Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://ri.ufmt.br/handle/1/6462
Tipo documento: | Tese |
Título: | O albinismo e seus paradoxos : reflexões epistemológicas sobre os processos identitários das pessoas albinas no estado de Mato Grosso |
Autor(es): | Melo, José Adailton Vieira Aragão |
Orientador(a): | Carneiro, Maristela |
Coorientador: | Gonçalves, Antonio Giovanni Boaes |
Membro da Banca: | Carneiro, Maristela |
Membro da Banca: | León, Adriano Azevedo Gomes de |
Membro da Banca: | Zarbato, Jaqueline Aparecida Martins |
Membro da Banca: | Bitencourt, Silvana Maria |
Membro da Banca: | Rodrigues, Francisco Xavier Freire |
Resumo : | Algumas sociedades são marcadas pelas visões estereotipadas e excludentes de alguns grupos sociais, incluindo a população albina no estado de Mato Grosso e a complexidade que é a construção de suas identidades. Assim, este trabalho, amparado com as abordagens interdisciplinares e, sobretudo, culturais, imerge nesse “universo” na tentativa de desconstruir ideias estigmatizantes e promover o reconhecimento desse grupo, investigando e, ao mesmo tempo, buscando entender o paradoxo da identidade albina. Tem-se como problema da pesquisa, a busca em desvendar o “branco enigmático” e a possível “identidade estigmatizada”, com base na obra de Chelala (2007), e a relação com a identidade da pessoa albina, e, até que ponto pode-se afirmar a existência da “identidade estigmatizada”, permeadas por alguns marcadores sociais da diferença, tais como: saúde/doença, raça/etnia e cor. Ainda com base nisso, estamos diante de “ser inclassificável”, defendido pela autora. Como referencial teórico temos as contribuições de: Goffman (1975) e sua obra sobre o estigma, também marcada na pele e o quanto isso afeta a população albina. Sobre corpo, raça/etnia e a luta por reconhecimento, tem-se como base Le Breton (2003); Munanga (2004, 2017); Kilomba (2004); Spivak (2010); Bhaba; Gonzales (2022) e Honneth (2003). Para discutir a construção da identidade, é relevante pensar nos fatores políticos, sociais e culturais, com base nas ideias de Eder (2003); Hall (2003); Silva (2014); entre outros. Ainda temos o colorismo/pigmentocracia e relação com a identidade albina, através das contribuições destacadas de Walker (1983); Vainer (2020) e Müller (2018), convidando para refletir sobre a hierarquização social com base na cor, o que gera contradições ao pensar sobre a cor “branca albina”. O delineamento metodológico foi a exploratória e qualitativa, com aplicação de questionários semiabertos e realização de entrevistas virtuais (Google Meet), e que permitiu coletar dados relevantes para pesquisa. Também utilizei o aplicativo (WhatsApp) em conversas informais, possibilitando o contato mais direto e comunicação enriquecedora para a construção da tese. Como resultados/discussões: a análise dos dados demonstra a relevância da investigação dos processos identitários coletivos e individuais da população albina em questão. Tem-se o estigma se manifestando de diversas formas, moldando a “percepção de si e do Outro”, ainda assim, temos o Estado, a Ciência e os discursos ocidentais exercendo influência no processo da construção da identidade albina, afetando a forma como se veem e aos outros, e como são vistas pelas pessoas não albinas. Como conclusão: pode-se cogitar uma “identidade estigmatizada”, a luta por reconhecimento ou “horizonte de reconhecimento identitário” e políticas públicas, que visam propor visibilidade positiva e que se tornam as principais pautas da comunidade albina no estado de Mato Grosso. |
Resumo em lingua estrangeira: | ABSTRACT: Some societies are marked by stereotypical and exclusionary views of some social
groups, including the albino population in the state of Mato Grosso and the complexity
of constructing their identities. Thus, this work, supported by interdisciplinary and,
above all, cultural approaches, immerses itself in this “universe” in an attempt to
deconstruct stigmatizing ideas and promote the recognition of this group, investigating
and, at the same time, seeking to understand the paradox of albino identity. The
research problem is the search to unravel the “enigmatic white” and the possible
“stigmatized identity”, based on the work of Chelala (2007) and the relationship with
the identity of the albino person, and, to what extent can we affirm the existence of the
“stigmatized identity”, permeated by some social markers of difference, such as:
health/disease, race/ethnicity and color. Still based on this, are we facing
“unclassifiable being” defended by the author? As a theoretical framework, we have
the contributions of: Goffman (1975) and his work on stigma, also marked on the skin
and how much this affects the albino population. On body, race/ethnicity and the
struggle for recognition, we have as a basis Le Breton (2003); Munanga (2004, 2017);
Kilomba (2004); Spivak (2010); Bhaba; Gonzales (2022) and Honneth (2003). To
discuss the construction of identity, it is relevant to think about political, social and
cultural factors, based on the ideas of Eder (2003); Hall (2003); Silva (2014) among
others. We also have colorism/pigmentocracy and its relationship with albino identity,
through the highlighted contributions of Walker (1983); Vainer (2020) and Müller
(2018), inviting us to reflect on the social hierarchy based on color, which generates
contradictions when thinking about the color “albino white”. The methodological design
was exploratory and qualitative, with the application of semi-open questionnaires and
virtual interviews (Google Meet) that allowed us to collect relevant data for research. I
also used an application (WhatsApp) in informal conversations, enabling more direct
contact and enriching communication for the construction of the thesis. As
results/discussions: the analysis of the data demonstrates the relevance of
investigating the collective and individual identity processes of the albino population in
question. Stigma manifests itself in different ways, shaping the “perception of oneself
and the Other”, yet we have the State, Science and Western discourses exerting
influence on the process of constructing the albino identity, affecting the way they see
themselves, others and how they are seen by non-albino people. In conclusion: one
can consider a “stigmatized identity”, the fight for recognition or “horizon of identity
recognition” and public policies that aim to propose positive visibility and that become
the main agendas of the albino community in the state of Mato Grosso. RESUMEN: Algunas sociedades están marcadas por visiones estereotipadas y excluyentes de algunos grupos sociales, incluida la población albina en el estado de Mato Grosso y la complejidad de construir sus identidades. Así, este trabajo, apoyado en enfoques interdisciplinarios y, sobre todo, culturales, se sumerge en este “universo” en un intento de deconstruir ideas estigmatizantes y promover el reconocimiento de este colectivo, investigando y, al mismo tiempo, buscando comprender las Paradoja de la identidad albina. El problema de investigación es la búsqueda de develar el “blanco enigmático” y la posible “identidad estigmatizada”, a partir del trabajo de Chelala (2007) y la relación con la identidad de la persona albina, y en qué medida se puede afirmar la existencia de una “identidad estigmatizada”, permeada por algunos marcadores sociales de diferencia, tales como: salud/enfermedad, raza/etnicidad y color. Aún con base en esto, ¿estamos ante el “ser inclasificable” que defiende el autor? Como referente teórico tenemos los aportes de: Goffman (1975) y su trabajo sobre el estigma, marcado también en la piel y cuánto afecta este a la población albina. Sobre el cuerpo, la raza/etnicidad y la lucha por el reconocimiento, se basa en Le Breton (2003); Munanga (2004, 2017); Kilomba (2004); Spivak (2010); Bhaba; Gonzales (2022) y Honneth (2003). Para discutir la construcción de identidad, es relevante pensar en factores políticos, sociales y culturales, a partir de las ideas de Eder (2003); Stuart (2003); Silva (2014) entre otros. Aún nos queda el colorismo/pigmentocracia y la relación con la identidad albina, a través de los destacados aportes de Walker (1983); Vainer (2020) y Müller (2018), invitándonos a reflexionar sobre la jerarquización social en función del color, que genera contradicciones al pensar en el color “blanco albino”. El diseño metodológico fue exploratorio y cualitativo, con la aplicación de cuestionarios semiabiertos y entrevistas virtuales (Google Meet) que permitieron recolectar datos relevantes para la investigación. También utilicé la aplicación (WhatsApp) en conversaciones informales, permitiendo un contacto más directo y una comunicación enriquecedora para la construcción de la tesis. Como resultados/discusiones: el análisis de datos demuestra la relevancia de investigar los procesos de identidad colectivos e individuales de la población albina en cuestión. Hay un estigma que se manifiesta de diferentes maneras, moldeando la “percepción de uno mismo y del Otro”, sin embargo, tenemos al Estado, la Ciencia y los discursos occidentales ejerciendo influencia en el proceso de construcción de la identidad albina, afectando la forma en que uno ve, y otros y cómo los ven las personas no albinas. Como conclusión: se puede considerar una “identidad estigmatizada”, la lucha por el reconocimiento u “horizonte de reconocimiento identitario” y políticas públicas que apuntan a proponer visibilidad positiva y que se convierten en las principales agendas de la comunidad albina en el estado de Mato Grosso. |
Palavra-chave: | Identidade albina Estigma Albinismo Pigmentocracia Mato Grosso |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Albino identity Stigma Albinism Pigmentocracy Mato Grosso |
CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea |
Referência: | MELO, José Adailton Vieira Aragão. O albinismo e seus paradoxos: reflexões epistemológicas sobre os processos identitários das pessoas albinas no estado de Mato Grosso. 2024. 181 f. Tese (Doutorado em Estudos de Cultura Contemporânea) - Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Comunicação e Artes, Cuiabá, 2024. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/6462 |
Data defesa documento: | 27-Aug-2024 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC - FCA - ECCO - Teses de doutorado |
Arquivos deste item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
TESE_2024_José Adailton Vieira Aragão Melo.pdf | 2.68 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.