Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://ri.ufmt.br/handle/1/2966
Tipo documento: Dissertação
Título: Eu venho de Alepo : o discurso (neo)orientalista na (auto)biografia de um refugiado sírio
Autor(es): Souza, Daniele dos Santos de
Orientador(a): Vesz, Fernando Zolin
Membro da Banca: Vesz, Fernando Zolin
Membro da Banca: Cox, Maria Inês Pagliarini
Membro da Banca: Meihy, Murilo Sebe Bon
Resumo : Os conflitos armados na Síria após a Primavera Árabe e a crise humanitária de refugiados têm tido destaque no enredo de (auto)biografias de refugiados sírios no mercado editorial internacional. Esta dissertação busca analisar o discurso (neo)orientalista na (auto)biografia Eu venho de Alepo do refugiado sírio Joude Jassouma afim de apresentar possíveis entendimentos sobre os efeitos produzidos por visões de mundo estruturadas em oposições como Ocidente e Oriente, guerra e paz, nós e os outros, civilizado e bárbaro, entre outras. A pesquisa entende a obra Eu venho de Alepo como um objeto privilegiado da abordagem qualitativa (DENZIN; LINCOLN, 2006), visto que a autobiografia pode permitir ao pesquisado a interpretação dos sentidos de um determinado fenômeno social (DESLAURIERS; KÉRISIT, 2012). O corpus principal da pesquisa é constituído por excertos e figuras extraídos da obra analisada. O estudo do discurso se ampara nas concepções foucaultianas de formação discursiva, enunciado, relações de poder, verdade e poder (FOUCAULT, 2008; 2012) e é entendida como transdisciplinar e indisciplinar (MOITA LOPES, 2006). O referencial teórico está dividido em duas partes: Orientalismo e a construção discursiva do Outro (SAID, 2004; 2011; 2016) e Pós/neo-orientalismo: um estado purgatorial (DABASHI, 2017), a qual é ampliada com discussões pertinentes ao (neo)orientalismo (ABU-LUGHOD, 2012; BASTOS, 2016; BAUMAN, 2017a; 2017b; COSTA, 2016). As perguntas que nortearam a pesquisa foram: 1) como se constrói discursivamente a relação entre Ocidente e Oriente no relato de Joude Jassouma?, 2) de que forma o discurso (neo)orientalista se manifesta no livro? e 3) quais os efeitos de sentidos produzidos?. Os resultados sugerem que Eu venho de Alepo se afilia à formação discursiva (neo)orientalista na medida em que constrói o Ocidente como o espaço da liberdade e da paz e o Oriente como o espaço da guerra e barbárie. Além disso, é também presente o caráter pedagógico direcionado ao leitor ocidental, principal público de obras como essa. Os efeitos de sentido produzidos são diversos, pois, ao mesmo tempo que sistemas de pensamento como o (neo)orientalismo reforçam a violência estrutural e marginaliza outros modos de vida, a questão do refúgio pode incentivar a solidariedade voluntária.
Resumo em lingua estrangeira: Armed conflicts in Syria after the Arab Spring and the humanitarian crisis of refugees have been highlighted in the plot of autobiographies of Syrian refugees in the international publishing market. This dissertation seeks to analyze the (neo) orientalist discourse in the (auto)biography Eu venho de Aleppo of the Syrian refugee Joude Jassouma in order to present possible understandings about the effects produced by world views structured in oppositions like West and East, war and peace, we and the others, civilized and barbaric, among others. The research understands Eu venho de Aleppo as a privileged object of the qualitative approach (DENZIN; LINCOLN, 2006), since the autobiography can allow the researcher to interpret the meanings of a given social phenomenon (DESLAURIERS; KÉRISIT, 2012). The main corpus of the research is constituted by excerpts and images extracted from the book analyzed. The study of discourse is based on the Foucaultian conceptions of discursive formation, enunciation, relations of power, truth and power (Foucault, 2008, 2012) and it is understood as a transdisciplinary and undisciplined research (MOITA LOPES, 2006). The theoretical framework is divided into two parts: Orientalism and the discursive construction of the Other (SAID, 2004, 2011, 2016) and Post / neo-Orientalism: a purgatory state (DABASHI, 2017), which is extanded with discussions related to (neo)orientalism (ABULUGHOD, 2012, BASTOS, 2016, BAUMAN, 2017a, 2017b, COSTA, 2016). The research questions were: 1) how is the relationship between the West and the East discursively constructed in Joude Jassouma's autobiography?, 2) how does (neo) Orientalist discourse manifest in the book? and 3) what are the effects of senses produced? The results suggest that Eu venho de Aleppo joins the (neo) orientalist discursive formation insofar as it builds the West as the space of freedom and peace and the East as the space of war and barbarism. In addition, there is also the pedagogical character directed to the Western reader, the main public of books like this. The effects of sense produced are diverse, for while thought systems such as (neo) Orientalism reinforce structural violence and marginalize other ways of life, the question of refuge can encourage voluntary solidarity.
Palavra-chave: Discurso (neo)orientalista
(auto)biografia
Refugiado sírio
Palavra-chave em lingua estrangeira: (neo) orientalist discourse
(auto)biography
Syrian refugee
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Instituto de Linguagens (IL)
Programa: Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem
Referência: SOUZA, Daniele dos Santos de. Eu venho de Alepo: o discurso (neo)orientalista na (auto)biografia de um refugiado sírio. 2018. 92 f. Dissertação (Mestrado em Estudos de Linguagem) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Linguagens, Cuiabá, 2018.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/2966
Data defesa documento: 17-Sep-2018
Aparece na(s) coleção(ções):CUC - IL - PPGEL - Dissertações de mestrado

Arquivos deste item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DISS_2018_Daniele dos Santos de Souza.pdf1.31 MBAdobe PDFVer/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.