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http://ri.ufmt.br/handle/1/740
Tipo documento: | Dissertação |
Título: | Sexualidade, gênero e saúde : um estudo qualitativo sobre a iniciação da vida afetivo-sexual de adolescentes e jovens de uma escola pública em Cuiabá, MT |
Autor(es): | Santos, Maria José Pinheiro dos |
Orientador(a): | Castro, Sueli Pereira |
Membro da Banca: | Porto, Rozeli Maria |
Membro da Banca: | Silva, Carmen Lucia da |
Membro da Banca: | Castro, Sueli Pereira |
Resumo : | A presente pesquisa tem como objetivo compreender a vivência afetivo-sexual dos adolescentes e jovens de 14 a 19 anos, com ênfase na iniciação sexual e nas práticas preventivas de DST´s e gravidez, segundo o gênero, além de identificar as contribuições das redes sociais no processo de socialização da sexualidade, como a família, a escola, a igreja, a mídia e os serviços de saúde, em uma escola pública de Cuiabá. O referencial teórico que embasou o estudo foi a teoria praxiológica de Pierre Bourdieu tendo o habitus como conceito central; e a sexualidade, gênero e saúde como categorias para análise. A metodologia utilizada foi qualitativa, através das técnicas da observação direta, caderno de campo e entrevistas semiestruturadas com alunos nesta faixa etária, professores e profissionais do posto de saúde de referência para a escola. Dos resultados, constatou-se a diferenciação por gênero quanto ao processo de socialização e aos comportamentos e subjetivações relativos à sexualidade. Em média, a iniciação sexual ocorreu em idades relativamente precoces, aos 13,5 anos para os meninos aos 15,2 para as adolescentes. Quanto às práticas preventivas na iniciação, a maioria relatou utilizar preservativo. Em alguns casos, com a estabilidade do relacionamento, essa prática foi abandonada ou substituída por outros métodos anticoncepcionais do tipo hormonal. Os discursos apontaram não haver desconhecimento desses métodos, mas esclareceu que o uso do preservativo é uma prerrogativa masculina. A iniciação sexual para as meninas foi colocada na perspectiva de um relacionamento de maior durabilidade – a hora certa. Para os adolescentes, as primeiras relações foram significadas como parte do processo de aprendizagem de sua masculinidade. Observou-se que o programa de prevenção levado à escola e ao posto de saúde não atingiu os objetivos propostos. O acesso às ações preventivas somente ocorreu quando as adolescentes já se encontravam grávidas; enquanto os rapazes praticamente não acessaram os serviços de saúde. A paternidade vivenciada pelos adolescentes foi justificada pelo discurso de um “estouro” da camisinha; enquanto à maternidade seria resultado de um relacionamento considerado “estável”. A família mostrou-se o lócus por excelência do processo de socialização. As trajetórias de vida das mães indicaram a forte influência na reprodução das vivências afetivosexuais das filhas, sobretudo quanto à idade da iniciação sexual e da maternidade. Destacaram-se também a heterogeneidade da organização familiar e a violência sofrida por uma parcela significativa dos adolescentes, por parte de membros familiares ou próximos. A compreensão da vivência afetivo-sexual desses agentes é fundamental para se pensar em políticas públicas de intervenção sobre os fatores de vulnerabilidade presentes em suas trajetórias, superando tabus e preconceitos arraigados no contexto sociocultural brasileiro em todas as instâncias de socialização a fim de garantir o direito à saúde sexual e reprodutiva, e a uma educação sexual em consonância com suas experiências cotidianas e projetos de vida, implicando no pleno exercício da sexualidade de forma responsável. |
Resumo em lingua estrangeira: | This research aims to understand the emotional and sexual experiences of 14 to 19 years teenagers and young adults, with an emphasis on sexual initiation and preventive practice STD's and pregnancy, according to gender and to identify the contributions of social networks in process of socialization of sexuality, such as family, school, church, media and health services in a Cuiabá´s public school. The theoretical framework underlying the study was the praxeological theory of Pierre Bourdieu´s habitus as having central concept; and sexuality, gender and health as categories for analysis. The methodology was qualitative, through the techniques of direct observation, field notebook and semi-structured interviews with students in this age, teachers and professionals in the health center of reference for the school. From the results, it was found to vary by gender as for the process of socialization and behaviors/ subjectivation relative to sexuality. On average, sexual initiation occurred at relatively early ages, to 13.5 years for boys and to 15.2 for girls. Regarding the initiation preventative practices, the majority reported using condoms. In some cases, with the stability of the relationship, this practice have been abandoned or replaced by other type of hormonal contraceptive methods. The speeds showed no lack of this methods, but explained that the condoms is a male prerogative. The sexual initiation for teenagers was placed in the context of a relationship durability- the right time. For teenagers, the first sexual relationship was meant as part of the learning process of their masculinity. It was observed that the prevention program led to the school and the clinic did not meet the proposed objectives. Access to preventive actions only occurred when the girls were already pregnant, while boys do not accessed health services. Fatherwood experienced by teenagers was justified by the discourse of a “burst” of condom, while motherwood would be the result of a relationship considered “stable”. The family proved to be the locus par excellence of the socialization process. The life trajectories of mothers indicated the strong influence on the reproduction of sexual-affective experiences of children, especially regarding the age of sexual initiation and motherwood. It also highlights the heterogeneity of family organization and violence suffered by a significant portion of teenagers by family members or close. Understanding the emotion and sexual experiences of these individuals is essential to think of policy interventions on vulnerability factors present in their trajectories, overcoming taboos and prejudices rooted in the Brazilian sociocultural context in all instances of socialization in order to ensure the right of sexual and reproductive health and sex education in line with their daily experiences and life projects, resulting in the full exercise of sexuality in a responsible manner. |
Palavra-chave: | Sexualidade Adolescência Gênero Saúde Escola Habitus |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Sexuality Teenager Gender Health Education Habitus |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Saúde Coletiva (ISC) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Referência: | SANTOS, Maria José Pinheiro dos. Sexualidade, gênero e saúde: um estudo qualitativo sobre a iniciação da vida afetivo-sexual de adolescentes e jovens de uma escola pública em Cuiabá, MT. 2011. 268 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Saúde Coletiva, Cuiabá, 2011. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/740 |
Data defesa documento: | 23-Sep-2011 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - ISC - PPGSC - Dissertações de mestrado |
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Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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