Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://ri.ufmt.br/handle/1/6650
Tipo documento: Tese
Título: “Uma formidável multidão” : autonomia Mbayá-Guaicuru na construção da fronteira no Alto Paraguai : os deslocamentos, a política indígena e as relações com os colonizadores na passagem do século XVIII para o XIX
Autor(es): Marinato, Francieli Aparecida
Orientador(a): Rodrigues, Bruno Pinheiro
Membro da Banca: Rodrigues, Bruno Pinheiro
Membro da Banca: Sena, Ernesto Cerveira de
Membro da Banca: Reis, Anderson Roberti dos
Membro da Banca: Moreira, Vania Maria Losada
Membro da Banca: Carvalho, Francismar Alex Lopes de
Resumo : Esta tese discute o contexto de construção da fronteira entre as Coroas portuguesa e espanhola na bacia do rio Paraguai na segunda metade do século XVIII até os anos iniciais do XIX, com ênfase no dinamismo do povoamento, dos deslocamentos e das negociações protagonizadas pelos povos indígenas Mbayá-Guaicuru. Apesar do notório registro nas fontes históricas do enorme número de indígenas na composição da população fronteiriça, pouco se discutiu a sua atuação no processo de formação da divisão geopolítica luso-hispânica no centro da América do Sul. Parte da historiografia mais recente relacionada ao assunto e, sobretudo, a documentação produzida pelos militares diretamente envolvidos neste contexto indicam a ativa presença e a participação indígena, a partir das quais depreendemos o protagonismo dos MbayáGuaicuru. Assim, enfocamos a política desenvolvida por eles nas relações com os colonizadores, nos constantes trânsitos entre os povoados e estruturas militares encravadas nas possessões disputadas pelas colonizações ibéricas e ao tecer alianças com outros povos nativos. Com isso, identificamos o desenvolvimento de uma política indígena Guaicuru com o desígnio de manter a autonomia e a liberdade, de assegurar sua autossuficiência socioeconômica, a mobilidade autóctone e o domínio do território, ou, pelo menos, de nichos territoriais no recrudescimento das disputas fronteiriças. Analisamos as disputas dos portugueses e espanhóis pela “amizade” dos Guaicuru e para com eles firmar alianças pela inversão ótica de como os nativos pautavam as relações com os agentes coloniais e de como a política indígena conduzia as políticas coloniais na fronteira. Além de revezarem alianças com as Coroas ibéricas, os Guaicuru reforçavam alianças e a mestiçagem com diferentes povos nativos, o que nos instigou a entender as motivações e finalidades destas relações e a inferir acerca do consciente agenciamento aprimorado pelos Guaicuru. Dessa forma, nossa hipótese primordial é a da atuação Mbayá-Guaicuru para a manutenção da autonomia, pela qual negociavam econômica e politicamente transitando entre os diferentes espaços coloniais a angariar os benefícios e as vantagens oferecidas, liderando as relações com outros grupos indígenas, agenciando e reforçando a autonomia nativa, principalmente, a sua própria. Portanto, demonstramos que os Mbayá-Guaicuru estavam inseridos no processo de construção da fronteira luso-hispânica com atuação central, porque eles também competiam para assegurar seu território e atuavam para preservar sua autonomia e modo de vida.
Resumo em lingua estrangeira: ABSTRACT: This thesis discusses the context of borderland disputes between Portuguese and Spanish Crowns in the Paraguay River Basin from the second half of the 18th century up to the early 19th century. Emphasis is given on the dynamics of the settlement, displacements, and negotiations promoted by the Mbayá-Guaicuru indigenous people. Despite the notorious records in historical sources of a great number of indigenous people in the composition of the borderland population, little was discussed about their performance in the geopolitical division of the central part of South America between the Luso-Hispanic countries. Part of the most recent historiography related to the subject, and, mainly, a document, produced by the military directly involved in this context, indicates the active presence of the indigenous people, with the Mbayá-Guaicuru people as protagonist. This study also focuses on the Mbayá-Guaicuru people politics and their relationship with the settlers, which was marked by frequent movements between indigenous villages and the military structures jammed amid the area disputed by the Iberian colonizers, as well as the Mbayá-Guaicuru alliances with other native peoples. By doing this, we identified the development of a Guaicuru indigineous policy which aimed to maintain autonomy and freedom, in order to insure their socioeconomic interests, native mobility, and territorial domain or at least of territorial niches in the resurgence of borderland conflicts. We also analyzed the Portuguese and Spanish disputes for the Guaicuru “friendship” and their alliance making with these indigenous populations considering the inverted optics of how natives established relations with colonial agents and how indigenous policies were conducted with the colonial powers at the borderland. Besides alternating treaties with the Iberian Crowns, the Guaicuru reinforced alliances and miscegenation with different native peoples, a fact that instigated us to understand the reasons and purposes of these relationships and such enhanced agency by this group. Our primary hypothesis is that the MbyáGuaicuru’s aim was to maintain autonomy – for which they had negotiated both economically and politically – and for transiting freely among the different colonial spaces, gaining the benefits and advantages, leading the relations with other indigenous groups, arranging and reinforcing the native autonomy, mainly their own. Therefore, we verify that the MbayáGuaicuru were inserted in the making process of the Luso-Hispanic frontier and had a significant performance, as they also competed to guarantee their territory and acted to preserve their autonomy and lifestyle.
RESUMEN: Esta tesis aborda el contexto de construcción de la frontera entre las coronas portuguesa y española en la cuenca del río Paraguay en la segunda mitad del siglo XVIII hasta los primeros años del siglo XIX, con énfasis en el dinamismo de asentamientos, desplazamientos y negociaciones realizadas por el pueblo indígena Mbayá-Guaicuru. A pesar del notorio registro en las fuentes históricas de la gran cantidad de indígenas en la composición de la población fronteriza, poco se ha discutido a cerca de su papel en el proceso de formación de la división geopolítica luso-hispana en el centro de Sudamérica. Parte de la historiografía más reciente relacionada con el tema y, sobre todo, la documentación producida por los militares directamente involucrados en este contexto, señalan la presencia activa y participación indígena, de lo cual inferimos el protagonismo de los Mbayá-Guaicuru. Así, nos centramos en la política desarrollada por ellos en las relaciones con los colonizadores, en los constantes tránsitos entre los pueblos y estructuras militares incrustadas en las posesiones disputadas por las colonizaciones ibéricas y en el tejido de alianzas con otros pueblos originarios. Con eso, identificamos el desarrollo de una política indígena Guaicuru, con el objetivo de mantener la autonomía y la libertad, asegurar sus intereses socioeconómicos, la movilidad autóctona y el dominio del territorio, o, al menos, de los nichos territoriales en el recrudecimiento de las disputas fronterizas. Analizamos las disputas de portugueses y españoles por la “amistad” de los Guaicuru y por establecer alianzas con ellos a través de la inversión óptica de cómo los nativos orientaron sus relaciones con los agentes coloniales y cómo la política indígena lideró las políticas coloniales en la frontera. Además de turnarse con las Coronas Ibéricas, los Guaicuru reforzaron alianzas y mestizajes con distintos pueblos nativos, lo que instigó la comprensión de las motivaciones y propósitos de estas relaciones e inferir acerca do agenciamiento consciente potenciada por los Guiacuru. De esta forma, nuestra hipótesis primordial es la de la acción de los Mbayá-Guaicuru por el mantenimiento de la autonomía, por lo que negociaron económica y políticamente, transitando entre los distintos espacios coloniales para obtener los beneficios y ventajas ofrecidas, propiciando las relaciones con otros grupos indígenas, ordenando y reforzando la autonomía nativa, principalmente su propria. Por lo tanto, demostramos que los Mbayá-Guaicuru se insertaron en el proceso de construcción de la frontera luso-hispana con un papel central, porque también compitieron por asegurar su territorio y actuaron para preservar su autonomía y modo de vida.
Palavra-chave: Povos Mbayá-Guaicuru
Política indígena
Autonomia indígena
Fronteira
Alto Paraguai
Palavra-chave em lingua estrangeira: Mbayá-Guaicuru people
Indigenous policy
Indigenous autonomy
Frontier
Alto Paraguai
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
Sigla da instituição: UFMT CUC - Cuiabá
Departamento: Instituto de Geografia, História e Documentação (IGHD)
Programa: Programa de Pós-Graduação em História
Referência: MARINATO, Francieli Aparecida. “Uma formidável multidão”: autonomia Mbayá-Guaicuru na construção da fronteira no Alto Paraguai: os  deslocamentos, a política indígena e as relações com os colonizadores na passagem do século XVIII para o XIX. 2023. 335 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Geografia, História e Documentação, Cuiabá, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://ri.ufmt.br/handle/1/6650
Data defesa documento: 27-Abr-2023
Aparece na(s) coleção(ções):CUC - IGHD - PPGHis - Teses de doutorado

Arquivos deste item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
TESE_2023_Francieli Aparecida Marinato.pdf6.45 MBAdobe PDFVer/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.