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http://ri.ufmt.br/handle/1/3727
Tipo documento: | Dissertação |
Título: | Sofrimento social de trabalhadores rurais assentados na contracorrente do agronegócio na bacia do rio Juruena - MT |
Autor(es): | Castro, Bianca Vasquez Pistório de |
Orientador(a): | Pignatti, Marta Gislene |
Coorientador: | Leão, Luís Henrique da Costa |
Membro da Banca: | Pignatti, Marta Gislene |
Membro da Banca: | Pignati, Wanderlei Antonio |
Membro da Banca: | Machado, Jorge Mesquita Huet |
Resumo : | A questão agrária no Brasil é um problema histórico e contemporâneo ao mesmo tempo, sendo assim, a luta pela posse de terra sempre ocorreu. A falta de distribuição de terras tem como um de seus reflexos ocupações que se transformam em assentamentos rurais. Ocupar terras não garante condições mínimas de sobrevivência nos assentamentos, pois falta estrutura para que os assentados tenham condições de vida dignas. Objetivo - Compreender se a luta pela terra de um grupo de trabalhadores rurais assentados na região sudoeste de Mato Grosso, onde prevalece a lógica do latifúndio e do agronegócio, implica em sofrimento social. Métodos – Pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, com orientação analítico-descritiva, mediante entrevistas semiestruturadas, iniciada com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e consentimento livre e esclarecido dos entrevistados. Os sujeitos foram trabalhadores rurais do assentamento rural Nova Esperança, em Campos de Júlio - MT. A interpretação do material coletado seguiu os ensinamentos da análise de conteúdo. Resultados – A ocupação de terra gera insegurança nos trabalhadores rurais assentados, pois estão em uma situação de ocupação irregular. Além disso, a falta de legalização não permite o acesso a créditos, que implica em falta de estrutura para sobrevivência, que também é influenciada pela falta de assistência do poder público. Percebe-se que a reação em cadeia dos fatores apresentados traz sofrimento social. A luta pela terra também gera disputas por conta da configuração econômica do local. Neste caso, os trabalhadores rurais assentados sofrem com a opressão dos grandes produtores rurais, o que justifica o título deste trabalho. Situações de ameaças pela ocupação da terra foram relatadas pelos trabalhadores, como provenientes dos grandes fazendeiros que não aceitam a busca de autonomia do grupo. Por outro lado, a luta pela terra gera união no grupo de trabalhadores para resistirem frente às pressões externas ao assentamento. Mesmo imersos em um ambiente estrutural de opressão e de negação, a coletividade é um mecanismo onde é possível desenvolver estratégias de defesa ao sofrimento social e que fortalecem o grupo de assentados. Conclusão – Em um país com extensão territorial gigante e com muitas terras devolutas e terras improdutivas que servem para fins especulativos, é contraditório que existam tantas pessoas lutando por um pedaço de terra. Neste estudo ficou claro as implicações sociais e a produção de sofrimento a partir da luta pela terra. Defender a agricultura familiar não é ser arcaico, mas ser justo em uma sociedade que prega a liberdade e a igualdade, mas que não dá oportunidade para que as pessoas vivam onde e da maneira que desejam. |
Resumo em lingua estrangeira: | The agrarian dispute in Brazil is a historical and contemporary problem at the same time, and thus, the struggle for land ownership has always occurred. The lack of a good land distribution has as one of its main reflexes irregular occupations that end up turning into rural settlements. Only occupying land does not guarantee minimum conditions of survival on these settlements, since they lack a minimum infrastructure for settlers to have decent living conditions. Objective - To understand if the struggle for the land of a group of rural workers settled in the southwestern region of Mato Grosso, where the logic of landownership and agribusiness prevails, implies social suffering. Methods - Qualitative research with an exploratory design, with analytical-descriptive orientation, through semi-structured interviews, initiated with the approval of the Research Ethics Committee and free and informed consent of the interviewees. The subjects were rural workers from the rural settlement Nova Esperança, in the city of Campos de Júlio, Mato Grosso. The interpretation of the collected data followed the teachings of content analysis. Results - Land occupation implies insecurity on the settled rural workers behalf, since they are in a situation of irregular occupation. Besides, the lack of legalization does not allow access to credit, which implies a lack of minimum infrastructure for survival, also influenced by the lack of assistance from the government. It can be perceived that the chain reaction of the presented factors implies in social suffering. The struggle for land also raises disputes over the local economic configuration. In this case, settled rural workers suffer from the oppression of larger rural producers, which justifies the title of this work. Workers have reported situations of land occupation threats coming from large landowners who do not accept the quest for autonomy of these groups. However, the struggle for land generates enough unification in the group of workers to resist the external pressure to the settlement. Even when immersed in a structural environment of oppression and denial, collectivity is a mechanism where it is possible to develop strategies to resist social suffering and strengthen the group of settlers. Conclusion - In a country with a huge territorial extension and with lots of vacant and unproductive fields that serve for speculative purposes, it is contradictory that there are so many people fighting for a piece of land. This study exposed the social implications and the suffering from the struggle for land. Defending family agriculture is not being antiquated, but being fair in a society that preaches freedom and equality, though it does not give people the opportunity to live where and how they want. |
Palavra-chave: | Assentamento rural Sofrimento social Trabalho rural |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Rural settlement Social suffering Rural work |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Saúde Coletiva (ISC) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Referência: | CASTRO, Bianca Vasquez Pistório de. Sofrimento social de trabalhadores rurais assentados na contracorrente do agronegócio na bacia do rio Juruena – MT. 2017. 110 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Saúde Coletiva, Cuiabá, 2017. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/3727 |
Data defesa documento: | 26-May-2017 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - ISC - PPGSC - Dissertações de mestrado |
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