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http://ri.ufmt.br/handle/1/1270
Tipo documento: | Dissertação |
Título: | As territorialidades e o cotidiano da prisão : estudo de caso do Centro de Ressocialização de Cuiabá/MT |
Autor(es): | Almeida, Guilherme Rosa de |
Orientador(a): | Vilarinho Neto, Cornélio Silvano |
Membro da Banca: | Vilarinho Neto, Cornélio Silvano |
Membro da Banca: | Volochko, Danilo |
Membro da Banca: | Diniz, Alexandre Magno Alves |
Membro da Banca: | Romancini, Sônia Regina |
Resumo : | As taxas de encarceramento no Brasil são alarmantes – temos o 4º maior número de presos em números absolutos do mundo. São 549.577 presos e apresentamos uma das maiores superlotações do mundo. Este cenário é motivo de preocupação por parte das autoridades e da sociedade civil organizada. Vamos aqui contribuir com a investigação e o debater sobre os espaços prisionais, a fim de superar o afastamento da sociedade civil e o descaso do poder público. Entendemos que só assim será possível acabarmos com os estereótipos sobre as prisões e abrir as portas para um processo de transformação destes espaços. A nossa investigação analisa a dinâmica da vida prisional através das práticas sociais espacializadas, evidenciando as estratégias de sobrevivência e de organização que existem dentro da prisão, compreendendo como se dão as disputas pelo poder no espaço: o controle, gestão e apropriação dos espaços pelos presos, indicando como os presos são sujeitos ativos nesse processo. O Estudo de caso é no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), unidade prisional masculina, na cidade de Cuiabá/MT, penitenciária destinada a 470 homens, hoje com cerca de 900 homens detidos. Este estudo da vida prisional e da análise do cotidiano no espaço prisional, se dá através dos conceitos geográficos de território e de territorialidades em um viés não ortodoxo. Entendemos que o conceito de território multidimensional nos permite a compressão dos poderes paralelos ao Estado, que agem ora em associação, ora em conflito com este e que o conceito de territorialidade nos permite entender as dinâmicas da disputa territorial. Os autores que nortearam nossa abordagem sobre poder, território e territorialidades são: Paul Claval, Hannah Arendt, Michel Foucault, Milton Santos, Marcelo Lopes de Souza entre outros. Aqui não trataremos do poder apenas como símbolo e autoridade do Estado ou de um mandatário, mas o poder contido nas relações sociais em grupo e produtor de assimetrias. Estes conceitos envolvem a compressão de acesso, limites, fronteiras, o controle do fluxo das pessoas, o exercício da autoridade e a dinâmica das disputas. Os grupos que compõem o espaço prisional são complexos e heterogêneos, possuindo tramas em suas relações que são difíceis de decifrar e entender. Entre estes grupos notamos a produção de segregações, exclusões e privilégios no acesso a direitos. Ressaltamos o papel da Educação neste espaço que vem alterar o ambiente e criar um novo cotidiano, permitindo que uma certa liberdade se realize através da Escola. Destacamos o papel que a perspectiva marxista e o método histórico-materialista possui em nossa leitura de mundo, ensinando que a ciência deve ter na realidade material a sua base, e que o conhecimento pode alimentar o engajamento político. Queremos colaborar com a superação deste cenário no qual se encontram as penitenciárias brasileiras; acreditamos que para isso o envolvimento, a militância e a pesquisa se fazem necessários. As prisões não devem ser isoladas geográfica e socialmente se quisermos uma sociedade mais justa e solidária. |
Resumo em lingua estrangeira: | The encarcering rates in Brazil are alarming – we have the 4th greatest number of prisoners in absolute numbers in the world. They are 549.577 prisoners and we show one of the greatest overcrowdings in the world, with a 240.503 vancancies deficit. This scenario is reason of preoccupation on the account of the authorities and the organized civil society. We should investigate, debate and get to know the prisonal spaces in order to overcome lack of planning of the public power and the engagement of the civil society on this issue, putting an end to stereotypes on prisons and opening doors to a process of transformation of these spaces. Our investigation aims to comprehend the dynamics of the prisonal life through specialized social practices, highlighting the survival and organization strategies within the prison, understading how the struggle for power in this space occurs: the control, management and appropriation of spaces by the prisoners, pointing out how prisoners are active subjects in this process. The case study is at the Centro de Ressocialização de Cuiabá (Cuiabá Resocialization Center), masculine prisonal unit, a penitenciary destined to 470 men, today bearing around 900 arrested men. When we think of prisonal life and the analysis of the everyday life of the prisonal space, we choose the geographic concept of territory and territorialities in a non-orthodox way. We understant that the concept of multidimensional territory grants us the comprehension of powers parallel to the State, which act at times in association and at others in conflict with the latter; and that the concept of territoriality allows us to understand the dynamics of the territorial dispute. The authors that guided our comprehension on power are Paulo Clavar, Hannah Arendt and Michel Foucault. Here, we will not deal with power just as a symbol of the authority of the State or a mandatary, but the power contained in the social relations as a group and a producer of assimetries, that is the reason why the concepts of territory and territorialities are central to this work. These concepts involve the comprehension of access, limits, boundaries, the control of the flow of people and the exercise of authority. The groups that comprise the prisonal space are complex and highly heterogenic, possessing schemes in the relations that are hard to decipher and understand. Among these groups, we notice the production of segregations, exclusions and privileges on the access to rights. Education has the power to change the prison environment and creates a new routine, where the School holds debate and freedom. We highlight the role that the marxist perspective and the historical-materialistic method has over our reading of the world, teaching us that science, through research, initiates in the material life, feed engagement and militancy. In order to be able to enact changes in the world, we need knowlege on prisons, on prisoners and on all speeches that sustain this prisonal process. It is important to know how to overcome and think new proposals for Brazillian penitentiaries, compatible with our views of the world, where the isolation of prisons, their oblivion and geographic and social distancing from society are unreasonable. |
Palavra-chave: | Penitenciária Território Cotidiano Poder |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Penitentiary Territory Everyday life Power |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Geografia |
Referência: | ALMEIDA, Guilherme Rosa de. As territorialidades e o cotidiano da prisão: estudo de caso do Centro de Ressocialização de Cuiabá/MT. 2014. 201 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Cuiabá, 2014. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/1270 |
Data defesa documento: | 30-Oct-2014 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC – ICHS – POSGEO – Dissertações de mestrado |
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