Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://ri.ufmt.br/handle/1/5457
Tipo documento: | Tese |
Título: | A constelação do kitsch em Manuel Puig |
Autor(es): | Fiorini, Juan Ferreira |
Orientador(a): | Lee, Henrique de Oliveira |
Membro da Banca: | Soares, Leonardo Francisco |
Membro da Banca: | Medeiros, Rosângela Fachel de |
Membro da Banca: | Pereira, Vinícius Carvalho |
Membro da Banca: | Lee, Henrique de Oliveira |
Membro da Banca: | Carbonieri, Divanize |
Resumo : | Esta tese tem como objetivo propor uma leitura sobre as articulações do kitsch presentes em cinco romances do escritor argentino Manuel Puig, A traição de Rita Hayworth, Boquitas pintadas, The Buenos Aires affair, O beijo da mulher aranha e Púbis angelical. Entendido durante anos como associado ao mau gosto, à degradação estética, ao mal ético e ao lixo da arte, o kitsch passa a ser entendido, a partir dos anos 1960, como um sistema estético ligado à emergência da classe média e será reinterpretado como uma fusão da experiência estética à experiência cotidiana e um fenômeno facilitador do acesso a objetos estéticos nos quais imperam ainda aspectos como a comoção e a hiperssentimentalidade, mas com perfil menos acusatório e alienado: em vez do discurso de degradação e degeneração da arte, reveste-se de doutrina ética e estética e será recuperado como distração estética, como catalisador de um fazer artístico calcado na reprodutibilidade e inserido na esfera legitimada da arte. Em vez de um levantamento do kitsch de Manuel Puig tendo como limite cada romance, levou-se em consideração o kitsch por uma perspectiva transversal, na qual a repetição de atos, personagens, temas, objetos, situações e atitudes kitsch atravessa a obra com determinada recorrência, em uma amplitude temática em trânsito que aproxima os romances. Para dar conta dessa transversalidade do kitsch, foi proposta a imagem da constelação, uma imagem da orientação metodológico-visual da experiência leitora, um organizador de leitura crítica, um mecanismo que explicita as conexões, os diálogos, os atritos e os avizinhamentos possíveis nesse recorte finito de um infinito puiguiano. Assim, foi constituída uma ampla Constelação-Puig, tendo, de um lado, aspectos biográficos que se conectam à sua gênese literária e seus diálogos com a literatura e com outros textos. Do outro lado, um recorte dessa constelação ampla, uma peculiar constelação do kitsch, na qual técnicas postas em prática na enunciação (bricolagem, colagem, paródia e pastiche) serão compreendidas como práticas kitsch de deslocamentos e ressignificações textuais e que engendram o kitsch presente em um nível dos enunciados, ilustrado pela psicologia dos personagens, pela geografia social e política que ocupam ou que instauram para si, pelos atritos que geram entre si, pelas relações que guardam com os objetos, pelos objetos que possuem ou desejam possuir, pelos seus procedimentos éticos e estéticos, por aquilo que há de mais íntimo neles, pelos ambientes em que vivem ou em que desejam viver, pelos simulacros das sensações intensas, pelos desejos de ingressar no universo das grandes paixões, pela mitologia pequeno-burguesa que Manuel Puig instaura em sua literatura. |
Resumo em lingua estrangeira: | Esta tesis tiene como objetivo proponer una lectura acerca de las articulaciones del kitsch presentes en cinco novelas del escritor argentino Manuel Puig: La traición de Rita Hayworth, Boquitas pintadas, The Buenos Aires affair, El beso de la mujer araña y Pubis angelical. Comprendido durante años como asociado al mal gusto, a la degradación estética, al mal ético y a la basura del arte, el kitsch se pasa a comprender, a partir de los 1960, como un sistema estético conectado a la emergencia de la clase media y será reinterpretado como una fusión de la experiencia estética a la experiencia cotidiana y un fenómeno facilitador del acceso a objetos estéticos en los cuales todavía se imponen aspectos como la conmoción y la hipersentimentalidad, pero con un perfil menos acusatorio y alienado: en vez del discurso de gradación y degeneración del arte, se reviste de doctrina ética y estética y será recuperado como distracción estética, como catalizador de un hacer artístico calcado en la reproductibilidad e insertado en la esfera legitimada del arte. En lugar de un levantamiento del kitsch de Manuel Puig cuyo límite es cada novela, se ha tenido en cuenta el kitsch por una perspectiva transversal, en la cual la repetición de acciones, personajes, temas, objetos, situaciones y actitudes kitsch traspasa la obra con determinada frecuencia, en una amplitud temática en tránsito que acerca las novelas. Para dar cuenta de esa transversalidad del kitsch, se ha propuesto la imagen de la constelación, una imagen de orientación metodológico-visual de la experiencia lectora, un organizador de lectura crítica, un mecanismo que explicita las conexiones, los diálogos, los atritos y las vecindades posibles en ese recorte finito de un infinito puiguiano. De esa manera, se ha constituido una amplia Constelación-Puig teniendo, a un costado, aspectos biográficos que se conectan a su génesis literaria y sus diálogos con la literatura y con otros textos. Al otro lado, un recorte de esa constelación amplia, una constelación del kitsch en la cual técnicas puestas en práctica en la enunciación (bricolage, collage, parodia y pastiche) se comprenderán como prácticas kitsch de desplazamientos y resignificaciones textuales y que engendran el kitsch presente en un nivel de los enunciados, ilustrado por la psicología de los personajes, por la geografía social y política que ocupan o bien se instauran, por los atritos que generan entre sí, por sus procedimientos éticos y estéticos, por aquello que hay de más íntimo en ellos, por los ambientes en que viven o desean vivir, por los simulacros de las sensaciones intensas, por los deseos de ingresar al universo de las grandes pasiones, por la mitología pequeño-burguesa que Manuel Puig instaura en su literatura. |
Palavra-chave: | Manuel Puig Kitsch Constelação Estética |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Manuel Puig Kitsch Constelación Estética |
CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Linguagens (IL) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem |
Referência: | FIORINI, Juan Ferreira. A constelação do kitsch em Manuel Puig. 2022. 223 f. Tese (Doutorado em Estudos de Linguagem) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Linguagens, Cuiabá, 2022. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/5457 |
Data defesa documento: | 15-Jun-2022 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - IL - PPGEL - Teses de doutorado |
Arquivos deste item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
TESE_2022_Juan Ferreira Fiorini.pdf | 2.38 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.