Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://ri.ufmt.br/handle/1/6353
Tipo documento: | Dissertação |
Título: | "Primeiro teria que abrir uma aba na escola, para a gente ter esse tipo de conversa" : representações sociais de adolescentes estudantes sobre a prática de autolesão |
Autor(es): | Araujo, Karine dos Santos |
Orientador(a): | Andrade, Daniela Barros da Silva Freire |
Membro da Banca: | Andrade, Daniela Barros da Silva Freire |
Membro da Banca: | Teibel, Érica Nayla Harrich |
Membro da Banca: | Cotrin, Jane Teresinha Domingues |
Membro da Banca: | Ferreira, Sandra Lúcia |
Resumo : | A partir da perspectiva psicossocial sobre adolescentes, busca-se neste estudo caracterizar a "adolescência" como uma invenção cultural, sendo um modo de ser e estar no mundo orientado pelo contexto cultural. Neste intento, o presente trabalho tem como objetivo compreender quais as representações sociais sobre autolesão para adolescentes estudantes de escolas públicas estaduais, da cidade de Cuiabá-MT. Para isso, o estudo ancora-se na Teoria das Representações Sociais, por meio de um olhar psicossocial para um fenômeno complexo. Para tanto, recorre às discussões acerca da Construção Social da Adolescência, presente nos estudos de Bock (2004, 2007), Koshino (2011), Groppo (2017), Leal e Facci (2014) em contraposição a uma perspectiva que anuncia a adolescência como uma fase natural do desenvolvimento humano. Além disso, o estudo assume a perspectiva de produção de dados, a qual entende que os dados de pesquisa não são coletados, mas sim construídos em conjunto com os participantes. Nesse sentido, foram entrevistados 8 adolescentes, com idades entre 15 e 18 anos, sendo 5 meninas e 3 meninos, estudantes dos três anos do Ensino Médio, de 3 escolas da rede estadual, localizadas em Cuiabá, Mato Grosso, os quais não possuíam histórico de prática de autolesão. Devido ao contexto de pandemia de covid-19, a pesquisa foi desenvolvida em ambiente remoto, por meio do software Skype. Ademais, o WhatsApp também foi utilizado como instrumento mediador na relação entre pesquisadora e participantes. Como instrumentos de produção de dados, utilizou-se de entrevista semiestruturada, cujo roteiro propôs a técnica "A vida um por fio” (ANDRADE, SANTOS, LOPES, 2017), como mediadora na produção de narrativas e para compreensão e análise das objetivações das representações sociais anunciadas. Os dados foram analisados a partir da Análise de Conteúdo, conforme Bardin (1977). Dessa forma, os dados foram primeiro descritos, a partir do critério semântico e, posteriormente, analisados considerando a frequência das respostas. Apresenta-se as seguintes categorias: 1. Do não familiar à autolesão como psicopatologia; 2. A responsabilização do sujeito pelo sofrimento psíquico; 3. “O não lugar” da adolescência; 4. A ausência de espaços de escuta; 5. O acolhimento e o sofrimento dos pares; 6. "Abrir uma aba na escola": a potência de uma escola acolhedora; e 7. O lugar da internet e das mídias sociais. Ainda, acerca das produções imagéticas, realizadas por meio da técnica “A vida por um fio”, as metáforas produzidas foram assim categorizadas: 1. Sentimentos; 2. Causas; 3. Superação; e 4. A cicatriz como representação do Ato em si. Estas possibilitaram identificar as objetivações das representações sociais das/os adolescentes acerca das práticas de autolesão. Ademais, a fala anunciada pelas/os adolescentes apresenta a compreensão acerca de suas vivências de forma complexa, estabelecendo diálogo com os saberes sociais e problematizando suas vivências, possibilitando ainda que estes falassem a partir de sua perspectiva acerca do fenômeno da autolesão. Pode-se perceber que as ancoragens acerca do objeto estão centradas em uma perspectiva médica e amplamente difundida no universo reificado. Porém, ao mesmo tempo, as/os adolescentes demonstraram ter consciência da situação social de desenvolvimento em que se encontram, citando ainda que tal fase do desenvolvimento pode incidir em sofrimento psíquico, o que se caracteriza como polifasia cognitiva, quando sujeitos operam por diferentes saberes e formas de pensamento. Por fim, também foi possível refletir sobre o potencial formativo da escola que, ao caracterizar-se como espaço promotor de saúde mental, pode privilegiar o desenvolvimento de processos de significação da realidade no interior de grupos sociais. |
Resumo em lingua estrangeira: | From the psychosocial perspective on adolescents, this study seeks to characterize "adolescence" as a cultural invention, being a way of being in the world guided by the cultural context. In this attempt, the present work aims to understand which are the social representations about self-injury for adolescent students of state public schools, in the city of Cuiabá-MT. For this, the study is anchored in the Theory of Social Representations, through a psychosocial look at a complex phenomenon. To this end, it resorts to discussions about the Social Construction of Adolescence, present in the studies of Bock (2004, 2007), Koshino (2011), Groppo (2017), Leal and Facci (2014) as opposed to a perspective that announces adolescence as a natural phase of human development. In addition, the study assumes the perspective of data production, which understands that research data are not collected, but constructed together with the participants. In this sense, 8 adolescents were interviewed, aged between 15 and 18 years old, 5 girls and 3 boys, students of the three years of high school, from 3 schools of the state network, located in Cuiabá, Mato Grosso, who had no history self-injury practice. Due to the context of the covid-19 pandemic, the survey was carried out in a remote environment, using the Skype software. Furthermore, WhatsApp was also used as a mediating tool in the relationship between researcher and participants. As data production instruments, a semi-structured interview was used, whose script proposed the technique "A vida um por fio" (ANDRADE, SANTOS, LOPES, 2017), as a mediator in the production of narratives and for understanding and analyzing the objectivations of the announced social representations. The data were analyzed from the Content Analysis, according to Bardin (1977). Thus, the data were first described, from the semantic criterion and, later, analyzed considering the frequency of the answers. following categories: 1. From the unfamiliar to self-injury as psychopathology; 2. The subject's responsibility for psychic suffering; 3. "The non-place" of adolescence; 4. The absence of listening spaces; 5. The acceptance and suffering of peers; 6. "Opening a tab at school": the power of a welcoming school; and 7. The place of the internet and social media. as met Produced ephors were categorized as follows: 1. Feelings; 2. Causes; 3. Overcoming; and 4. The scar as a representation of the Act itself. These made it possible to identify the objectivations of the adolescents' social representations about self-injury practices. Furthermore, the speech announced by the adolescents presents the understanding about their experiences in a complex way, establishing a dialogue with social knowledge and problematizing their experiences, also allowing them to speak from their perspective about the phenomenon of self-injury. It can be seen that the anchorages about the object are centered on a medical perspective and widely disseminated in the reified universe. However, at the same time, the adolescents demonstrated to be aware of the social development situation in which they find themselves, mentioning that this phase of development can affect psychic suffering, which is characterized as cognitive polyphasia, when subjects operate by different knowledge and ways of thinking. Finally, it was also possible to reflect on the formative potential of the school, which, by being characterized as a space that promotes mental health, can favor the development of processes of meaning of reality within social groups. |
Palavra-chave: | Educação Representações sociais Adolescência Autolesão |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Education Social eepresentations Adolescence Self-injury |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Educação (IE) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Educação |
Referência: | ARAUJO, Karine dos Santos. "Primeiro teria que abrir uma aba na escola, para a gente ter esse tipo de conversa": representações sociais de adolescentes estudantes sobre a prática de autolesão. 2022. 125 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Educação, Cuiabá, 2022. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/6353 |
Data defesa documento: | 25-Jul-2022 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - IE - PPGE - Dissertações de mestrado |
Arquivos deste item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
DISS_2022_Karine dos Santos Araujo.pdf | 3.33 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.