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http://ri.ufmt.br/handle/1/6891
Tipo documento: | Dissertação |
Título: | Uma etnografia do projeto agrícola da lavoura mecanizada dos Haliti (Paresi) |
Autor(es): | Carvalho, Carolina Delgado de |
Orientador(a): | Delgado, Paulo Sergio |
Membro da Banca: | Lopes, Moisés Alessandro de Souza |
Membro da Banca: | Delgado, Paulo Sergio |
Membro da Banca: | Lourenço, Sonia Regina |
Membro da Banca: | Silva, Cristhian Teófilo da |
Membro da Banca: | Pacini, Aloir |
Resumo : | O povo indígena Haliti (Paresi) mantém contato com a sociedade não indígena, segundo registros históricos, desde o início do século XVIII. Desde então, diversas frentes de expansão adentraram ao seu território, situado no centro-oeste do estado de Mato Grosso, região de cerrado denominada Chapada dos Parecis, que inclui os municípios de Campo Novo do Parecis, Tangará da Serra, Sapezal, Campos de Júlio, Barra do Bugres, Diamantino, Nova Maringá e Conquista D´Oeste, alguns deles figuram entre os maiores produtores de soja e outras commodities do estado, cultivadas em monoculturas de larga escala. Desde os anos 1960, o Estado implementou projetos de colonização e infraestrutura, como a construção da BR-364, estimulando migrações e a venda de terras a particulares, para os quais concedeu financiamento e assistência técnica para a produção agrícola, visando o desenvolvimento econômico da região. Nesse processo histórico, a relação dos Haliti com diversos agentes dessas frentes de expansão tornou-se cada vez mais intensa. Alguns Haliti trabalhavam em fazendas e estreitaram os laços com empresários e políticos da região. Estes possuíam interesse de que as Terras Indígenas fossem inseridas no mercado. Os Haliti demandavam por geração de renda e acesso a bens e serviços, pois observavam que, desse modo, seriam tratados com mais dignidade, o que muitos deles percebiam que estava ligado a uma questão de condições financeiras. Os Haliti, juntamente com a Funai e o Ministério Público Federal, iniciaram um longo processo de negociação com parceiros privados e públicos da região para a instalação de plantios mecanizados nas Terras Indígenas, aos quais na época deram o nome de parcerias agrícolas. Esse processo é descrito nesta dissertação. Atualmente, os Haliti cultivam cerca de dezoito mil hectares de grãos dentro das Terras Indígenas, inserindo-se no mercado internacional de commodities, no mesmo sistema implantado no entorno. Nesta pesquisa realizo uma etnografia do processo de constituição do Projeto Agrícola da Lavoura Mecanizada dos Haliti, que atualmente se encontram organizados em cooperativas comandadas por eles próprios. A reflexão a que me proponho é pensar esse projeto dentro de uma economia de mercado, mas também dentro de uma lógica de organização social do povo Haliti. O objetivo desta pesquisa é analisar o Projeto dos Haliti enquanto processo social, buscando elementos para a compreensão de suas motivações e interesses e o contexto das políticas públicas, indigenista e de desenvolvimento levadas a cabo pelo Estado brasileiro, que se modificaram ao longo do tempo, mas que possuem elementos de continuidade que serão apontados neste trabalho. |
Resumo em lingua estrangeira: | The Haliti (Paresi) indigenous people have maintained contact with non-indigenous society, according to historical records, since the beginning of the 18th century. Since then, several expansion frontiers have entered its territory, located in the center-west of the state of Mato Grosso, a Cerrado region called Chapada dos Parecis, which includes the municipalities of Campo Novo do Parecis, Tangará da Serra, Sapezal, Campos de Júlio, Barra do Bugres, Diamantino, Nova Maringá and Conquista D'Oeste. Some of them are among the largest producers of soy and other commodities in the state, cultivated in large-scale monocultures. Since the 1960s, the State has implemented colonization and infrastructure projects, such as the construction of BR-364, encouraging migration and the sale of land to individuals, to whom it provided financing and technical assistance for agricultural production, aiming at the economic development of the region. In this historical process, the relationship between the Haliti and various agents on these expansion frontiers became more and more intense. Some Haliti worked on farms and strengthened ties with businesspeople and politicians in the region, who have long had interest in the inclusion of Indigenous Lands in the agricultural market. The Haliti demanded access to goods and services, since they realized that, this way, they would be treated with more dignity which many of them perceived as an issue of financial conditions. The Haliti, together with Funai and the Federal Public Ministry, has begun a long negotiation process with private and public partners in the region for the installation of mechanized plantations in Indigenous Lands, which at the time they called agricultural partnerships. This process is described in this dissertation. Currently, the Haliti cultivate around eighteen thousand hectares of grains within the Indigenous Lands, entering the international commodities market, in the same system implemented in the surrounding areas. In this research I carry out an ethnography of the process of establishing the Haliti Mechanized Farming Agricultural Project, which is currently organized into cooperatives commanded by themselves. The reflection I propose is to think about this project within a market economy, but also within a logic of social organization of the Haliti people. The objective of this research is to analyze the Haliti Project as a social process, seeking elements to understand their motivations and interests and the context of public, indigenous and development policies carried out by the Brazilian State, which have changed over time, but which have elements of continuity that will be highlighted in this work. |
Palavra-chave: | Etnologia indígena Haliti Paresi Produção de soja em terras indígenas Agronegócio indígena |
Palavra-chave em lingua estrangeira: | Indigenous ethnology Haliti Paresi Soy production on indigenous lands Indigenous agribusiness |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal de Mato Grosso |
Sigla da instituição: | UFMT CUC - Cuiabá |
Departamento: | Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social |
Referência: | CARVALHO, Carolina Delgado de. Uma etnografia do projeto agrícola da lavoura mecanizada dos Haliti (Paresi). 2024. 198 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Cuiabá, 2024. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://ri.ufmt.br/handle/1/6891 |
Data defesa documento: | 27-Mar-2024 |
Aparece na(s) coleção(ções): | CUC – ICHS – PPGAS – Dissertações de mestrado |
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