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Tipo documento: Dissertação
Título: Análise integrada da bacia hidrográfica do Rio Verde : a dualidade na relação sociedade natureza entre os indígenas Paresi e os fazendeiros do entorno sobre a paisagem
Autor(es): Oliveira, Nicodemos Misquita de
Orientador(a): Ugeda Junior, José Carlos
Membro da Banca: Ugeda Júnior, José Carlos
Membro da Banca: Cabral, Ivaniza de Lourdes Lazzarotto
Membro da Banca: Faria, Camila Salles de
Membro da Banca: Silva, Edson Vicente da
Resumo : O estudo apresenta uma análise integrada da paisagem na bacia hidrográfica do Rio Verde, território indígena Paresi em Tangará da Serra-Mato Grosso. Pautada no método geossistêmico somado ao viés crítico da geografia. Envolveu estudos sobre concepções diferenciadas na relação sociedade-natureza entre os Paresi-Haliti e os fazendeiros do entorno. Assinalada pela na resistência dos indígenas frente ao processo de homogeneização da paisagem do entorno, intrinsecamente ligado à história do contato entre os indígenas e não indígenas. Intensificada a partir das décadas de 1960 com avanço da fronteira agrícola no estado rumo a região amazônica, alterando os limites e surrupiando territórios tradicionais com o aval governamental. Estudos realizados por diversos pesquisadores revelam prejuízos socioambientais acumulados ao longo desse processo de aproximação. A degradação ambiental foi ocorrendo juntamente com grande perda de território e sua transformação em fazendas. A abertura de extensas rodovias, a exemplo da BR-364 teve um papel fundamental, juntamente com as políticas e programas governamentais de incentivo agrícola, na atração e ocupação por imigrantes na Chapada e Planalto do Parecis. O território indígena se viu cercado por latifúndios do agronegócio, propiciando ao longo do tempo profundas mudanças socioeconômicas ao grupo. Dessa forma a pesquisa procurou demonstrar através de resultados cartográfico do uso e ocupação do solo nos últimos trinta anos as transformações na paisagem. Na qual revelou uma paisagem muito alterada no entorno da terra indígena, marcada pelas geometrias das plantações de commodities de grãos. Enquanto no território indígena a vegetação natural foi mantida praticamente conservada. Por meio dos mapas temáticos, e levantamento das áreas de preservação permanente buscou revelar as estruturas e dinâmicas físicas do geossistema, base para um planejamento ambiental da bacia hidrográfica. As entrevistas com fazendeiros e indígenas reforçaram a constatação das diferenciações na relação sociedade-natureza por ambas as sociedades. Demonstraram que os indígenas se utilizam de parâmetros subjetivos para o uso das suas terras, uma conexão espiritual que abrange a consciência dos elementos da natureza pelo perspectivismo ameríndio, envolvendo um código ético cosmológico complexo, vivenciado com resguardos, agradecimentos, respeito aos espíritos e consciência da natureza. E do outro lado tem-se o etnocentrismo ocidental, alinhado as motivações da produção do espaço para produção de mercadoria, alheias as necessidades da natureza, utilizam-se dos espaços agrários mantendo-se distante. A paisagem é ao mesmo tempo objetivada para troca da mercadoria e vivida em meio a abstração das coisas, seguem o ritmo do capital globalizado das commodities. São, portanto, contradições ontológicas e epistemológicas que afetam mais diretamente quem vivencia e necessita da totalidade da paisagem.
Resumo em lingua estrangeira: The study presents an integrated analysis of the landscape in the Rio Verde, the Paresi indigenous territory in Tangará da Serra. Mato Grosso. Guided by the geosystemic method added to the critical bias of geography. It involved studies on differentiated conceptions in the society-nature relationship between the ParesiHaliti and the surrounding farmers. It is marked by the resistance of the Indians in front of the process of homogenization of the landscape in the vicinity, intrinsically linked to the history of contact between indigenous and non-indigenous peoples. Intensified from the 1960s, with the advance of the agricultural frontier in the state towards the Amazon region, changing the limits and overcoming of traditional territories with government endorsement. Studies carried out by several researchers reveal accumulated socioenvironmental losses along this approximation process. Environmental degradation was found together with great loss of territory and its transformation into farms. An opening of highways, an example of the BR-364 with a key role, along with government policies and programs of agricultural incentive, Employment and occupation by immigrants in the plateau of the Parecis. The indigenous territory was surrounded by agribusiness land property, providing over time profound socioeconomic changes to the group. In this way a research tried to demonstrate through cartographic results of the use and occupation of the soil in the last thirty years as transformations in the landscape. In that it revealed a very altered landscape without environment of the indigenous land, marked by geometries of the plantations of grain commodities. While in the indigenous area, the natural vegetation was maintained practically preserved Through the thematic maps, and survey of the permanent preservation areas, it sought to reveal the physical structures and dynamics of the geosystem, the basis for an environmental planning of the river basin. The interviews with farmers and indigenous people reinforced the verification of the differences in the society-nature relationship by both societies. They demonstrated that indigenous people use subjective parameters for the use of their lands, a spiritual connection that involves the consciousness of the elements of nature by the Amerindian perspectivism, involving a complex cosmological ethical code, experienced with resguardos, thanks, respect for spirits and conscience from nature. And on the other side there is Western ethnocentrism, aligned with the motivations of the production of space for the production of merchandise, oblivious to the needs of nature, using the agrarian spaces while remaining distant. The landscape is at the same time aimed at exchanging the commodity and lived in the midst of the abstraction of things, following the rhythm of the globalized capital of commodities. They are therefore ontological and epistemological contradictions that affect more directly who lives and needs the totality of the landscape.
Palavra-chave: Índios Paresi
Geoecologia da paisagem
Bacia hidrográfica do Rio Verde
Relação sociedade natureza
Palavra-chave em lingua estrangeira: Paresi Indians
Geoecology of the landscape
Rio Verde watershed
Relation society nature
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Instituto de Geografia, História e Documentação (IGHD)
Programa: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Referência: OLIVEIRA, Nicodemos Misquita de. Análise integrada da bacia hidrográfica do Rio Verde: a dualidade na relação sociedade-natureza entre os indígenas Paresi e os fazendeiros do entorno sobre a paisagem. 2018. 191 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Geografia, História e Documentação, Cuiabá, 2018.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/3230
Data defesa documento: 2-Apr-2018
Aparece na(s) coleção(ções):CUC – ICHS – POSGEO – Dissertações de mestrado

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