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Tipo documento: Dissertação
Título: Caracterização química, avaliação da toxicidade e atividade cicatrizante de feridas do extrato aquoso do infuso das folhas de Sorocea guilleminiana Gaudich.
Autor(es): Figueiredo, Fabiana de Freitas
Orientador(a): Martins, Domingos Tabajara de Oliveira
Membro da Banca: Martins, Domingos Tabajara de Oliveira
Membro da Banca: Quirós, Antonio Macho
Membro da Banca: Monteiro, Karin Maia
Membro da Banca: Karuppusamy, Arunachalam
Resumo : Sorocea guilleminiana, Moraceae, popularmente conhecida como “espinheira-santa-falsa”, é um arbusto ou árvore nativo (a) e endêmico (a) do Brasil, de ocorrência no Cerrado e Mata Atlantica, cuja infusão das folhas é popularmente utilizada para tratamento de feridas, infecção, gastrite, doença renal e inflamação. O objetivo do trabalho foi avaliar a toxicidade e atividade cicatrizante de feridas do extrato aquoso do infuso das folhas de S. guilleminiana (EASg), em modelos experimentais in vivo e in vitro. O EASg foi preparado pela infusão do pó das folhas em água fervente (10 g/L) por 15 min. As análises fitoquímicas foram realizadas por cromatografia de camada delgada (CCD) e líquida de alta eficiência (CLAE). A citotoxicidade em células epiteliais de ovário de hamster chinês (CHO-k1) e a viabilidade em fibroblastos N3T3 do EASg (6,25 – 800 µg/mL) foram avaliadas por citometria de fluxo. A genotoxicidade do EASg (10, 30 e 100 µg/mL) foi avaliada em células CHO-k1 pelos testes de micronúcleo (MN) e cometa (COM). A avaliação do EASg (0,8; 4 e 20 µg/mL) sobre a proliferação/migração foi realizada em ensaio de riscamento de monocamada em células N3T3. Para avaliação da toxicidade aguda, foi realizada a administração oral única de EASg (até 2000 mg/Kg) em camundongos Swiss-Webster. A atividade cicatrizante do EASg foi avaliada nos modelos de ferida por excisão e incisão, em ratos Wistar. O mecanismo de ação cicatricial do EASg foi avaliado através da avaliação da atividade de mieloperoxidase (MPO) e da catalase (CAT) e pelas determinações dos níveis de glutationa (GSH), citocinas TNF-α, IL-1β, IL-17, IL-12p70 e IL-10 utilizando o modelo de ferida por incisão. As análises fitoquímicas preliminares do extrato bruto revelaram a presença de flavonoides, esteroides e terpenos. Não foram observadas alterações quanto à citotoxicidade, viabilidade, bem como ausência de genotoxicidade pelo teste de MN. No teste de COM, o pré- tratamento com EASg preveniu o dano ao DNA nas três concentrações testadas (p < 0,001), enquanto o co-tratamento reduziu o dano apenas na menor concentração (p < 0,001). O pós-tratamento com EASg reduziu o dano genético induzido por peróxido de hidrogênio na menor e maior concentração (p < 0,001). O EASg (0,8; 4 e 20 µg/mL) aumentou a proliferação/ migração das células N3T3 (p < 0,001). No modelo da ferida por excisão, o EASg (2 e 50 mg/g) aumentou a taxa de contração da ferida no 5°, 7° e 9° dia (p < 0,05), enquanto fitoscar ® (60 mg/g), padrão para este experimento, aumentou a taxa de contração no 9° dia (p < 0,05). Não houve alteração no período de re-epitelização em nenhuma dose testada. Na ferida por incisão, o EASg (2 e 50 mg/g) aumentou (p < 0,01) a resistência do tecido à tração. O EASg (2, 10 e 50 mg/g) e fitoscar (60 mg/g) reduziram a expressão da atividade da MPO (p < 0,001). O EASg, nas doses de 2 e 50 mg/g aumentou os níveis teciduais de GSH (p < 0,05) e CAT (p < 0,01). O EASg não alterou os níveis de IL- 1β, IL-10, IL-17 e TNF-α, no entanto o EASg na dose de 50 mg/g aumentou (p < 0,05) os níveis de IL-12p70. Pode-se afirmar que o EASg é seguro quando administrado por via oral em dose única, não apresenta citotoxicidade e genotoxicidade nos modelos testados, e ainda sugere-se potencial antigenotoxigênico e antigenotóxico. Os resultados comprovam o uso popular do infuso de S. guilleminiana para tratamento de feridas cutâneas, provavelmente por este estimular a proliferação de fibroblastos com consequente deposição de colágeno e transformação em miofibroblastos, essenciais no processo de cicatrização de feridas, em decorrência de seu efeito antioxidante, exercido possivelmente pelos compostosfenólicos.
Resumo em lingua estrangeira: Sorocea guilleminiana, Moraceae, popularly known as “espinheira-santa-falsa”, is a native and endemic Brazilian shrub found in the Cerrado and Atlantic forest, whose infusion of leaves is popularly used to treat wounds, infection, gastritis, kidney disease and inflammation. The objective of this study was to evaluate the toxicity and wound healing activity of the aqueous extract of S. guilleminiana leaf infusion (AESg) in experimental models in vivo and in vitro. The AESg was prepared by infusion, the leaves powder was mixed in boiling water (10 g/L) for 15 min. Phytochemical analyzes were performed by thin layer (TLC) and high performance liquid chromatography (HPLC). Cytotoxicity in Chinese hamster ovary epithelial cells (CHO-K1) and cell viability of AESg in N3T3 fibroblasts (6.25 - 800 μg/mL) were assessed by flow cytometry. The genotoxicity of AESg (10, 30 and 100 μg/mL) was evaluated in CHOK1 cells by the micronucleus (MN) and comet (COM) tests. The evaluation of AESg (0.8, 4 and 20 μg/mL) on proliferation/migration was performed in a monolayer scratch test in N3T3 cells. For acute toxicity assessment, single oral administration of AESg (up to 2000 mg/kg) in Swiss-Webster mice was performed. The wound healing activity of the AESg was evaluated in the excision and incision wound models in Wistar rats. The wound healing mechanism of action of the AESg was assessed through the evaluation of activity of myeloperoxidase (MPO) and catalase (CAT) and by the determinations of the levels of glutathione (GSH), cytokines TNF-α, IL-1β, IL-17, IL-12p70, and IL-10 using the incision wound model. Preliminary phytochemical analyzes of the crude extract revealed the presence of flavonoids, steroids and terpenes. No changes were observed regarding cytotoxicity, viability, as well as absence of genotoxicity by MN test. In the COM test, pre-treatment with AESg prevented DNA damage at the three concentrations tested (p<0.001), while co-treatment reduced the damage only at the lowest concentration (p<0.001). Post-treatment with AESg reduced the genetic damage induced by hydrogen peroxide in the lowest and highest concentration (p<0.001). AESg (0.8, 4 and 20 μg/mL) increased proliferation/migration of N3T3 cells (p<0.001). In the excision wound model, AESg (2 and 50 mg/g) increased the rate of wound contraction on the 5 th , 7 thand 9thday (p<0.05), while Fitoscar® (60 mg/g), standard for this experiment, increased the rate of contraction at day 9 (p<0.05). There was no change in the re-epithelialization period at any dose tested. In the incision wound AESg (2 and 50 mg/g) was increased (p<0.01) tissue resistance to traction. AESg (2, 10 and 50 mg/g) and Fitoscar® (60 mg/g) reduced the MPO activity (p<0.001). AESg at doses of 2 and 50 mg/g was increased levels of GSH (p<0.05) and CAT (p<0.01). AESg did not alter the levels of TNF-α, IL-1β, IL-17 and IL-10, however, AESg at 50 mg/g increased (p<0.05) IL-12p70 levels. It can be stated that AESg is safe when administered orally in a single dose, does not present cytotoxicity and genotoxicity in the models tested, and antigenotoxic potential is suggested. These results confirm the popular use of infusion of S. guilleminiana for treatment of cutaneous wounds, probably because it stimulates the proliferation of fibroblasts with consequent deposition of collagen and transformation in myofibroblasts are essential in the process of wound healing, due to its antioxidant effect, possibly exerted by phenolic compounds.
Palavra-chave: Sorocea guilleminiana
Cicatrização de feridas
Toxicidade
Antigenotóxico
Compostos fenólicos
Palavra-chave em lingua estrangeira: Sorocea guilleminiana
Wound healing
Toxicity
Antigenotoxicity
Phenolic compounds
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Faculdade de Medicina (FM)
Programa: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Referência: FIGUEIREDO, Fabiana de Freitas. Caracterização química, avaliação da toxicidade e atividade cicatrizante de feridas do extrato aquoso do infuso das folhas de Sorocea guilleminiana Gaudich. 2018. 115 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Medicina, Cuiabá, 2018.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/2722
Data defesa documento: 29-Mai-2018
Aparece na(s) coleção(ções):CUC - FM - PPGCS - Dissertações de mestrado

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