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http://ri.ufmt.br/handle/1/5035
Tipo documento: | Dissertação |
Título: | Relação dos acidentes do trabalho com o agronegócio em Mato Grosso e no Brasil, 2008 a 2017 |
Autor(es): | Fava, Nara Regina |
Orientador(a): | Pignati, Wanderlei Antonio |
Membro da Banca: | Pignati, Wanderlei Antonio |
Membro da Banca: | Vasconcellos, Luiz Carlos Fadel de |
Membro da Banca: | Machado, Jorge Mesquita Huet |
Resumo : | Os acidentes do trabalho estão relacionados com o processo de produção e fazem parte de estudos da área de Saúde do Trabalhador. Na década de 60, com o processo de expansão da produção agrícola, impulsionado pela Revolução Verde, as atividades econômicas dos países em desenvolvimento têm adotado um modelo denominado agronegócio. Esse modelo produtivo se inicia com o desmatamento, a exploração florestal, o preparo do solo para agropecuária no plantio, o trato, a colheita, o transporte, o armazenamento e a agroindústria e em todas as fases observa-se a ocorrência de acidentes do trabalho. Objetivou-se avaliar os indicadores de acidentes do trabalho e relacioná-los com a produção agropecuária e econômica do agronegócio nas Unidades da Federação (UF) do Brasil e nos municípios de Mato Grosso no período de 2008 a 2017. Trata-se de um estudo ecológico com base secundária dos dados da produção da cadeia do agronegócio de Mato Grosso, dos indicadores econômicos e saúde do Brasil (MT) e dos municípios de Mato Grosso. A população do estudo foi composta por trabalhadores(as) formais das Unidades da Federação do Brasil e dos municípios de Mato Grosso. Para análise dos dados foram calculadas as taxas de incidência, mortalidade e letalidade; para a tendência foi utilizado o ajuste de modelos de regressão linear simples e o cálculo de variação percentual anual (VPA) e testes de cor- relação considerando o nível de significância de 5%. Foram realizados mapas temáticos dos indicadores de saúde e produção. No primeiro artigo, observou-se entre as UF, que o Mato Grosso apresentou a maior taxa de mortalidade com 19,5 mortes/100 mil trabalhadores formais e a segunda maior taxa de letalidade com 8,7 mortes/mil acidentes. Ao se comparar com as taxas do Brasil, a mortalidade foi o triplo, enquanto a letalidade foi o dobro da média nacional, do total dos acidentes do trabalho, entre 2008 a 2017. Identificou-se a redução na taxa de incidência por acidente do trabalho (AT) de 23,6/mil trabalhadores em 2008 para 14,3, em 2017 e a mortalidade foi de 8,8 mortes/100 mil trab. para 5,5 no período. A maior taxa de incidência dos AT relacionada ao agronegócio foi em Alagoas com 37,9, se- guido de Mato Grosso com 30,4 e Rondônia com 30,3; a maior taxa de mortalidade encontra-se no Amapá com 41,6/100 mil trab., seguido de Rondônia com 32,8 e Mato Grosso com 31,8; a maior leta- lidade foi em Tocantins com 18,4 mortes/mil AT, seguido de Roraima com 16,2 e Amapá com 15,5. O agronegócio destacou-se com o maior valor percentual anual (VPA) decrescente dos AT (-5,5%), ao contrário do VPA para o PIB nacional com acréscimo de 13,4%. Encontrou-se correlação positiva e significativa entre as taxas de incidência do agronegócio (r=0,509; p=0,007) e a indústria (r=0,412; p=0,033), com o valor adicionado bruto (VAB) da agropecuária, e correlação positiva entre as taxas de incidência do comércio (r=0,480; p=0,011) com o PIB nacional. O segundo artigo identificou tendência de aumento no VPA do esforço produtivo (hectare/habitante) de 7,34%, esforço produtivo (exposição agrotóxico/habitante) de 6,23%, internações por neoplasias de 6,24% e mortalidade por neoplasias de 3,06%, este aumento também acompanhou o VAB da agropecuária que foi de 19,8%. Identificou-se que nas atividades econômicas do agronegócio estão concentrados os maiores percentuais de AT, sendo o primeiro em frigorífico (16,9%), o segundo na agricultura (12,3%) e o sexto na pecuária (3,5%), mos- trando correlações positivas entre taxas de incidência, mortalidade e letalidade de AT (=0,306; p=0,001, r=0,366; p=0,001, r=0,388, p=0,001), respectivamente, com o valor adicionado bruto (VAB) da agro- pecuária e a tendência crescente da produção agrícola, dos insumos agrícolas e dos agravos à saúde. Entre as maiores taxas de incidências, mortalidades e letalidade por AT estão os maiores produtores agropecuários (Paranatinga, Barra do Garças, Alta Floresta, Sorriso, Brasnorte, Querência, Barão de Melgaço, Confresa e Castanheira) do Mato Grosso e que 58,4% dos AT estão relacionados ao agrone- gócio. Conclui-se que os acidentes do trabalho ocorrem em todos os setores da economia, de modo geral relacionados as atividades desenvolvidas nos setores agroflorestal e pecuária do agronegócio, extrati- vismo mineral, construção, indústria, transporte e comércio, visto que, as maiores taxas se encontram nas UF em que uma dessas atividades econômicas predominam. A redução da tendência nas taxas dos AT poderá ser considerada pelos efeitos da globalização, da modernização nos processos de trabalho, da informalidade e do subemprego, que contribuem para o aumento das subnotificações no Brasil. Deste modo, estes resultados podem subsidiar a elaboração de estratégias que fortaleçam a Vigilância em Sa-úde do Trabalhador em todo território nacional visando à promoção e prevenção de AT nos setores demaior acidentalidade. |
Resumo em lingua estrangeira: | Accidents at work are related to the production process and are part of studies in the area of Workers' Health. In the 1960s, with the process of expansion of agricultural production driven by the Green Revolution, the economic activities of developing countries have adopted a model called agribusiness. This productive model begins with deforestation, forest exploitation, soil preparation for agriculture and cattle-raising in the plantation, treatment, harvesting, transportation, storage and agro-industry, and at all stages occupational accidents are prevented. The objective was to evaluate the indicators of occupational accidents and relate them to the agricultural and economic production of agribusiness in the Federal States of Brazil and in the municipalities of Mato Grosso from 2008 to 2017. This is an ecological study based on secondary data on the production of the Mato Grosso agribusiness chain, economic indicators and health in Brazil (MT) and the municipalities of Mato Grosso. The population of the study was composed of formal workers from the Brazilian Federation Units and the municipalities of Mato Grosso. For data analysis, incidence, mortality and lethality rates were calculated; for the trend, simple linear regression models were adjusted and annual percentage variation (VPA) and correlation tests were calculated considering the 5% significance level. Thematic maps of health and production indicators were performed. In the first article, it was observed among the UF, Mato Grosso presented the highest death rate with 19.5 deaths/100 thousand formal workers and the second highest lethality rate with 8.7 death/ thousand accidents. When compared with the rates in Brazil, the mortality rate was three times higher, while the lethality rate was twice the national average, of the total of occupational accidents, between 2008 and 2017. The reduction in the incidence rate per occupational accident (AT) was identified from 23.6/thousand workers in 2008 to 14.3, in 2017, and the mortality was from 8.8 deaths/100 thousand workers to 5.5 in the period. The highest incidence rate of AT related to agribusiness was in Alagoas with 37.9, followed by Mato Grosso with 30.4 and Rondônia with 30.3; the highest mortality rate was in Amapá with 41.6/100 thousand workers, followed by Rondônia with 32.8 and Mato Grosso with 31.8; the highest mortality rate was in Tocantins with 18.4 deaths per thousand AT, followed by Roraima with 16.2 and Amapá with 15.5. Agribusiness stood out with the highest decreasing annual percentage (VPA) of TA (-5.5%), as opposed to VPA for the national GDP with an increase of 13.4%. It was found positive and significant correlation between the incidence rates of agribusiness (r=0.509; p=0.007) and industry (r=0.412; p=0.033), with the gross value added (GVA) of agriculture, and positive correlation between the incidence rates of trade (r=0.480; p=0.011) with national GDP. The second article identified a tendency for an increase in the VPA of the productive effort (hectare/inhabitant) of 7.34%, productive effort (agrotoxic/inhabitant exposure) of 6.23%, hospitalizations for neoplasms of 6.24% and mortality for neoplasms of 3.06%, this increase also followed the GVA of farming which was 19.8%. It was identified that in the eco-nomic activities of agribusiness the highest percentages of TA are concentrated, being the first in frigorific (16.9%), the second in agriculture (12.3%) and the sixth in cattle raising (3.5%), showing positive correlations between incidence rates, mortality and mortality of TA (=0.306); p=0.001, r=0.366; p=0.001, r=0.388, p=0.001), respectively, with the gross added value (GVA) of agriculture and the increasing tendency of agricultural production, agricultural inputs and health problems. Among the highest rates of incidents, mortalities and mortality by TA are the largest agricultural producers (Paranatinga, Barra do Garças, Alta Floresta, Sorriso, Brasnorte, Querência, Barão de Melgaço, Confresa and Castanheira) in Mato Grosso and that 58.4% of TA are related to agribusiness. It is concluded that occupational accidents occur in all sectors of the economy in general related to activities developed in the agroforestry and livestock sectors of agribusiness, mineral extraction, construction, industry, transport and trade, since the highest rates are found in UF where one of these economic activities predominate. The reduction of the trend in TA rates may be considered due to the effects of globalization, modernization in work processes, informality and underemployment, which contribute to the increase of underreporting in Brazil. In this way, these results can subsidize the elaboration of strategies that strengthen the Workers' Health Surveillance throughout the national territory aiming at the promotion and prevention of TA in the sectors of higher accidentality. |
Palavra-chave: | Acidente do trabalho Agronegócio Vigilância em saúde Trabalhador |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Occupational accident Agribusiness Health surveillance Worker |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Saúde Coletiva (ISC) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Referência: | FAVA, Nara Regina. Relação dos acidentes do trabalho com o agronegócio em Mato Grosso e no Brasil, 2008 a 2017. 2020. 128 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Saúde Coletiva, Cuiabá, 2020. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/5035 |
Data defesa documento: | 26-Jun-2020 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - ISC - PPGSC - Dissertações de mestrado |
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