Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://ri.ufmt.br/handle/1/1910
Tipo documento: Tese
Título: Travessias e silêncio : uma autobiografia fenomenológica do caminhar
Autor(es): Duarte, Júlio Corrêa de Resende Dias
Orientador(a): Sato, Michele Tomoko
Coorientador: Pazos, Araceli Serantes
Membro da Banca: Sato, Michele Tomoko
Membro da Banca: Passos, Luiz Augusto
Membro da Banca: Oliveira, Ozerina Victor de
Membro da Banca: Pereira, Vilmar Alves
Membro da Banca: Senra, Ronaldo Eustáquio Feitoza
Resumo : Vivemos em um contexto de sociedades que buscam prioritariamente o progresso material, em detrimento dos sentimentos, da justiça social ou da proteção ambiental. Diante de uma crise civilizatória, está no cerne desta encruzilhada da aventura humana uma crise existencial. O cotidiano de muitas metas e compromissos com o crescimento das economias proporciona uma vida acelerada e, muitas vezes, vazia de sentidos existenciais. Na construção de minha tese de Doutorado, lanço um olhar investigativo sobre meus próprios aprendizados nas longas caminhadas realizadas. A pesquisa teve como objetivo interpretar fenomenologicamente as experiências e os aprendizados de caminhantes em longas travessias, em dois territórios: a) Na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, Brasil; e b) no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. No percurso epistemológico, busquei diálogos com a Fenomenologia (Merleau-Ponty), a Educação Ambiental (Michèle Sato), a Presença (Csikszentmihalyi) e a Psicologia da arte de viver (Susuki). A fenomenologia foi também meu cajado, fortalecendo os passos metodológicos de uma pedagogia que possibilitou uma imersão existencial, gerando o que intitulo de autobiografia fenomenológica. Algumas vezes sozinho, mas a maior parte do tempo acompanhado, caminhei nestas travessias por mais de 1200 quilômetros nas duas rotas, o que ofereceu um horizonte de muitas vivências, sentimentos e reflexões. Para contribuir com esta construção investigativa, mesclo meu olhar com mais trinta e três sujeitos entrevistados que trilharam estes dois trajetos. As longas caminhadas proporcionam um rompimento com a sociedade do progresso, causando a desaceleração gradual do caminhante. Ao longo dos dias e das semanas, o caminhar passa a ensinar a atenção plena, pois é uma exigência da interação do corpo-mente com a paisagem. É neste sentido que as caminhadas podem ser compreendidas como experiências meditativas e educativas. Esta gradual Presença gera uma vivência do Silêncio, que faz com que os caminhantes atentem também à viagem ‘interior’ e descubram novos sentidos existenciais. As travessias aumentam nosso senso de re-ligação, gerando uma compreensão profunda da interdependência do corpo-mente e do eu-outro-mundo. Tratam-se de aprendizagens sobre as pessoas, suas culturas e suas relações com a natureza, que poderiam ser traduzidas como uma educação ambiental do caminhar.
Resumo em lingua estrangeira: We live in a context of societies that seek primarily material progress, to the detriment of feelings, social justice or environmental protection. Faced with a crisis of civilization, an existential crisis lies at the heart of this crossroads of human adventure. The daily life of many goals and commitments to the growth of economies provides an accelerated and often empty life of existential senses. In the construction of my PhD thesis, I take an investigative look at my own learning in the long walks. The research had as objective to interpret phenomenologically the experiences and the learning of walkers in long crossings, in two territories: a) In Serra do Espinhaço, in Minas Gerais, Brazil; and b) on the Way of Santiago de Compostela, Spain. In the epistemological course, I sought dialogues with the Phenomenology (Merleau-Ponty), the Environmental Education (Michèle Sato), the Presence (Csikszentmihalyi) and the Psychology of the art of living (Susuki). Phenomenology was also my hiking stick, strengthening the methodological steps of a pedagogy that enabled an existential immersion, generating what I call phenomenological autobiography. Sometimes alone, but most of the time accompanied, I walked in these crossings for more than 1200 kilometers on both routes, which offered a horizon of many experiences, feelings and reflections. To contribute to this investigative construction, I mixed my gaze with thirty-three other subjects interviewed who have followed these two paths. The long walks provide a break in the society of progress, causing the gradual slowing of the walker. Throughout the days and weeks, the walk begins to teach mindfulness, as it is a requirement of the interaction of the body-mind with the landscape. It is in this sense that the walks can be understood as meditative and educational experiences. This gradual Presence generates an experience of Silence, which causes the walkers to also pay attention to the 'inner' journey and discover new existential senses. The crossings increase our sense of re-bonding, generating a deep understanding of the interdependence of body-mind and self-other-world. They provide learning about people, their cultures and their relationships with nature, which could be translated as an environmental education of walking.
Palavra-chave: Caminhadas
Educação ambiental
Fenomenologia
Silêncio
Palavra-chave em lingua estrangeira: Walking
Environmental education
Phenomenology
Silence
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Instituto de Educação (IE)
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Referência: DUARTE, Júlio Corrêa de Resende Dias. Travessias e silêncio: uma autobiografia fenomenológica do caminhar. 2019. 226 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Educação, Cuiabá, 2019.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/1910
Data defesa documento: 7-Fev-2019
Aparece na(s) coleção(ções):CUC - IE - PPGE - Teses de doutorado

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