Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://ri.ufmt.br/handle/1/2489
Tipo documento: Tese
Título: Interação entre as formigas parabióticas Camponotus femoratus (Fabricius, 1804) e Crematogaster levior Longino, 2003 com suas epífitas associadas e influência sobre a composição da assembleia de formigas da Amazônia Meridional
Autor(es): Vicente, Ricardo Eduardo
Orientador(a): Izzo, Thiago Junqueira
Coorientador: Cruz, Wesley Francisco Dáttilo da
Membro da Banca: Izzo, Thiago Junqueira
Membro da Banca: Feitosa, Rodrigo dos Santos Machado
Membro da Banca: Tonon, Danielle Storck
Membro da Banca: Mateus, Lucia Aparecida de Fátima
Membro da Banca: Pansonato, André
Resumo : Uma notável interação mutualística entre formigas e plantas encontrada em florestas tropicais é conhecida como Jardins-de-formigas (JFs). A associação entre Camponotus femoratus (Fabricius, 1804) (Formicinae) e Crematogaster levior Longino, 2003 (Myrmicinae) está entre os mais comumente encontrados na região Neotropical. Nos JFs destas duas espécies de formigas parabióticas são frequentemente encontradas algumas espécies de epífitas filogenéticamente distantes. Então, para serem parceiras mutualistas eficientes as formigas precisam reconhecer e responder a todos os compostos químicos voláteis diferentes entre todas as espécies associadas. Por outro lado, é possível que as plantas de JFs demonstrem sinais químicos semelhantes como convergência sinalizando herbivoria. Se isso fosse verdade, as formigas recrutariam igualmente a todas as espécies de JFs localmente. Considerando isso, no primeiro capítulo além de descrever a composição e a frequência das espécies de epífitas associadas aos ninhos localmente, nós testamos as hipóteses de que 1) as formigas reconhecem estímulos químicos emitidos por diferentes plantas que habitam os JFs e 2) elas podem diferenciar este estímulo químico quando comparado com os voláteis de uma planta de sub-bosque. Nós encontramos que somente Ca. femoratus responde a estímulos de herbívoria em suas epífitas mutualistas e que sua reação está relacionada a frequência geral das epífitas. Quando expostas às folhas das epífitas obrigatórias de JFs Peperomia macrostachya (Piperaceae) e Codonanthe uleana (Gesneriaceae) observou-se que o recrutamento de operárias de Ca. femoratus foi, em média, respectivamente, 556% e 246% maior do que o controle (tiras de papel). O número de formigas recrutadas por Markea longiflora (Solanaceae) ou pela planta de subbosque Piper hispidum (Piperaceae) não diferiu do pedaço de papel. Devido a essa forte relação das formigas parabióticas com suas epífitas mutualistas que precisam de luz para crescer, no segundo capítulo nós criamos as hipóteses de que 1) a abertura do dossel das clareiras florestais influenciam a presença de JFs, sendo que, 2) maiores clareiras terão mais ninhos e 3) tanto com o aumento na abertura do dossel quanto no tamanho da clareira haverá um aumento no tamanho das colônias em clareiras florestais. Além disso, sabe-se que apesar do ninho arborícola, as formigas parabióticas são encontradas forrageando tanto no solo como na vegetação. Então, nós também acreditamos que 4) as formigas parabióticas são mais frequentemente amostradas na vegetação e que 5) o aumento da complexidade da vegetação e do volume de serapilheira acumulada no solo aumentam o forrageio dessas formigas na vegetação e no chão, respectivamente, sendo que o aumento na abertura de dossel aumenta a atividade das duas espécies em ambos estratos. A presença, o número de Jardins-de-formigas e tamanho da colônia de formigas foi afetado pela localidade, mas não pela abertura do dossel. No entanto, não houve uma diferença da utilização de estratos verticais por Ca. femoratus, nem por Cr. levior. Por outro lado, a frequência de Ca. femoratus no solo diminui com a abertura do dossel mas não é afetada pela complexidade da vegetação. Além da frequência de Cr. levior no chão também diminuir com o aumento da abertura do dossel, essa espécie também demonstrou ser influenciada pela complexidade da vegetação, sendo que com o aumento da complexidade na vegetação houve uma redução na frequência de forrageamento dessa espécie no solo. Porém, nem a complexidade, bem como abertura do dossel influenciam a freqüência de forrageamento dessas formigas no sub-bosque. Como essas espécies abundantes são consideradas dominantes comportamentalmente, no Capítulo 3, nós investigamos seu impacto em comunidades de formigas de solo e vegetação separadamente. Neste capítulo além de investigar o efeito das formigas parabióticas na abundância, riqueza e composição da comunidade em ambos os estratos separadamente, nós avaliamos se elas afetavam componentes diferentes da diversidade beta (substituição e aninhamento). Ainda, avaliamos quais espécies eram indicadoras de sua presença ou ausência.
Resumo em lingua estrangeira: A remarkable mutualistic interactions between ants and plants found in tropical forests is known as Ants-Gardens (AGs). The association between Camponotus femoratus (Fabricius, 1804) (Formicinae) and Crematogaster levior Longino 2003 (Myrmicinae) is among the most commonly found in the Neotropics. In AGs of these two species of parabiotic ants some species of epiphytic phylogenetically distant are often found. So to be effective mutualist partner the ants need to recognize and respond to all the different volatile chemical compounds of all associated species. Moreover, it is possible that plant AGs have converged as chemical signals when attacked by herbivores. If this were true, the ants also recruit all species of AGs locally. Considering this, in addition to describing the composition and the frequency of epiphytic species associated with nests locally, in the first chapter we tested the hypotheses that 1) the ants recognize chemical stimuli issued by different plants that inhabit the AGs and 2) they can differentiate this chemical stimulus when compared to the volatiles from a abundant plant specie of the understory. We found that only Ca. femoratus responds to herbivory stimuli in their mutualist epiphytes and that his reaction is related to overall frequency of epiphytes. When exposed to the AGepiphytes Peperomia macrostachya (Piperaceae) and Codonanthe uleana (Gesneriaceae) leaves it was observed that the recruitment of Ca. femoratus workers was, on average, respectively 556% and 246% higher than control (paper strips). The number of ants recruited by Markea longiflora (Solanaceae) or by the understory plant Piper hispidum (Piperaceae) did not differ from piece of paper. Because of this strong relationship of parabiotic ants with their mutualist epiphytes that need light to grow, in the second chapter we have created hypotheses that 1) the canopy openness of forest gaps influence the presence of AGs, and, 2) larger gaps will have more nests and 3) increase in both the canopy openness and the gap size will increase the colony size in forest gaps. Furthermore, it is known that although the arboreal nest, parabiotic ants are found foraging in the soil and in the vegetation. Then, we also believe that 4) the parabiotic ants are most frequently sampled in the vegetation and 5) increasing complexity of the vegetation and the litter accumulated volume in the soil increase the foraging of these ants in vegetation and ground, respectively, and the increase in canopy openness increases the activity of the two species in both strata. The presence and number Ants-Gardens, as colony size, was affected by the location, but not for the canopy openness. However, there was no difference in utilization of vertical strata by Ca. femoratus or by Cr. levior. On the other hand, the frequency of Ca. femoratus on the ground decreases with the canopy openness but is not affected by the complexity of the vegetation. In the frequency of Cr. levior on the ground also decrease with increasing the canopy openness. But, as opposed to Ca. femoratus, Cr. levior also shown to be influenced by the complexity of vegetation with a reduction in the frequency of workers that foraging on the ground with the increase of complexity in the vegetation. But not the complexity and canopy openness influence the foraging frequency of these ants in the understory. As these abundant species are considered dominant behaviorally, in Chapter 3, we investigated their impact on soil and vegetation ant communities separately. In this chapter in addition to investigating the effect of parabiotic ants in abundance, richness and community composition in both strata separately, we assessed whether they affected different components of beta diversity (turnover and nesting). Still, we assess which species are indicators of its presence or absence.
Palavra-chave: Comunidade de formigas
Jardim de formigas
Mutualismo
Nicho
Palavra-chave em lingua estrangeira: Ants community
Ants garden
Mutualism
Niche
CNPq: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Instituto de Biociências (IB)
Programa: Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade
Referência: VICENTE, Ricardo Eduardo. Interação entre as formigas parabióticas Camponotus femoratus (Fabricius, 1804) e Crematogaster levior Longino, 2003 com suas epífitas associadas e influência sobre a composição da assembleia de formigas da Amazônia Meridional. 2016. 162 f. Tese (Doutorado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Cuiabá, 2016.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/2489
Data defesa documento: 13-Sep-2016
Aparece na(s) coleção(ções):CUC – IB – PPGECB – Teses de doutorado

Arquivos deste item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
TESE_2016_Ricardo Eduardo Vicente.pdf3.55 MBAdobe PDFVer/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.