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Tipo documento: Tese
Título: Sífilis em gestante e sífilis congênita em Mato Grosso : avaliação da qualidade das informações e análise espaço-temporal de casos, de 2008 a 2016
Autor(es): Oliveira, Leila Regina de
Orientador(a): Souto, Francisco José Dutra
Coorientador: Santos, Emerson Soares dos
Membro da Banca: Souto, Francisco José Dutra
Membro da Banca: Andrade, Amanda Cristina de Souza
Membro da Banca: Guimarães, Lenir Vaz
Membro da Banca: Domingues, Rosa Maria Soares Madeira
Membro da Banca: Chiaravalloti Neto, Francisco
Resumo : A sífilis apresenta grave problema de Saúde Pública no Brasil. Em Mato Grosso (MT), as taxas de detecção de sífilis em gestante (SG) e de incidência de sífilis congênita (SC) estimadas em 2016 tiveram incremento de 157% e 208%, respectivamente, em comparação a 2008. A abordagem espacial permite identificar diferenciais no padrão de apresentação das doenças, contribuindo com planejamento e execução de ações estratégicas pontuais, imprescindíveis em situações de epidemia. Este estudo procurou: avaliar a qualidade das informações sobre SG e SC no Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação (Sinan) de MT; verificar a distribuição das taxas de SG e SC em municípios de MT e analisar sua relação com determinantes sociais da saúde; identificar clusters espaço-temporais de SC e SG e analisar as diferenças no perfil epidemiológico dos casos em relação a sua formação. Realizou-se um estudo descritivo da incompletude, duplicidade e inconsistência das informações após linkage de dados e de séries temporais da incompletude, com Regressão de Prais- Winsten, de 2008-2016 (artigo 1); e outro, misto (ecológico e transversal) com dados de SG e SC de diferentes sistemas de informação em saúde. Taxas bayesianas das infecções por triênios e período (2008-2010; 2011-2013; 2014-2016; 2008-2016) foram calculadas e correlacionadas com indicadores sociodemográficos, por meio de correlação de Pearson e de Spearman. Varreduras SATSCAN para identificação de clusters espaço-temporais foram realizadas e as diferenças no perfil epidemiológico dos casos em relação a sua formação foram analisados a partir do teste de x 2 de Pearson (artigo 2). Foram encontradas 7,6% de duplicidade, 50% dos campos da notificação com média anual de incompletude ruim e 75% das relações de inconsistência excelente para SG; e 4,9% de notificações duplicadas, 57,1% dos campos com incompletude ruim e 83,3% das relações de inconsistência, excelente para SC. Houve progressivo aumento das taxas de SG e SC na maioria dos municípios. As taxas de SG e SC variaram de 0,9- 20,5/1.000NV, 0,6-46,3/1.000NV, 2,1-23,2/1.000NV; e zero-7,1/1.000NV, zero- 7,5/1.000NV e 0,3-10,8/1.000NV, no primeiro, segundo e último triênio, respectivamente. Identificaram-se clusters significativos estatisticamente para SG (RR=2,02; RR=0,30; RR=21,45, p<0,0001) e SC (RR=3,55; RR=0,10; RR=0,26, p<0,0001). Clusters com maior ocorrência de SG e SC foram sobrepostos. Taxas bayesianas de incidência de SC apresentaram correlação negativa fraca entre Índice de Gini (r= -0,23; p=0,007), proporção média de gestantes com menos de 8 anos de estudo (r= -0,37; p=0,000) e proporção média de gestantes adolescentes (r= -0,22; p=0,008), e correlação positiva fraca entre taxa de desocupação da população de 18 anos ou mais de idade (r=0,28; p=0,001) e proporção média de nascidos vivos com raça cor não branca (r=0,19; p=0,024). Não houve correlação significativa estatisticamente entre taxas bayesianas de detecção de SG e determinantes sociodemográficos. O cluster de alto risco para SG e SC foi caracterizado por gestantes/mães com escolaridade alta (p=0,006). Para SC, o cluster de alto risco foi constituído por mães com raça/cor não branca (p=0,000), escolaridade alta (p=0,010), titulação do teste não treponêmico no momento do parto > 1:8 (p=0,024) e ter esquema de tratamento materno inadequado ou não realizado (p=0,000). O grau de incompletude das informações sobre SG e SC ainda é grande em MT. Faz-se necessária capacitações e incentivo ao preenchimento das notificações sobre SG e SC às equipes de saúde da atenção primária e hospitalar, além de aperfeiçoamento de mecanismos para monitorar e avaliar continuamente a qualidade dos dados. A evolução espaço-temporal crescente das taxas de detecção de SG e de incidência de SC, além da persistência de áreas com maior ocorrência destas infecções, a subnotificação encontrada e os achados não esperados em relação aos determinantes sociodemográficos demonstram a necessidade de monitoramento ostensivo destas infecções e de garantia à assistência pré-natal de qualidade no Estado, a fim de evitar a transmissão vertical da sífilis.
Resumo em lingua estrangeira: The syphilis presents a serious Public Health problem in Brazil. In Mato Grosso (MT), detection rates of pregnant syphilis (PS) and incidence of congenital syphilis (CS) in 2016 increased by 157% and 208%, respectively, compared to 2008. The spatial approach allows identifying differentials in the pattern of disease presentation, contributing to the planning and execution of specific strategic actions, essential in situation epidemic. This study aimed: to evaluate the quality of PS and CS information in Information System on Diseases of Compulsory Declaration (Sinan) MT; to verify the spatiotemporal distribution of PS and CS rates in MT municipalities and analyzing the relationship with social determinants of health; to identify spatiotemporal clusters of CS and PS and to analyze the differences in the epidemiological cases profile in relation to their formation. A descriptive study of incompleteness, duplicity and inconsistency of information was performed after data linkage and time series of incompleteness, with Prais-Winsten Regression, 2008-2016 (article 1); and another, mixed (ecological and cross-sectional) with PS and CS data from different health information systems. Bayesian infection rates by triennium and period (2008-2010; 2011-2013; 2014-2016; 2008-2016) were calculated and correlated with sociodemographic indicators with Pearson’s correlation and Spearman’s correlation. SATSCAN scans for identification of spatiotemporal clusters were performed and the differences in the epidemiological profile of the cases in relation to their formation were analyzed using Pearson's x2 test (article 2). We found 7.6% of duplicity, 50% of the notification fields with bad average annual incompleteness, and 75% of excellent inconsistency ratios for PS; and 4.9% of duplicate notifications, 57.1% of fields with bad incompleteness and 83.3% of inconsistent relationships, excellent for CS. There was a progressive increase in the rates of PS and CS in most municipalities. Rates of PS and CS ranged from 0.9- 20.5/1,000NV, 0.6-46.3/1,000NV, 2.1-23,2/1,000NV; and zero-7.1/1,000NV, zero- 7.5/1,000NV, and 0.3-10.8/1,000NV in the first, second and last triennium, respectively. Statistically significant clusters were identified for PS (RR=2.02; RR=0.30; RR=21.45, p<0.0001) and CS (RR=3.55; RR=0.10; RR=0.26, p<0.0001). Clusters with higher occurrence of PS and CS were overlapped. Bayesian CS incidence rates showed a negative weak correlation between Gini Index (r = - 0.23; p=0.007), average proportion of pregnant women with less than 8 years of schooling (r = - 0.37; p=0.000) and average proportion of adolescent pregnant women (r = - 0.22; p=0.008), and positive weak correlation between unemployment rate of population 18 years of age and older (r = 0.28; p=0.001) and average proportion of live births of non-white race (r= 0.19; p=0.024). There was no statistically significant correlation between Bayesian PS detection rates and sociodemographic determinants. The high-risk cluster for PS and CS was characterized by pregnant women/mothers with high education (p=0.006). For CS, the high-risk cluster consisted of mothers with non-white race/color (p=0.000), high education (p=0.010), nontreponemal test titration at delivery > 1:8 (p=0.024) and have had inadequate or unmet maternal treatment regimen (p=0.000). The incompleteness of PS and CS information is still large in MT. Training and encouragement to fill out notifications about PS and CS to the primary care and hospital health teams is needed, as well as the improvement of mechanisms to track and continuum evaluate the quality of the information produced. The increasing spatiotemporal evolution by rates of PS and CS besides on the persistence of areas with higher occurrences for these infections, the underreporting and unexpected find out in relation to sociodemographic determinants demonstrate the requirements for ostensive monitoring of these infections and to guarantee quality prenatal care in the State, in order to avoid the vertical transmission of syphilis.
Palavra-chave: Sífilis
Pareamento de dados
Análise espacial
Conglomerados espaço - temporais
Determinantes sociais da saúde
Palavra-chave em lingua estrangeira: Syphilis
Data pairing
Spatial analysis
Space - time clustering
Social determinants of health
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Instituto de Saúde Coletiva (ISC)
Programa: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Referência: OLIVEIRA, Leila Regina de. Sífilis em gestante e sífilis congênita em Mato Grosso: avaliação da qualidade das informações e análise espaço-temporal de casos, de 2008 a 2016. 2019. 167 f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Saúde Coletiva, Cuiabá, 2019.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/5202
Data defesa documento: 12-Dez-2019
Aparece na(s) coleção(ções):CUC - ISC - PPGSC - Teses de doutorado

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