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http://ri.ufmt.br/handle/1/6545
Tipo documento: | Dissertação |
Título: | O treinamento de força associado à tarefa cognitiva melhora o balanço oxidativo, perfil inflamatório, capacidade cognitiva e função física de idosos institucionalizados |
Autor(es): | Araújo, Erivaldo Machado |
Orientador(a): | Aguiar, Samuel da Silva |
Membro da Banca: | Aguiar, Samuel da Silva |
Membro da Banca: | Coelho Junior, Hélio José |
Membro da Banca: | Prado, Alexandre Konig Garcia |
Resumo : | Introdução: O envelhecimento populacional, aliado ao aumento da expectativa de vida, tem contribuído para o crescimento de doenças relacionadas à idade, resultando em declínio físico e cognitivo em idosos. Este fenômeno está associado a uma variedade de consequências negativas para a saúde, tais como incapacidade de realizar tarefas diárias, quedas e demência. O estresse oxidativo e a inflamação crônica são fatores chave nas doenças relacionadas ao envelhecimento. Embora o treinamento de força seja reconhecido como benéfico para combater essas condições, um modelo de intervenção que está ganhando destaque é o exercício de dupla tarefa, que integra simultaneamente tarefas motoras e cognitivas. No entanto, ainda são escassos os estudos que exploram a eficácia do treinamento de força de dupla tarefa em idosos institucionalizados. Além disso, a possível interação entre força muscular, função física, capacidade cognitiva, parâmetros clínicos e marcadores de estresse oxidativo e inflamação crônica em idosos institucionalizados carece de investigação. Por fim, os efeitos do destreinamento nessa população ainda precisam ser investigados. Objetivo: investigar os efeitos do treinamento de força de dupla tarefa e do destreinamento sobre a função física, capacidade cognitiva, parâmetros clínicos, marcadores de estresse oxidativo e inflamação crônica de idosos institucionalizados. Materiais e Métodos: 11 Idosos (6 mulheres, 5 homens) com idade média de 83,0±8,1 foram recrutados por meio de contato direto. O presente estudo foi realizado durante 41 semanas. As avaliações (função física, capacidade cognitiva, parâmetros clínicos, marcadores de estresse oxidativo e inflamação crônica) ocorreram nas semanas 1, 14, 28 e 41. As semanas 2 a 13, foram usadas como momento de controle (atividades de rotina), enquanto o protocolo de treinamento de força associado à tarefa cognitiva ocorreu da semana 16 à semana 27. Da semana 29 até a semana 40 foi o período de destreinamento. As variáveis dependentes foram coletadas antes, e depois do momento controle, treinamento e destreinamento. Foram elas: função física pela performance no Short Physical Performance Battery (SPPB); capacidade cognitiva pelos testes de (i) Mini-Exame de Estado Mental (MEEM), (ii) Teste do Desenho do Relógio (TDR) e, (iii) teste de fluência verbal; parâmetros clínicos pela análise do perfil lipídico, função renal e glicemia; força muscular; estresse oxidativo pela catalase (CAT), óxido nítrico (ON) e TBARS e; perfil inflamatório pela IL-10 e TNF-α. O programa de treinamento ocorreu entre as semanas 16 a 27, duas vezes por semana nos seguintes exercícios: agachamento na cadeira (levantar e sentar); extensão unilateral dos joelhos; flexão unilateral do quadril; flexão plantar e dorsiflexão. A tarefa cognitiva ocorreu concomitantemente nos dois primeiros exercícios, onde os idosos eram solicitados a falar nomes de animais, cores e frutas a cada ação concêntrica. A intensidade e o volume aumentaram progressivamente ao longo das semanas. Resultados: Após o treinamento de força de dupla tarefa foi encontrada uma melhora no TDR (p=0,049) e do MEEM (p=0,044) comparado com o pré controle. A fluência verbal também aumentou significativamente no pós-treinamento em relação ao pré-controle (p=0,004) e pós-controle (p=0,015). No pós-destreinamento, a fluência verbal -animais- melhorou em relação ao pré-controle (p=0,024) e pós-controle (p=0,003). Para a função física, houve um aumento no equilíbrio no pós-treinamento em comparação com o pré-controle (p=0,027). Foi encontrado uma melhora na velocidade de caminhada no pós-treinamento em relação ao pré-controle (p=0,027) e, também, um aumento na força para sentar e levantar, tanto no pós-treinamento (p=0,008) quanto no pós-destreinamento (p=0,015), em comparação com o pré-controle. Houve uma melhora também, na força muscular no pós-treinamento em comparação com os momentos précontrole (p<0,001 para todos) e pós-controle (agachamento na cadeira: p<0,001; extensão unilateral de joelho: p=0,012; flexão unilateral de quadril: p<0,001; flexão plantar e dorsiflexão unilateral: p<0,001). Essa melhora se manteve no pós-destreinamento na extensão unilateral do joelho (p=0,009). No estresse oxidativo, foi encontrado: uma diminuição no TBARS no momento pós-treinamento em comparação com o pré-controle (p=0,003) e o pós-controle (p=0,007); um aumento no ON pós-treinamento em comparação com o pré-controle (p=0,025) e o pós-controle (p=0,018) e; uma melhora no balanço oxidativo tanto no pós-treinamento, quanto no pós-destreinamento quando comparado com os momentos pré e pós-controle (p<0,001 para todos). Por fim, no perfil inflamatório, a IL-10 aumentou de forma significativa no pós-treinamento em relação ao pré-controle (p=0,008) e o pós-controle (p=0,035). Além disso, o TNF-α reduziu no póstreinamento em comparação com o pós-controle (p=0,006) e, houve uma melhora significativa na relação IL-10/TNF-α no período pós-treinamento em comparação com os períodos pré-controle (p=0,009) e pós-controle (p=0,004). Conclusão: O treinamento de força de dupla tarefa proporcionou melhorias na função física, capacidade cognitiva, força muscular, marcadores de estresse oxidativo e de inflamação crônica em idosos institucionalizados. Além disso, esses efeitos de melhora na função física, capacidade cognitiva, força muscular, estresse oxidativo e inflamação crônica pelo treinamento de força de dupla tarefa se mantém após um período de destreinamento. O treinamento de força de dupla tarefa pode ser uma estratégia para prevenir e melhorar diferentes capacidades de idosos institucionalizados. Além disso, é uma estratégia que pode diminuir gastos públicos com saúde. Por fim, as políticas públicas envolvidas em promoção de saúde para o público idoso, ainda mais os idosos que vivem em instituição de longa permanência, podem-se beneficiar da prescrição de um programa de treinamento de força de dupla tarefa para uma melhor qualidade de vida. |
Resumo em lingua estrangeira: | Introduction: Population aging, coupled with increased life expectancy, has contributed to the growth of age-related diseases, resulting in physical and cognitive decline in older adults. This phenomenon is associated with a variety of negative health consequences, such as inability to perform daily tasks, falls and dementia. Oxidative stress and chronic inflammation are key factors in age-related diseases. While strength training is recognized as beneficial in combating these conditions, one intervention model that is gaining prominence is dual-task exercise, which simultaneously integrates motor and cognitive tasks. However, there are still few studies exploring the effectiveness of dual-task strength training in institutionalized older adults. Furthermore, the possible interaction between muscular strength, physical function, cognitive ability, clinical parameters and markers of oxidative stress and chronic inflammation in institutionalized older adults needs to be investigated. Finally, the effects of detraining in this population still need to be investigated. Objective: to investigate the effects of dual-task strength training and detraining on physical function, cognitive capacity, clinical parameters, oxidative stress markers and chronic inflammation in institutionalized older adults. Materials and Methods: 11 older adults (6 women, 5 men) with an average age of 83.0±8.1 were recruited through direct contact. This study was carried out over 41 weeks. Assessments (physical function, cognitive ability, clinical parameters, markers of oxidative stress and chronic inflammation) took place at weeks 1, 14, 28 and 41. Weeks 2 to 13 were used as a control period (routine activities), while the strength training protocol associated with the cognitive task took place from week 16 to week 27. From week 29 to week 40 was the detraining period. The dependent variables were collected before and after control, training and detraining. These were: physical function through performance on the Short Physical Performance Battery (SPPB); cognitive capacity through (i) the Mini-Mental State Examination (MMSE), (ii) the Clock Drawing Test (CDT) and (iii) the verbal fluency test; clinical parameters through analysis of the lipid profile, renal function and glycemia; muscular strength; oxidative stress through catalase (CAT), nitric oxide (NO) and TBARS and; inflammatory profile through IL-10 and TNF-α. The training program took place between weeks 16 and 27, twice a week with the following exercises: chair squats (standing and sitting); unilateral knee extension; unilateral hip flexion; plantar flexion and dorsiflexion. The cognitive task took place concurrently in the first two exercises, in which the older adults were asked to speak the names of animals, colors and fruits with each concentric action. The intensity and volume increased progressively over the weeks. Results: After dual-task strength training, an improvement was found in the CDT (p=0.049) and the MMSE (p=0.044) compared to the pre-control. Verbal fluency also increased significantly post-training compared to pre-control (p=0.004) and postcontrol (p=0.015). Post-training, verbal fluency -animals- improved compared to precontrol (p=0.024) and post-control (p=0.003). For physical function, there was an increase in balance post-training compared to pre-control (p=0.027). There was an improvement in walking speed post-training compared to pre-control (p=0.027) and also an increase in sitting and standing strength both post-training (p=0.008) and post-training (p=0.015) compared to pre-control. There was also an improvement in muscular strength post-training compared to pre-control (p<0.001 for all) and post-control (chair squat: p<0.001; unilateral knee extension: p=0.012; unilateral hip flexion: p<0.001; unilateral plantar flexion and dorsiflexion: p<0.001). This improvement was maintained posttraining in unilateral knee extension (p=0.009). In oxidative stress, it was found: a decrease in TBARS post-training compared to pre-control (p=0.003) and post-control (p=0.007); an increase in NO post-training compared to pre-control (p=0.025) and postcontrol (p=0.018) and; an improvement in redox balance both post-training and posttraining when compared to pre- and post-control (p<0.001 for all). Finally, in the inflammatory profile, IL-10 increased significantly post-training compared to pre-control (p=0.008) and post-control (p=0.035). In addition, TNF-α decreased post-training compared to post-control (p=0.006) and there was a significant improvement in the IL10/TNF-α ratio in the post-training period compared to the pre-control (p=0.009) and post-control (p=0.004) periods. Conclusion: Dual-task strength training provided improvements in physical function, cognitive capacity, muscular strength, markers of oxidative stress and chronic inflammation in institutionalized older adults. In addition, these effects of dual-task strength training improved physical function, cognitive ability, muscular strength, oxidative stress and chronic inflammation are maintained after a period of detraining. Dual-task strength training can be a strategy to prevent and improve different capacities in institutionalized older adults. In addition, it is a strategy that can reduce public spending on health. Finally, public policies involved in health promotion for the elderly, especially Older adults living in long-term care facilities, can benefit from the prescription of a dual-task strength training program for a better quality of life. |
Palavra-chave: | Exercício físico Dupla tarefa Equilíbrio redox Perfil inflamatório Idosos |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Physical exercise Dual task Redox balance Inflammatory profile Seniors |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::EDUCACAO FISICA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Faculdade de Educação Física (FEF) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Educação Física |
Referência: | ARAÚJO, Erivaldo Machado de. O treinamento de força associado à tarefa cognitiva melhora o balanço oxidativo, perfil inflamatório, capacidade cognitiva e função física de idosos institucionalizados. 2024. 102 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Educação Física, Cuiabá, 2024. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/6545 |
Data defesa documento: | 20-Feb-2024 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC – FEF – PPGEF – Dissertações de mestrado |
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