BIOLOGIA GERAL
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Instituto de Biociências (IB)
Programa: Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal
Referência: FERREIRA, Jessico. Apomixia autônoma e pseudogâmica em angiospermas: distribuição e relação com o tecido de reserva da semente. 2023. 65 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/6298
Data defesa documento: 7-Jul-2023
Aparece na(s) coleção(ções):CUC – IB – PPGBV – Dissertações de mestrado

Arquivos deste item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DISS_2023_Jessico Ferreira.pdf1.4 MBAdobe PDFVer/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.