Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://ri.ufmt.br/handle/1/5846
Tipo documento: Dissertação
Título: Transgressões, aparecimento social e memórias de infância : vidas na contramão das pedagogias cisgêneras
Autor(es): Cardoso, Jéssica Matos
Orientador(a): Salgado, Raquel Gonçalves
Membro da Banca: Salgado, Raquel Gonçalves
Membro da Banca: Mariano, Carmem Lúcia Sussel
Membro da Banca: Souza, Leonardo Lemos de
Resumo : Quando nos reportamos à infância, inicialmente nos deparamos com uma ideia ficcional de “etapa da vida” ancorada na inocência, linearidade, obediência e progresso. Nesse sentido, essa perspectiva, própria da cultura ocidental, passa a constituir um modelo a ser alcançado por todos os corpos ditos como infantis, conferindo-lhes inteligibilidade. A colonização da infância, então, apresenta-se como uma produção discursiva, marcada por um ideário desenvolvimentista e normativo e pautada em uma existência branca, cisgênera, heterossexual e binária, a qual, no entanto, não se estrutura sem a sua abjeção. É nesse cenário que o discurso opera e produz fronteiras ontológicas que demarcam o que é um corpo aceitável e digno de aparecimento social, sendo os gêneros e as sexualidades instâncias privilegiadas de fiscalização e controle, como também de pedagogização. Diante disso, a presente pesquisa de mestrado, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis e à linha de pesquisa “Infância, Juventude e Cultura Contemporânea: direitos, políticas e diversidades”, debruça-se sobre as memórias de pessoas que, no presente, se autoidentificam como transgêneras, pretendendo analisar os agenciamentos macro e micro políticos em diferentes contextos, como a escola e a família, e os sentidos que elas produzem sobre as experiências vividas com os seus corpos na infância. Pretende-se, ainda, discutir, no campo da educação e da psicologia, como a infância é construída como um tempo de regulação do sentir e do desejar. Para isso, investimos em um arcabouço teórico vinculado aos estudos feministas e aos estudos queer. O referido estudo é de caráter qualitativo, tendo o posicionamento cartográfico, como perspectiva de pesquisa intervenção. Nesse sentido, procuramos, a partir da desobediência, da resistência e da transviadagem, propor e provocar desestabilizações nos conhecimentos produzidos sobre as experiências de infância em torno dos gêneros e das sexualidades, visibilizando outras infâncias, outras formas de viver as masculinidades e feminilidades, em contraponto a uma perspectiva que busca incessantemente um “marco zero” da transexualidade e patologiza todas as outras expressões de gênero.
Resumo em lingua estrangeira: When we refer to childhood, initially we are faced with a fictional idea of a “stage of life” anchored in innocence, linearity, obedience, and progress. In this sense, this perspective, typical of Western culture, becomes a model to be reached by all bodies said to be children, giving them intelligibility. The colonization of childhood, then, presents itself as a discursive production, marked by a developmental and normative ideology and based on a white, cisgender, heterosexual, and binary existence, which, however, is not structured without its abjection. It is in this scenario that the discourse operates and produces ontological boundaries that demarcate what is an acceptable body worthy of social appearance, with genders and sexualities being privileged instances of supervision and control, as well as pedagogization. Given this, the present master's research, linked to the Graduate Program in Education of the Federal University of Mato Grosso, University Campus of Rondonópolis and the research line "Childhood, Youth and Contemporary Culture: rights, policies, and diversities", focuses on about the memories of people who, in the present, self-identify as transgender, intending to analyze the macro and micro political agencies in different contexts, such as school and family, and the meanings they produce about the experiences lived with their bodies in the childhood. It is also intended to discuss, in the field of education and psychology, how childhood is constructed as a time of regulation of feeling and desiring. For this, we invested in a theoretical framework linked to feminist studies and queer studies. This study is qualitative, taking the cartographic positioning as a research intervention perspective. In this sense, we seek, from the disobedience, of resistance and queer, propose and to provoke destabilization in the knowledge produced about childhood experiences around genders and sexualities, making visible other childhoods, other ways of living masculinities and femininities, in contrast to a perspective that incessantly seeks a “ground zero” of transsexuality and pathologizes all other expressions of gender.
Palavra-chave: Memórias
Infâncias
Gênero
Sexualidade
Pedagogias
Palavra-chave em lingua estrangeira: Memories
Childhoods
Gender
Sexuality
Pedagogies
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUR - Rondonopólis
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) – Rondonópolis
Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação - Rondonópolis
Referência: CARDOSO, Jéssica Matos. Transgressões, aparecimento social e memórias de infância: vidas na contramão das pedagogias cisgêneras. 2022. 81 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Rondonópolis, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/5846
Data defesa documento: 9-May-2022
Aparece na(s) coleção(ções):CUR - ICHS - PPGEdu - Dissertações de mestrado

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