Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://ri.ufmt.br/handle/1/3222
Tipo documento: | Tese |
Título: | Fortalecimento da autonomia de gestantes e suas repercussões no trabalho de parto e parto |
Autor(es): | Medeiros, Renata Marien Knupp |
Orientador(a): | Corrêa, Áurea Christina de Paula |
Membro da Banca: | Corrêa, Áurea Christina de Paula |
Membro da Banca: | Ribeiro, Mara Regina Rosa |
Membro da Banca: | Bernardino, Fabiane Blanco Silva |
Resumo : | O modelo obstétrico hegemônico no Brasil é caracterizado por uma assistência hospitalocêntrica, medicalizada e intervencionista, que, ao longo do tempo, contribuiu para que mulheres fossem, em larga medida, expropriadas de seus saberes, controle e participação no processo de parturição, impactando negativamente a experiência do nascimento. Dentre os vários investimentos necessários para interferir nessa problemática, é imprescindível propiciar o desenvolvimento de maiores graus de autonomia das mulheres, por meio de processos de construção conjunta com a participação tanto do profissional como da mulher (processos de coconstrução), que deve ser propiciado, dentre vários meios, por práticas educativas problematizadoras, críticas e contra-hegemônicas, ao longo da fase reprodutiva e, em especial, no período pré-natal. Considerando esses aspectos, dentre outros, esta pesquisa, teve por objetivo analisar as repercussões de uma experiência educativa que teve intenção de subsidiar a coprodução de autonomia de gestantes, usuárias do SUS, a partir da participação presente nessa experiência e, ainda, de suas repercussões por meio da autonomia expressa por essas mulheres durante o processo de parturição. O estudo se baseia na coprodução de sujeitos e de coletivos do Método Paideia e adota como referencial metodológico a Pesquisa Convergente Assistencial, que permite aliar o processo investigativo a atividades educativas que visam à transformação da realidade estudada. Participaram da pesquisa 11 mulheres que participaram da atividade educativa proposta. Para a coleta de dados, utilizaram-se técnicas de entrevista, grupos de convergência, histórico de conversas em aplicativo de mensagens e observação participante, com registros em diário de campo. Os dados foram analisados, conforme propõe o referencial adotado, por meio das etapas de apreensão, síntese, teorização e transferência. Como resultante da experiência educativa, observou-se a ampliação da rede de apoio social das gestantes, que buscaram no apoio mútuo o fortalecimento da confiança individual para a experiência do parto; a reelaboração das compreensões sobre o parto e nascimento, que passou a ser entendido como um processo natural e fisiológico; o fortalecimento dos recursos/capacidades pessoais a partir da confiança no próprio corpo; o reconhecimento das mulheres como sujeitos portadores de direitos; a elaboração de escolhas conscientes e a corresponsabilização com a própria saúde, expressa por um envolvimento mais ativo com o processo gravídico puerperal. Os principais obstáculos à expressão da autonomia das mulheres, identificados no processo de parturição, foram: relação médico-paciente conflituosa, sensação dolorosa intensa e a presença de acompanhantes despreparados. Do mesmo modo, favoreceram a autonomia da mulher a interação respeitosa e acolhedora com os profissionais e a presença do Plano de Parto. A satisfação com o parto esteve diretamente relacionada ao protagonismo vivido no processo de parturição. As experiências positivas das participantes e os resultados significativos de autonomia expressos por elas neste estudo indicam as potencialidades de atividades dessa natureza, que devem ser aperfeiçoadas e reproduzidas. Conclui-se que, para o exercício do sujeito autônomo, além do fortalecimento deste, é preciso que haja maior democratização das instituições. |
Resumo em lingua estrangeira: | ABSTRACT: The hegemonic obstetric model in Brazil is characterized by a hospital- and medical-centered
interventionist assistance, which, over time, has contributed to the expropriation of women's
knowledge, control and participation in the parturition process, negatively affecting the birth
experience. Among the various investment necessary to interfere with this problem, it is
essential to promote the development of greater degrees of autonomy of women, through the
joint construction with the participation of both the professional as the woman (co-construction
processes), which must be promoted, among various means, by problematizing, critical and
counter-hegemonic educational practices, along the reproductive phase and, in particular, in the
prenatal period. Considering these aspects, among others, this study aimed to analyze the
impact of an educational experience whose specific intent was to subsidize the co-production of
autonomy of pregnant women, UHS users, from their participation in this experience, and its
impact by means of autonomy expressed by these women during the parturition process. The
study is based on the co-production of individuals and collectives of the Paideia method and
adopts as a methodological reference the Convergent Care Research, which allows for
combining the investigative process to educational activities aimed at transforming the reality
studied. The participants were 11 women who attended the educational activity proposal. Data
collection used interview techniques, groups of convergence, history of conversations in
messages application and participating observation, with records in a field diary. The data were
analyzed, as proposed by the referential adopted, through the steps of apprehension, synthesis,
theorizing and transfer. As a result of the educational experience, there was the expansion of the
network of social support of pregnant women who sought, in mutual support, the strengthening
of individual trust for the delivery experience; the re-elaboration of understandings about labor
and delivery, which began to be understood as a natural and physiological process; the
strengthening of personal resources/skills from the confidence in their own body; the
recognition of women as subjects with rights; the elaboration of conscious choices and coresponsibility with their own health, expressed by a more active involvement with the gravidpuerperal process. The main barriers to the expression of the autonomy of women, identified in
the parturition process, were: doctor-patient relationship of conflict, intense painful sensation
and the presence of unprepared companions. In the same way, the woman's autonomy was
favored by the warm and respectful interaction with professionals and the presence of the
delivery plan. Satisfaction with the delivery was directly related to the protagonism lived in the
parturition process. The positive experiences of participants and the significant results of
autonomy expressed by them in this study indicate the potential of activities of this nature,
which must be improved and reproduced. Therefore, for the subject's exercise of autonomy, in
addition to its strengthening, there is a need for greater democratization of institutions. RESUMEN: El modelo hegemónico de obstetricia en Brasil se caracteriza por una asistencia centrada en el hospital, medicaciones e intervencionista, la cual, con el tiempo, ha contribuido a que las mujeres fuesen, en gran medida, expropiadas de sus conocimientos, control y participación en el proceso de parto, impactando negativamente la experiencia del parto. Entre las diversas inversiones necesarias para interferir con este problema, es esencial promover el desarrollo de mayores grados de autonomía de la mujer, por medio de la construcción conjunta con la participación de los profesionales y de la mujer (procesosde co-construcción), que debe ser promovido, entre diversos medios, por las prácticas educativas problematizadoras, críticas y contra-hegemónicas, a lo largo de la fase reproductiva y, en particular, en el período prenatal. Considerando estos aspectos, entre otros, el objetivo de este estudio fue analizar la repercusión de una experiencia educativa que tuvo la intención específica de subsidiar la co-autonomía de las mujeres embarazadas, usuarias del SUS, desde la participación en esta experiencia, y también de sus efectos por medio de la autonomía expresada por estas mujeres durante el proceso de parto. El estudio se basa en la co-producción de la autonomía de individuos y colectivos del Método Paideia y adopta como referencia metodológica la Investigación en Atención Convergente, que permite combinar el proceso de investigación con las actividades educativas encaminadas a transformar la realidad estudiada. En el estudio participaron 11 mujeres que participaron en la actividad educativa propuesta. Para la recolección de datos, fueron utilizados técnicas de entrevista, grupos de convergencia, historial de conversaciones en la aplicación de mensajes y la observación participante, con registros en diario de campo. Los datos fueron analizados, como propone el referencial adoptado, a través de los pasos de la aprensión, la síntesis, la teorización y la transferencia. Como resultado de la experiencia educativa, se observó la expansión de la red de apoyo social de las mujeres embarazadas que buscaron en el apoyo mutuo al fortalecimiento de la confianza individual para la experiencia del parto; la reelaboración de los entendimientos sobre el parto y el nacimiento, que pasó a ser entendido como un proceso natural y fisiológico; el fortalecimiento de los recursos/habilidades personales desde la confianza en su propio cuerpo; el reconocimiento de las mujeres como sujetos de derechos; la elaboración de decisiones conscientes y co-responsabilidad con su propia salud, expresada por una participación más activa en el proceso gravídico-puerperal. Las principales barreras a la expresión de la autonomía de la mujer, identificadas en el proceso de parto, fueron: relación médico-paciente con conflictos, la intensa sensación de dolor y la presencia de cuidadores sin preparo. De la misma manera, favorecieron la autonomía de la mujer la interacción cálida y respetuosa con los profesionales y la presencia del Plan de Parto. Satisfacción con el nacimiento estaba directamente relacionada con el protagonismo vivido en el proceso de parto. Las experiencias positivas de las participantes y los resultados significativos de autonomía expresada por ellas en este estudio indican el potencial de actividades de esta naturaleza, que debenser mejoradas y reproducidas. Se concluye que, para el ejercicio del sujeto autónomo, además de su fortalecimiento, existe la necesidad de una mayor democratización de las instituciones. |
Palavra-chave: | Autonomia pessoal Educação em saúde Parto normal Parto humanizado |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Personal autonomy Health education Natural childbirth Humanizing delivery |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ENFERMAGEM |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Faculdade de Enfermagem (FAEN) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Referência: | MEDEIROS, Renata Marien Knupp. Fortalecimento da autonomia de gestantes e suas repercussões no trabalho de parto e parto. 2019. 244 f. Tese (Doutorado em Enfermagem) - Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Enfermagem, Cuiabá, 2019. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/3222 |
Data defesa documento: | 18-Oct-2019 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - FAEN - PPGENF - Teses de doutorado |
Arquivos deste item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
TESE_2019_Renata Marien Knupp Medeiros.pdf | 2.48 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.