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http://ri.ufmt.br/handle/1/6626
Tipo documento: | Tese |
Título: | Pátria, poesia e oceano : a poética fundacional moçambicana |
Autor(es): | Fernandes, Vanessa Pincerato |
Orientador(a): | Almeida, Marinei |
Membro da Banca: | Almeida, Marinei |
Membro da Banca: | Ribeiro, Renilson Rosa |
Membro da Banca: | Ramos, Celiomar Porfirio |
Membro da Banca: | Laisse, Sara Antónia Jona |
Membro da Banca: | Leite, Ana Mafalda |
Resumo : | Este trabalho destaca a importância da pesquisa literária sobre textos publicados em jornais e revistas em Moçambique, considerando essas publicações como um diário coletivo que reflete a história política e cultural do país – Moçambique. A existência da imprensa a partir de 1908 é vital para compreender a evolução da literatura moçambicana, particularmente nas décadas de 1940 e 1950, um período marcado por intensas discussões intelectuais acerca do futuro nacional. Esta pesquisa se dedica a um acervo literário moçambicano que abarca um século, evidenciando como a literatura local foi se desvinculando da influência colonial. A literatura escrita em países africanos, especialmente Moçambique, durante o período colonial europeu, passou por uma evolução temática, dividida em três fases, conforme Mendonça (2011, p. 12): a dicotomia entre “Ser Africano e Ser Europeu”, o confronto “Ser Africano vs. Ser Europeu” e a tensão “Ser Nacional vs. Ser Universal”. Esta progressão temática culmina na formação de uma literatura nacional distintiva. Poetas moçambicanos como José Craveirinha, Virgílio de Lemos e Rui Knopfli, através de sua produção literária, investigam as complexidades da identidade em espaços colonizados, explorando temas como pátria, poesia e oceano. De uma geração seguinte, trazemos para refletir sobre o reencontro das águas no oceano a presença do poeta Eduardo White, um dos fundadores da Revista Charrua, que apresenta um cenário no qual a literatura produzida em Moçambique pós-independência promove uma nova configuração entre o presente e o passado, entre a ficção e a realidade, recuperando um espaço entre o que se vivia e o que se vive em Moçambique. A poesia de White, não foge à historicidade que permeia quase toda a poesia moçambicana, fazendo emergir do diálogo entre a subjetividade e a História uma produção notável e persistente. A literatura nacional, com seus valores associados – identidade, moçambicanidade, raízes, amor à pátria, orgulho nacional –, emerge como um pilar essencial no projeto de construção da nação. Por meio de uma extensa pesquisa bibliográfica constatamos que a jornada de estabelecer uma nação, por meio da poesia, começa na imprensa, se desenvolve com os poetas no período colonial e se consolida com a Revista Charrua (1984). Para fundamentar essa discussão, recorremos a um conjunto de obras literárias que serviram de base para estudo: Francisco Noa (1996), Rita Chaves (2012), Fátima Mendonça (2011), Ana Mafalda Leite (1995), Carmem Tindó Secco (2006), Jessica Falconi (2013), dentre outros. Dessa forma, esta tese se propôs a explorar a interconexão complexa e multifacetada entre três elementos distintos, mas intrinsecamente ligados: Pátria, Poesia e Oceano. Dividida em três capítulos, cada seção analisa a influência e a representação desses temas em diferentes contextos e perspectivas. É crucial ressaltar a ausência de um projeto nacional definido, durante o período colonial. A imprensa emerge como um agente influente na construção de uma identidade nacional, mas apenas através das lutas pela independência é que essa identidade se solidifica. Assim, veremos neste trabalho como os elementos de pátria, poesia e oceano desempenham um papel essencial na formação de uma poética fundacional moçambicana. |
Resumo em lingua estrangeira: | This work highlights the importance of literary research on texts published in newspapers and magazines in Mozambique, considering these publications as a collective diary that reflects the political and cultural history of the country – Mozambique. The existence of the press from 1908 onwards is vital to understanding the evolution of Mozambican literature, particularly in the 1940s and 1950s, a period marked by intense intellectual discussions about the national future. This research is dedicated to a Mozambican literary collection that spans a century, highlighting how local literature became detached from colonial influence. Literature written in African countries, especially Mozambique, during the European colonial period, went through a thematic evolution, divided into three phases, according to Mendonça (2011, p. 12): the dichotomy between “Being African and Being European”, the confrontation “Being African vs. Being European” and the tension “Being National vs. Universal Being”. This thematic progression culminates in the formation of a distinctive national literature. Mozambican poets such as José Craveirinha, Virgílio de Lemos and Rui Knopfli, through their literary production, investigate the complexities of identity in colonized spaces, exploring themes such as homeland, poetry and the ocean. From a following generation, we bring to reflect on the reunion of the waters in the ocean the presence of the poet Eduardo White, one of the founders of Revista Charrua, who presents a scenario in which the literature produced in postindependence Mozambique promotes a new configuration between the present and the past, between fiction and reality, recovering a space between what was lived and what is experienced in Mozambique. White's poetry does not escape the historicity that permeates almost all Mozambican poetry, making a notable and persistent production emerge from the dialogue between subjectivity and History. National literature, with its associated values – identity, Mozambicanness, roots, love for the country, national pride – emerges as an essential pillar in the nation-building project. Through extensive bibliographical research, we found that the journey of establishing a nation, through poetry, begins in the press, develops with poets in the colonial period and is consolidated with Revista Charrua (1984). To support this discussion, we resorted to a set of literary works that served as a basis for study: Francisco Noa (1996), Rita Chaves (2012), Fátima Mendonça (2011), Ana Mafalda Leite (1995), Carmem Tindó Secco (2006) , Jessica Falconi (2013), among others. Thus, this thesis set out to explore the complex and multifaceted interconnection between three distinct but intrinsically linked elements: Homeland, Poetry and Ocean. Divided into three chapters, each section analyzes the influence and representation of these themes in different contexts and perspectives. It is crucial to highlight the absence of a defined national project during the colonial period. The press emerges as an influential agent in the construction of a national identity, but only through the struggles for independence does this identity solidify. Thus, we will see in this work how the elements of homeland, poetry and ocean play an essential role in the formation of a foundational Mozambican poetics. |
Palavra-chave: | Poéticas fundacionais Imprensa Moçambicanidade |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Foundational poetics Press Mozambicanity |
CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Linguagens (IL) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem |
Referência: | FERNANDES, Vanessa Pincerato. Pátria, poesia e oceano: a poética fundacional moçambicana. 2024. 240 f. Tese (Doutorado em Estudos de Linguagem) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Linguagens, Cuiabá, 2024. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/6626 |
Data defesa documento: | 16-Mar-2024 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - IL - PPGEL - Teses de doutorado |
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